Vida em páginas 2

Correria

Cinco dias depois...
     - Meu amor eu tô nervosa. - diz Frô roendo as unhas.
     - Calma meu bem! Vai dar tudo certo. Olha quanta gente tem aqui, mais do que na inauguração do primeiro.
A porta do restaurante estava cheia de pessoas, mais ou menos uma centena delas, esperando que o laço vermelho fosse cortado para que eles pudessem entrar.
Frô pega o microfone e começa a falar, logo ela se emociona, eu seguro sua mão e ela continua a falar.
     - Bom... com tudo isso eu só quero dizer que esse dia é um sonho realizado e eu quero agradecer pela presença de cada um de vocês aqui. Muito obrigada a todos! - ela olha para mim com os brilhando e diz : - Mas esse sonho não é só meu, é nosso sonho, meu e do amor da minha vida. Sem ele esse sonho não seria possível.
Ela sorri para mim, eu devolvo.
Obrigada amor! - Frô me dá um selinho. E eu também devo minha gratidão a Deus pois foi Ele quem nos abençoou pra realizarmos esse sonho. Depois continua:  - Quer dizer alguma coisa meu amor?
Eu olho para toda aquela gente e só consigo dizer: - Sejam bem-vindos! Que os pedidos comecem. - faço um sinal de tesoura com os dedos para o Gustavo e ele corta a fita, logo aquela multidão começa a entrar e se sentar às mesas e rapidamente fazem seus pedidos.
Eu e Frô vamos para cozinha, supervisionar os cozinheiros.
     - Anda Gabriele! Mais rápido com essa carbonara!
     - André! Corta essa cebola mais rápido! Você já viu quanta gente tem lá fora?
Frô fica em cima de cada cozinheiro.
     - Jônatas isso aqui tá com muita pimenta. Corre e faz de novo!
     - Chefe o ponto da carne está bom? - pergunta Diana.
     - Como o cliente pediu?
     - Mal passada.
Ela olha para carne e faz cara feia.
     - Mal passada? Mas isso aqui está quase vivo Diana, olha como está sangrando. Mais um pouco no fogo.
     - Meu amor calma! Os nossos cozinheiros são os melhores, vai dar tudo certo, não precisa pirar anjo.
     - Kevin, a propósito, ajuda o Renato com o molho, é o pardo, sua especialidade.
     - Não precisa chefe, tá tudo sob controle.
     - É só para ir mais rápido Renato, eu sei que você também faz um molho pardo maravilhoso. - diz ela o fuzilando com os olhos.
Vou ajudar Renato antes que ela jogasse uma faca nele.
Danilo se aproxima dela.
     - Ué Danilo por que você está aqui parado?
     - Chefe é que você está fazendo o meu trabalho.
     - Nossa Dan! Me desculpa eu nem tinha percebido. É o Kevin tem razão eu preciso ter calma. Eu contratei vocês porque confio no trabalho de cada um. Mas é que o restaurante está lotado e é inauguração. Me desculpa gente! Eu dei uma pirada, mas agora vou deixar vocês fazerem o seu trabalho. Meu amor vamos lá fora comigo ver como estão os clientes?
     - Vamos.
Saímos para fora e só chegava mais gente, graças a Deus ainda tinham algumas mesas sobrando, começamos a andar pelo restaurante e parar em cada mesa.
Em uma das mesas estava a família da Frô.
     - Oi meu amor! Uau! O restaurante está muito cheio. Que orgulho filha, eu estou tão feliz por vocês.
     - Nós também estamos muito felizes dona Soraia. Obrigada!
     - Parabéns ao lindo trabalho de vocês, estamos todos muito feliz por vocês meu filhos.
     - Obrigada seu Lourenço!
     - Meus pés estão inchados, minha coluna está doendo, mas eu não poderia deixar de vir na inauguração do restaurante porque eu sei o quanto é importante para vocês, eu estou muito feliz por poder estar aqui.
     - Obrigada Bel! Eu também estou muito feliz por você estar aqui, aliás por vocês estarem aqui, a minha família toda, só faltou os meu sogros. Mas até o Gabriel está aqui, que surpresa.
     - Pois é minha irmã! Por um milagre ele conseguiu dar uma escapadinha do consultório.
     - Obrigado Gabriel, eu e a Frô estamos muitos feliz por vocês estarem aqui.
     - É um prazer estar aqui Kevin e Afrodite!
     - Mãe eu gostaria muito de ficar aqui com vocês, mas como vocês podem ver, temos muito ainda para fazer.
     - Oi Frô! Vocês não vão falar comigo?
     - Ah! Anderson me desculpa eu nem te vi ai. -ela se vira para ele. -Que bom que você veio também.
     - Oi Kevin!
Não podia acreditar que aquele cara resolveu aparecer numa reunião de família, onde ele sabia que eu e a Frô estaríamos. Ele estava fazendo questão de me provocar.
     - Oi! Obrigada por terem vindo família. - o ignoro.
     - Temos que ir, até logo. Ah! Mãe quando terminar tudo aqui vamos para sua casa ok?
     - Sim minha filha. Que maravilha nós vamos ficar esperando vocês.
Eu e Frô continuamos a andar pelo restaurante.
...
Horas depois todos tinham sido servidos e não parava de chegar gente.
     - E ai Danilo, como está tudo por aqui?
     - Só correria seu Kevin. Nós estamos dando o nosso melhor.
     - Que bom. Eu também vou ajudar.
Frô já estava com a mão na massa, literalmente.
Passamos o dia inteiro trabalhando.

