Meu Caro Fisioterapeuta (EM PAUSA)

Capítulo Um

Boa leitura<3

Gabriela

— Gabriela vem logo! Se não vamos nos atrasar! Não se esqueça de que seus pais já estão nos esperando! — Raquel grita da sala de estar com uma impaciência.

— Eu sei. Calma, só falta o batom e... Pronto! Já estou descendo! — grito de volta — pego minha bolsa estando em cima da cama. Saio às presas do meu quarto, não antes de fechar o mesmo, e vou em direção à escada, descendo-a com cuidado, pois, estou usando sandálias de salto alto. Ao chegar à sala de estar, me deparo com minha melhor amiga me avaliando dos pés a cabeça.

— O que foi?— pergunto — Por que você está me olhando dessa maneira? — arqueio as sobrancelhas.

— Gabi você esta incrível! — Rio de sua fala — Pensando bem, valeu a pena eu ter te esperado todo esse tempo — indaga Raquel.

— Não exagere. Eu estou com um vestido bem básico, pois você, mas do que ninguém, sabe que eu não gosto de usar roupas caras ou chamativas demais — ao terminar de falar percebo ela revirar os olhos.

— Sim. Eu sei disso. Na verdade, não entendo sua implicância com roupas chamativas, mas isso não importa agora, isso não muda que você está deslumbrante, e tenho certeza que o Carl... — Raquel é interrompida pelo som de buzina do carro meu noivo, Carlos, que acabara de chegar.

— E por falar no bonito, eis que ele aparece — deixo uma risada escapar.

— Quem diria que eu tenho uma amiga vidente — brinco.

— Eu sou uma caixa de surpresas mon amour — ela diz piscando para mim — Mas agora vamos logo, que eu estou maluca para ir nessa festa e encher a cara — Raquel pega sua bolsa e sai puxando meu braço rumo à porta.

Ao passar pela porta da minha casa sinto um aperto em meu peito. Como se fosse um sentimento ruim, que eu não saberia explicar. (Será algum sinal?)... Não... Deve ser só coisa da minha cabeça — penso comigo mesma — resolvo ignorar esse mau pressentimento e sigo adiante atrás de minha amiga. Ao chegarmos à frente da casa, avisto meu noivo que está encostado no seu carro, uma (BMW) preta, com as mãos no bolso. Ele está muito lindo trajando uma camisa social branca, junto de um casaco azul-escuro e a calça da mesma cor feita sobe medida. Simplesmente perfeito.

Ao nos avistar, abre um sorriso encantador, em seguida ele caminha até mim.

— Meu anjo, você está maravilhosamente linda — ele diz e deposita um singelo beijo em meus lábios.

— Você acredita que eu disse a mesma coisa para ela, mas como sempre ela acabou discordando de mim. Sabe como ela é né. Gabriela e sua timidez — Raquel se pronuncia enquanto revira os olhos.

— Sua amiga tem razão meu anjo, não precisa sentir vergonha.

— Ah! Mas vocês dois gostam de me deixar com vergonha, não é? — sorrio meio sem graça. Sei que para algumas pessoas chamar à atenção é tudo, ainda mais quando a pessoa tem uma boa condição financeira como eu, mas para mim é diferente, pois sou muito tímida e nunca gostei de esbanjar minha riqueza para ninguém. Porém, tenho que confessar que gosto quando meu noivo e minha amiga me elogiam, agora se for outra pessoa que eu não conheço eu acabo ficando envergonhada.

— Pois bem, por mais que eu goste de ficar te admirando por horas, nós temos que chegar à festa no horário combinado e já nos atrasamos alguns minutos — Carlos diz enquanto oferece sua mão para eu segurar.

— Verdade! Já estava me esquecendo — repondo.

— Vamos, então? — pergunta ele se dirigindo a mim.

— Sim, Vamos — seguro em sua mão entrelaçando nossos dedos.

— Até que enfim! Vocês são fofos juntos, mas ninguém merece ficar segurando vela o tempo todo — comenta Raquel.

Minha amiga não tem namorado só alguns ''Crushes'' como ela nomeia os caras que ela já ficou. Raquel não é de se envolver com nenhum homem, e considera o namoro algo muito clichê. Mas eu tenho esperanças de que um dia apareça um homem legal e sério que conquiste a minha amiga. Agora até esse fulano aparecer, paciência.

Seguimos os três até a BMW estacionada. Raquel abre a porta e se senta atrás enquanto Carlos rodeia carro e abre a porta do carona para eu entrar. Eu adoro esse lado cavalheiro dele, essa foi uma das qualidades que me fez me apaixonar por ele.

Em seguida ele abre a porta do motorista adentrando o veículo, nós três colocamos o sinto de segurança, Carlos liga o carro e saímos portão afora em rumo à festa da empresa de minha família.

Durante o trajeto, aquela sensação ruim volta a me incomodar. Tento distrair-me observando á paisagem de fora do carro, entretanto esse sentimento parece aumentar.

Carlos percebe minha inquietação e coloca uma das suas mãos sobre as minhas que estão sobre meu colo.

— Algo lhe está incomodando? — pergunta ele a mim.

— Não... É só o clima quente que está me deixando indisposta hoje — minto com intuito de não preocupá-lo.

— Assim, eu entendo. Estamos quase chegando — Ele sorri-me e em seguida volta a sua atenção para a estrada.

A viagem estava correndo tudo bem... Até viramos uma curva bem curvilínea. Foi tudo muito rápido. Nosso carro derrapou na pista, em seguida desceu uma ladeira e capotou seis vezes até atingir uma árvore em cheio.

Eu estava certa... Aquele pressentimento ruim era real.

Foi a partir desse dia, que eu tive a certeza de que se eu sobrevivesse, minha vida nunca mais seria a mesma.