3 | Faíscas

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Enquanto andava no caminho de volta para o campus, não conseguia parar de pensar em Riley e no nosso beijo.
Quando cheguei não pude evitar de escanear o lugar procurando por Riley, que estava conversando com sua amiga Tony. Por mais que eu quisesse ir falar com ela, sabia que deveria lhe dar espaço. Então decidi procurar meus amigos, pois realmente precisava conversar com alguém sobre Riley.

Fui em direção à escola na intenção de encontrar Lola que era melhor com esses assuntos, e acabei por trombar em uma Kylie, essa que me mandou um sorriso maldoso, antes eu havia demonstrado coragem diante dela mas agora estava realmente preocupado com o que ela poderia dizer sobre mim.
Kylie era imprevisível, me lembro de uma vez que veio à minha casa, e praticamente obrigou meus pais a deixarem eu ir à uma viagem com ela na cabana que seus pais tinham. Naquela época, Kylie planejava incessantemente transar comigo, como uma obsessão, que me deixava ansioso e com medo.

Decido parar de pensar em meu passado complicado com Kylie, e continuar a procurar alguém com que eu pudesse conversar sobre o beijo intenso que recebi.
Fiquei deverás aliviado quando avistei uma pele negra brilhante e cachos que desciam até as costas como uma cachoeira. Lola era realmente uma visão, mesmo que fosse minha melhor amiga e namorada de Kellan, não podia negar sua beleza.
Ela parecia estar distraída, olhando um quadro de avisos da escola, então decido lhe dar um pequeno susto.
Espero ela ficar de costas e me preparo como uma pantera se prepara para atacar sua presa. Corro, gritando "Mary" e aperto de leve a cintura de Lola.

-Ah! - ela gritou e eu gargalhei. - Meus deuses Air, eu quase morri do coração! - ela exclamou e me lançou um sorriso.

-Me desculpe, Santa Irmã Mary. - disse rindo e Lola me encarou com cara de brava.
Mas falando sério, eu estava te procurando, preciso te contar algo que aconteceu.

-Claro, sempre ao seu dispor, meu caro lorde. - disse Lola brincando. -Algo bom ou ruim?

-Bom. Eu acho - respondi lembrando do beijo que recebi de Riley, e senti um instinto de sorrir com essa memória.

-Por esse sorriso bobo nos seus lábios deve ser bom mesmo Air. - Lola falou me retribuindo um sorriso brilhante. -Vamos procurar um lugar para que a gente possa conversar melhor.

-Concordo. - eu disse rapidamente, procurando uma sala vazia e afastada para conversamos.

Andamos um pouco pelo corredor, reparando e discutindo sobre a reforma na escola, até que encontramos uma sala bastante afastada.

-Então, desembucha! - disse Lola parecendo ansiosa.

-Ok, calma. - falei tentando acalmá-la.
Isso é meio embaraçoso - continuei, eu juro que se não fosse moreno, estaria corado naquele momento.

-Airot, eu sou sua melhor amiga, você pode me contar qualquer coisa. - ela disse me confortando e pressionando suas mãos contra os meus ombros.
Eu sei que sou uma pessoa difícil de lidar e às vezes falo coisas que você não gosta.

-Coisas femistas! - exclamei sério, fazendo Lola revirar os olhos.

-Tá, fala logo! - Lola disse, sem paciência.

Lola sempre foi assim, sem paciência e tato nenhum para as palavras. Porém, procurava me ajudar de algum jeito com os meus problemas.

-Uau, esse foi o momento fofo mais rápido da história do universo! - rimos.

-Não chore porque acabou, sorria pois aconteceu, meu caro. - Lola respondeu filosófica, o que me fez rir mais ainda.

-Vou te contar logo o que aconteceu, antes que você solte mais uma dessas frases. - falei tentando parar de rir.

Respirei fundo.

-Riley me beijou.

Naquele momento, Mary arregalou os olhos, sorriu e depois se fechou em confusão.

-Espera! - falou levantando as mãos em defesa. -Quem é Riley? É aquela loirinha que beijou Damon na festa da Marta ano passado? - perguntou com uma certa empolgação no olhar.

-Uh, não. Riley tem cabelo curto castanho e olhos escuros, bem bonitos por sinal. - esclareci sorrindo.

Lola suspirou parecendo desapontada.

-Aquela garota gorda que fica sempre sorrindo. - perguntou retoricamente com cara de nojo.

-Minha Deusa, por que você sempre tem que falar mal das pessoas! - falei começando à ficar irritado.

-Calma esquentadinho, eu só disse que ela é gorda. Porque bom, ela é, além disso, eu sabia que ela gostava de você.

Eu nunca entendi qual era o problema de alguém ser gordo ou qual era a diferença que isso fazia na sociedade. Para mim, Kylie era bonita e ponto, Riley era linda e ponto.

A última frase que Lola havia dito, tinha me deixado atordoado, como eu não tinha notado isso antes? Ano passado parecia um borrão na minha mente, eu estava tão focado em meu relacionamento tóxico com Kylie, que não havia percebido que Riley tinha sentimentos por mim.

Ei Air, tá me ouvindo? - Lola perguntou autoritária, estalando seus dedos na frente dos meus olhos.

-Fala! - exclamei impaciente.

-Não precisa agir assim comigo Airot. - disse ofendida. Isso é por que eu chamei sua nova namorada de gorda? - falou com sorriso de canto de rosto que juro que estava me dando nojo naquele momento.

-Eu só não entendo por qual motivo você sempre tem que criticar as pessoas. - disse irritado.

-Só tava te zoando menino, apenas acho engraçado a gordinha ser a fim de você.

Eu realmente não estava aguentando o jeito que Lola falava de Riley, às vezes ela me sobrecarregava tanto com suas palavras, que eu não conseguia ficar ao seu lado.

-O jeito que você fala da Riley, te iguala à Kylie, tome cuidado para não virar igual sua inimiga Mary! - lancei com raiva e quase gritando.

Depois de falar isso para Lola, não esperei e saí, não conseguia nem olhar na cara da minha melhor amiga naquela altura.
Eu não sabia de Lola faria as pazes depois. A única coisa que eu tinha certeza naquele instante, era que eu precisava descobrir o que sentia por Riley, e contar à ela.


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Continua em 4|Eletricidade



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