Cidade dos Segredos: Descobertas

Capítulo 4: Um conselho perigoso

Mary andava cabisbaixa às vezes levantava a cabeça para ver as casas que a cercavam.
A cada casa que via e a cada rua que passava, ela ficava pensando o que será do dia amanhã quando cada pessoa descobrisse que um homem estava entre elas.
Não queria que esse momento chegasse, mas o tempo estava ficando curto e o Conselho das Mulheres estava impaciente.
Só havia uma pessoa que poderia dar um conselho apropriado para aquela situação difícil, uma velha amiga que sempre cuidou dela assim que chegou na cidade.

A noite estava clara e a cada sopro do vento que passava pelo corpo de Mary, fazia a trincar os dentes de tanto frio. Descendo a rua em que se encontrava lá estava a casa, o lugar pelo motivo dela esta ali
A casa era de dois andares pintado de azul com um lindo jardim frontal de rosas e tulipas com anões de jardim que funciona como irrigador. Não havia cerca, caminhando devagar ela aproximou da porta e lentamente levou a mão ao arco no meio da porta que funciona como uma campainha.
Um som agudo informava que o toque no arco, iniciou a chamada na campainha, luzes acenderam dentro da casa e um som de chinelos aproximavam da porta até que uma voz firme e autoritária perguntou:

-Quem chama altas horas da noite? Esta tarde para alguma consulta ou conselho.

-Sou eu Liana a Mary - Respondeu - a tranquilamente - Não vai abrir a porta para uma velha amiga?

Sons de algo sendo destrancado e uma mão surgiu pela porta abrindo a devagar até revelar que estava diante de Mary.
Uma mulher na base de uns 40 anos de cabelo loiro e sedoso ( mantinha desde os tempos que Mary a conhecia) um rosto alegre de olhos castanhos ao olhar para Mary a mulher expressava um momento de surpresa mas que disfarçava com um sorriso, sua voz saiu calma e potente:

- Estava me perguntando quando você iria aparecer ou já esqueceu da sua velha amiga. Vamos entre sinta se em casa.

Assim que a mulher estendeu a mão fazendo o gesto para entrar, Mary entrou, ouviu a sua anfitriã fechar a porta atrás. Assim que seus olhos fixaram diante da sala, ela não pode deixar de notar o toque de sua amiga na decoração do lugar. A sala tinha dois sofás vermelhos com almofadas com desenhos de símbolos chineses, uma poltrona estava no canto esquerdo da sala parecia de um acabamento antigo todo de couro e tinha um toque de envelhecido na textura do couro. Nas paredes vários quadros históricos réplicas de pinturas famosas. No centro da sala uma mesa de veneziana com um acabamento de várias curvas e linhas se cruzando e em cima da mesa uma estátua do poderoso Zeus da mitologia grega.
Liana caminhou até a poltrona e após sentar gesticulou para que sua amiga sentasse em um dos sofás.
Após acomodar e alguns longos segundos de silêncio, Liana quebrou o silêncio com uma pergunta rápida e direta:

- A que devo a honra de sua visita? Não veio jogar conversa fora como amiga, já tem um bom tempo que não sentamos para relembrar do passado.

Ao citar o nome passado um calafrio passou pelo corpo de Mary que rapidamente disfarçou aquele momento falando sobre o que tanto temia:

- Você e todo o conselho já sabem sobre a minha filha ter trazido um homem para dentro dos muros dessa cidade. Mas não vou aceitar que o conselho condene a minha filha, acho que vou renunciar o caso se for preciso para salvar minha filha.

Aquelas palavras sairam como peso da sua garganta dava para sentir a tensão no ar, as palavras de Mary foi acompanhada atentamente pela sua amiga que a olhava seriamente e após a conclusão da sua fala ela disse batucando os dedos na poltrona:

- Respira, Mary, você está tirando conclusões precipitadas, já esqueceu que faço parte do Conselho? Nenhuma decisão foi tomada mediante a essa situação, o conselho vai estudar os fatos antes do veridito final. Me surpreende você uma mulher tão firme e que ajudou essa cidade crescer está fraquejando diante dessa situação.

- Eu não posso, já pensou se o conselho optar por um castigo crucial, eu não suportaria perder minha filha. Você sabe muito bem do que é abrir mão de algo só para dar a filha um lugar digno de viver, já fiz coisas que não orgulho e não é agora que irei abandonar tudo só para cumprir uma ordem estúpida do Conselho.

- Não Mary! Nada foi decidido e ninguém vai optar por algo que ponha em risco a vida dos nossos e crucial o que sua filha fez, mas o Conselho irá entender, assim que o nosso visitante inesperado acordar e estiver melhor, vamos reunir todos e juntos decidiremos o melhor para todos.

- Amiga eu não sei se estarei pronto para seguir em frente, as pessoas conta comigo eu mostro forte e autoritária, mas eu não vou suportar se perder minha filha, já fiz muitas coisas que não me orgulho.

Liana levantou do seu lugar seus olhos estava fixo em sua amiga, por alguns segundos o silêncio pairou entre elas, ela caminhou até Mary e repousando a mão no seu ombro disse:

- Sabe eu lembro quando tornamos amigas éramos duas pessoas assustadas com seus segredos e medos, você batalhou muito ganhou a admiração de todas até conseguir tornar líder, não é agora que você vai ceder depois de tanta luta, respira tenha calma não está sozinha nessa luta.

Mary levantou com os olhos cheios de lágrimas e em um momento inesperado abraçou sua amiga e no meio aos fungos e soluços na sua voz de choro falou:

- A minha filha não entende tudo o que eu fiz, não aguento mais esconder dela o que eu tenha feito para o bem desse lugar e da minha filha, tantas responsabilidades e obrigações e manter esse ar autoritário e um peso que não aguento mais.

- Olha tenta dormir, pense melhor em tudo, amanhã o conselho decidirá o nosso futuro, seja como for farei que seja justo e mesmo que as coisas esteja difícil Mary, não esqueça você tem um peso grande nesse lugar e nada passa sem decidir se a população não concordar.

- Tem razão eu estou sendo muito precipitada, vou descansar minha cabeça e pensar melhor, preciso pensar em todos, mas não vou deixar minha filha de lado por nenhuma obrigação. Obrigada Liana você fez eu ver melhor a situação.