Chega nove e meia, hora de fechar mais o restaurante ainda estava cheio.
Então ficamos até a meia noite trabalhando. Já estávamos exaustos.
Seguimos para a casa da minha sogra.

     - Oi filha! Pensei que vocês não viriam mais, eu e o Lourenço estávamos deitados assistindo.
     - Desculpa a demora mãe. É que o restaurante ficou cheio até agora.
     - Nós estamos exaustos dona Soraia.
     - Eu estou vendo. A cara de vocês está péssima.
     - Mãe estamos pensando em dormir aqui.
     - Ô filha! Eu pensei que vocês não vinham mais, aí deixamos o Anderson dormir lá no seu quarto.
     - O Anderson está aqui ainda?
     - Sim. Já fazem alguns dias que ele veio pra cá. Parece que vai ficar um tempo com a gente. Mas e agora minha filha? Eu já sei. Eu e o Lourenço dormimos aqui na sala e vocês dormem no nosso quarto.
     - Imagina dona Soraia! Não precisa. Nós vamos para casa dos meus pais é aqui pertinho mesmo.
     - É mãe. Não se preocupe nós vamos para lá.
     - Me desculpem meu amores. É que eu pensei que vocês tinham resolvido voltar para Ubatuba.
     - Sem problemas mãe. A gente também nem te avisou que iríamos demorar. Tudo bem.
     - Vamos então amor?
     - Vamos sim.
Nos despedimos de dona Soraia e vamos para casa dos meus país.
Meu pai abre a porta e nos recebe muito bem.
     - Oi filho que surpresa!
     - Oi pai! Nós podemos dormir aqui?
     - Claro meu filho. Mesmo que você não more mais aqui essa casa continua sendo sua. Desculpa não ter ido na inauguração do restaurante de vocês mas é que a Milena não estava bem, ela só conseguiu dormir agora pouco.
     - Mas agora ela tá bem pai?
     - Ah filho! Já faz um tempo que ela sempre tem esses dias de ficar abatida. Mas eu sei que isso vai passar.
     - Eu também pai.
...
Eu e Frô subimos para o quarto que era meu, que ainda estava do jeito que deixei, como se tivesse parado no tempo.
Nos deitamos e dormimos como pedras.