Capítulo Nueve - Te Quiero

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Alguns dizem que é sorte. Outros, que é coisa do destino. Eu prefiro dizer que é luz. E calmaria. Porque, quando você chegou, foi isso que você trouxe de volta pra mim: paz. Uma paz que destino nenhum ou sorte nenhuma seria capaz de explicar. De entregar.
- Plenitude.  
 

- Vamos sair daqui. – Ramos me tirou da minha hipnose, e fez meus olhos desviarem-se da parede e o encarar.

- O que? – eu devia estar parecendo um parvo, que idiota.

- Vamos sair daqui. – ele sorriu e eu fiz o mesmo. – Eu não quero explicar as coisas a você no meio de um banheiro sujo, de uma boate cheia de barulho. Eu prefiro que os únicos sons á nossa volta, sejam das nossas respirações.

Ele esticou a sua mão, e eu a agarrei como se fosse a coisa mais certa, mas também como se fosse a primeira vez que o fazia, com alguém por quem o meu coração batia mesmo. É bastante gay isto não é? Mas eu estou ciente disso, e não o negaria por nada, pelo menos para mim mesmo. Respirei fundo, quando meus pés pisaram o chão da rua, e uma fina chuva cobria Madrid. Olhei novamente Ramos, que se direcionava para o seu carro.

- Como está chovendo, acho melhor irmos para.

- Minha casa. – falei prontamente, e ele assentiu com um sorriso de lado. Dei a volta ao carro, abrindo a porta do passageiro, e entrando ao mesmo tempo que ele, que mal fechou a porta ligou o carro, começando a conduzir pelas ruas da cidade.

- Você tem que me dar indicações.

Gargalhei um pouco lhe explicando onde virar, e que caminho seguir até que o som dos pneus travando indicou que Ramos tinha acabado de estacionar á porta da minha casa. Abri a porta do carro, fechando a mesma atrás de mim, caminhando na sua frente.

- Bela casa. – sua boca se abriu mal o seu corpo tinha acabado de cruzar a porta, e eu a tinha trancado.

- Obrigada. – retirei meu casaco, o jogando numa cadeira da mesa da sala de jantar e caminhei até á cozinha. Eu precisava de uma bebida, urgente. Abri a geladeira, retirando uma garrafa de cerveja e apontei a Ramos que assentiu com a cabeça, esticando o braço e agarrando a garrafa. Abri a minha e depois a dele, e levei aquele liquido á minha boca. – Quer começar a se explicar? – eu fui ligeiramente rude.

- Pois. – ele riu sem jeito, e eu me sentei num dos banquinhos junto da bancada da cozinha. – Eu nem consigo imaginar a raiva que você deve ter de mim não é mesmo? – ele suspirou, batendo a garrafa em cima da bancada. – Eu fui lá para falar com você, para estar junto a você, para.

- Para que Ramos?

- Eu não sei explicar Iker, sério, eu queria tanto explicar o que eu quis lá ir fazer, mas parece que o raio das palavras não saem da minha boca. Parece que tenho aqui um nó enorme que está me impedindo de falar de dizer o que eu quero. Eu nem sei porque estou assim, mas parece que eu estou meio que tremendo sabe?

Me levantei do banco, depositando a garrafa no recipiente próprio do vidro, e me aproximei de Ramos.

- Fala. – o olhei intensamente.

- Eu fui lá, porque eu precisava de estar junto de você. De acabar de vez com esta situação que nós dois estávamos vivendo, de acabar com esta barreira, com esta separação. Eu já não conseguia mais que você não olhasse nem na minha cara, nem que me dirigisse a porra da palavra. E ver você sempre agarrado com o Ronaldo somente piorou isso. Cara, eu nem sei o que dizer, de verdade. – ele passou a mão pelo cabelo, suspirando e um sorriso abriu-se em meu rosto, sem ele ver. – Depois a Sara, ela veio para cima de mim, dizendo que estava carente, que você a tinha deixado de lado, que a deixava sozinha sem carinhos. – eu respirei fundo ao ritmo dele. – E eu não queria Iker, eu juro que não queria, mas quando eu dei por mim, nós dois estávamos na cama transando. E eu me arrependi desde o primeiro momento.

Me afastei dele, voltando aquele banquinho, observando o seu peito que subia e descia apressadamente. Estiquei minha mão na sua direção e ele me olhou surpreendido.

- Não me vai surrar de novo?

- Não. – ri um pouco. – Eu não irei culpar você, pois eu sei o que é fazer o que não devemos acredite. – me lembrei imediatamente da transa com ela e abanei minha cabeça. – Eu não vou bater mais nesse assunto Ramos pode ficar descansado.

- E eu agora sei de uma coisa. – ele falou convicto.

- Do que?

- Sabe. – ele pegou a minha mão, olhando os meus olhos, e eu me senti meio tímido. – Eu entrei na sua casa com um propósito. De ter você.

- Eu te amo. – nem controlei minha fala.

- O que estás falando Iker? - Sérgio me olhou, enquanto eu agarrava lentamente em dois dedos dele. 

 - O que ouviste. - aproximei minha boca da sua, sentindo os seus lábios. - Eu te amo.

Ele soltou o ar preso, passando a mão em meus cabelos.

- Era isso que eu ia falar a você. Eu preciso de você do meu lado, na mesma cama que eu. 

💙💙💙💙

Kisses ❤❣

Mi Guardian [SerIker] √Onde histórias criam vida. Descubra agora