CAPÍTULO 1

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Território de Wyoming, Setembro de 1879

O estalo agudo despertou Camila de um sono leve. Sacudiu a cabeça na tentativa de clarear o atordoamento provocado pela poeira, pelo calor fora de época e pelos dois dias e duas noites passados em uma das diligências desconfortáveis.

_ Será que quebramos um tirante.? - Indagou um passageiro, nervoso.
_ Pode ser, mas com esses rangido e estalos constantes, e difícil saber - respondeu o ferreiro.
_ Não me parece que um tirante tenha quebrado - Resmungou o Vaqueiro sentado ao lado de Camila.
_ Vou dar uma olhada.
Inclinando-se sobre Camila, ele pôs a cabeça para fora da janelinha.
_ Uns doze cavaleiros estão bloqueando a estrada logo ali a diante - Ele avisou.
_ Parece Que eles querem assaltar  - o vaqueiro falou, meio encolido.
No mesmo instante, os passageiros se alarmaram. Ansioso para proteger a mercadoria da ganância dos predadores, que custumavam cair sobre diligências como abutres, o vendedor de relógios apertou os braços em volta da maleta. Devagar, Camila enfiou a mão no bolso da saia de sarja azul e segurou a pequena pistola.
Só um único passageiro não emitiu opinião. Contínuo na mesma postura relaxada no assento em frente ao de Camila. Com os braços cruzados sobre o colete de Couro, O chapéu de copa achantada puxando para baixo, até quase o nariz, ela ignorava a agitação.
O nome dela era Lauren Jauregui. Murmúrios nervosos sobre ela tinham sido trocados pelos outros passageiros desde o momento em que ela havia posto a sela no compartimento de bagagem e, depois, subido no veículo.
Naturalmente Camila tinha ouvido falar da sujeita.
Outro estalo repercutiu no ar, eliminando todas as dúvidas dos passageiros. Acompanhada por palavrões proferidos pelo cocheiro, a diligência começou a diminuir a velocidade.

O coração de Camila disparou sob a blusa branca de gola alta e o casaquinho de sarja azul de seu costume de viagem.
Ali na diligência, enquanto tentava extrair coragem dessa sua faceta inflexível, o vaqueiro embriagado empunhou a pistola.
_ Olhe aqui, homem, nada de atira com isso! - o ferreiro o advertiu.
_ Não vou deixar que malditos assaltantes peguem meu dinheiro.
_ O guarda ainda não atirou. Seria melhor você...

O ferreiro não terminou a recomendação. Rápido com um raio, o pontapé de uma bota feita a mão arrancou fora a arma da mão do vaqueiro. Ela bateu no lado da diligência e caiu no chão, junto as botinhas de camurça beje de Camila.
Praguejando, o vaqueiro virou-se pra a Mulher escarrapacho no assento em diagonal ao dele.

_ Como todos os diabos, por que fez isso?

Com a ponta do indicador, Lauren afastou o Chapéu pra cima. O olha gelido cravou-se no rosto furioso do vaqueiro.

_ Um homem não deve sacar uma arma quando não está em condições de usá-la . Ou preparado para morrer.

_ Você fala Por experiência própria - o vaqueiro respondeu.
_ Levando em conta as vezes que sacou seu revólver, você está sempre mais do que pronto para puxar o gatilho.
_ Algumas pessoas pensam que sim.

A resposta seca provocou um arrepio em Camila.
Num misto de fascínio e temor, ela observou o rosto de Lauren. Magro e de linhas firmes, e os olhos numa coloração entre o verde e o Azul.

_ Vocês aí na diligência! Ponham as mãos para cima!

Notou o vendedor de relógios, que ainda apertava a maleta contra o peito, e em seguida olhou para o lado. Não conteve um largo sorriso.

_ Ora, ora! Vejam quem está aqui, rapazes, Lauren Jauregui em pessoa!

Os outros assaltantes, que rodeavam a diligência chegaram mas perto.

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