CAPÍTULO VIII

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CAPÍTULO VIII

Christian riu. Não foi um riso alto, nem sarcástico, mas foi riso, de qualquer modo, e fora a última coisa que Anastasia esperara dele.

— Por que está rindo?

— Porque você é... é uma... sonhadora.

— E o que há de errado nisso?

— Nada, exceto que você está fadada a se desapontar. E acha que concordous em se casar comigo por amor... o que é bastante virtuoso... mas não é exatamente a verdade.

Ela enrijeceu a espinha, a cor esvaindo-se de seu rosto.

— Não pode dizer isso. Não sabe do que está falando. Você não me conhece.

Christian apenas esboçou um sorriso.

— Na verdade, estou começando a conhecê-la. A entendê-la. Vo­cê não é totalmente a pessoa altruísta que se julga. Pode dizer a si mesma que tudo o que quer de mim é amor, mas isso não é verdade. Quer muito mais do que isso.

— Oh, é mesmo? — Ela o encarou, a raiva se alastrando em seu íntimo.

— Sim. — Christian aproximou-se mais. — Você quer paixão, sexo, glamour, aventura. Quer tentar algo diferente, ser alguém diferente. Acha que, comigo, poderia acontecer, e tem razão, pode­ria. Comigo você pode ser qualquer pessoa e coisa que quiser... incluindo você mesma.

Christian estava a distância de um passo, e Anastasia teve de erguer a cabeça para observar-lhe o rosto. Ele estreitava os olhos, tinha a expressão fechada, mas o calor que irradiava mais do que com­pensava a falta de expressão.

Ela lembrou-se de imediato de como se sentira naqueles braços, do contato daquele corpo forte junto ao seu, uma onda de sensua­lidade envolvendo-a.

Pela intensidade nos olhos azuis dele, viu que Christian estava sentindo a mudança no tipo de tensão também.

— Nenhum de nós é altruísta. — Tocou-lhe o rosto com genti­leza, fitando-lhe os olhos verdes. — Ambos temos necessidades... e algumas dessas necessidades nada têm a ver com amor.

Anastasia sentiu o pulso se acelerando. Aquele toque era incrível. Ele a fazia sentir tantas coisas maravilhosas, mas sua atração era baseada em amor, não apenas motivada por sua libido.

— Talvez você possa reduzir tudo ao aspecto físico, mas eu não. Sinto-me deste jeito perto de você porque o amo, não por mera atração.

Christian sorriu.

— Pelo que vejo, você é uma romântica incorrigível.

— Sim.

Ele roçou-lhe o pescoço com a ponta dos dedos.

— Nós poderíamos ser felizes juntos. Sei que poderia fazê-la feliz.

— Eu jamais poderia ser feliz a seu lado sabendo que você não me ama.

— Existem vários tipos de amor. Você está falando sobre amor romântico. E eu, sobre um amor mais realista. Falo de respeito, admiração, amizade...

— Não me venha com isso outra vez! — interrompeu-o Anastasia, afastando-se um pouco.

Ela queria paixão, romance, amor, e ele queria apenas respeito, admiração e amizade!

Christian passara os quinze anos anteriores namorando modelos, atrizes, socialites, mas queria se casar com ela com base nas vir­tudes comedidas do respeito e da admiração.

A secretária de Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora