Eu nunca entendi o motivo do primeiro dia de aula ser por vinte-quatro horas, talvez seja só uma mania minha de questionar tudo.
O dia começou como qualquer outro, meu pai fazendo café, que sempre era extremamente doce e torradas com queijo perfeitamente derretido. Enquanto isso, minha mãe lia as notícias em seu tablet para toda à família, que basicamente consistia em obviamente eu, ela, meu pai, minha irmã mais nova de dois anos, minha irmã mais velha de vinte anos que nesse mesmo dia também teria seu primeiro dia na faculdade, geralmente, as pessoas começam com dezessete ou dezoito anos, porém meus pais acharam que era importante para uma garota se descobrir antes de começar uma nova fase da vida (palavras deles, não minhas), porém, de qualquer forma ela se daria bem, era extrovertida, bonita, e o mais importante era mulher. Minha avó sempre me dizia que a vida era difícil para meu pai na escola, ele tinha muita vontade de praticar os esportes femininos mas não era permitido.
Não podendo adiar mais a tortura social, fui para o colégio.
Entramos no carro, toda à família, era um Volvo Concept, que minha mãe estava muito empolgada em finalmente comprar, o carro que ela estava à sonhar por meses.
Eu era o segundo a descer do carro, depois que minha mãe deixava Meg na pré-escola. E enquanto Kristen tinha seu primeiro dia de aula em sua nova faculdade, provavelmente virando a Queen B instantaneamente do lugar e criando ilusões amorosas com os pobres calouros.Logo que cheguei na escola, encontrei meus melhores amigos, Lola e Kellan que também eram namorados, o que às vezes ficava estranho pois eu me sentia como um incômodo para o casal.
A primeira aula era de Estudos Religiosos, que eu particularmente achava muito interessante, porém a aula era muito cansativa e cada bimestre era preciso entregar um trabalho sobre diferentes religiões.
Era sempre engraçado como todos se calavam quando a professora Judith chegava em classe.
-Bom dia alunos, bem vindos de volta! - ela disse séria, como sempre.
Depois de todos responderem em coro um desanimado bom dia, a professora continuou à falar com sua seriedade intensa.
-Como todos aqui sabem à cada bimestre é preciso ser apresentado um trabalho sobre religiões diversas.- ela falou sem pausas com seus olhos focados em todos os alunos.
A professora é interrompida por Riley.
-Professora, esse ano o prazo entre os trabalhos podem ser maiores?- Riley disse gentilmente, sorrindo como sempre.
-Sem interrupções, por favor- disse Senhorita Judith olhando para Riley pouco irritada.
Logo depois que Riley fez sua pergunta para a professora, Kylie revira os olhos. Por algum motivo Kylie nunca gostou de Riley, ela nunca gostou de ninguém além de seus "amiguinhos" populares, na verdade. "Os intocáveis" como os próprios se intitulavam.
Era difícil para mim pensar que há um ano atrás, eu era interessado em Kylie e que nosso relacionamento também durou um ano, cheio de brigas e discussões. Ela criticava praticamente tudo que eu fazia, dos meus cabelos castanhos ao jeito que me vestia. Eu era obrigado à sentar com "Os intocáveis" todas as refeições, todos os dias e ir a suas festas estúpidas cheias de bebidas e pessoas vazias.
O problema não era a festa em si, mas sim as músicas, sempre as mesmas músicas e Kylie nunca se dispusera à convidar meus amigos.
Depois de um longo e estressante ano, me vi livre de Kylie. Ela me perseguia e não aceitava o término, porém quando alguém melhor apareceu, ela me esqueceu rapidinho.
-Continuando-Professora Judith encara Riley. -No primeiro bimestre o tema será o cristianismo na Idade Média.
Fácil-pensei
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Colocaremos Fogo no Céu
General FictionAirot vive em um mundo sexista, onde mulheres vivem no comando, ele passará pelas dificuldades que é viver nesse mundo de desigualdades. ESSA É UMA OBRA FICTÍCIA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL DA AUTORA. CONTÉM CENAS DE SEXO E LINGUAGEM DE CUNHO ADULTO.