Capítulo 1: Nárnia

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Pov. Isabella

Acordei com o sol em meu rosto, e assim que abri os olhos senti uma dor latejante na cabeça. E então, as memorias do que aconteceu voltaram tão fortes quanto a onda que nos atingiu. Levantei de um salto, péssima ideia já que eu quase cai de novo. Olhei em volta vendo toda a tripulação se erguer aos poucos.

"Capitã?" Um dos recrutas aprendizes me chamou. "Onde estamos?"

"Eu não sei Travor, mas vamos descobrir okey? Vamos descobrir e voltar para casa." Disse me abaixando um pouco. Ele era uma criança, provavelmente 12 anos, de olhinhos castanhos e cabelos pretos encaracolados, tão jovem, mas tão inteligente. Ele assentiu em resposta, se afastando e se juntando aos colegas.

olhei em volta novamente, desta vez, analisando o local em que me encontrava. Era uma praia, de areia branca, e água tão límpida que podia-se ver peixes consideravelmente grandes próximos ao meu navio. Espera meu navio? Não era pra ele estar despedaçado ou algo do tipo? Que estranho.

"Bella! Você está bem?" Roberta perguntou se posicionando ao meu lado.

"Estou, só um pouco zonza. Você fez aquilo? Ou foi Gideon" perguntei apontando para o para o navio ao longe, que aparentemente, estava intacto.

"Não, acordamos agora." Ela disse franzindo as sobrancelhas. "De qualquer forma, pensamos que você gostaria de explorar o local. Ou vamos morrer de fome."

"É, eu estava pensando nisso agora. Eu e Gideon vamos conjurar botes pra levar os novatos para o barco, pode ser perigoso para eles." Ela assentiu, andando ao meu lado. "Alex! Tiago! Nicolas!"

"Sim Capitã!"

"Levem os recrutas e os novatos para o navio, eu e o reto da tripulação vamos explorar o local." Disse enquanto eu e Gideon fazíamos com que pequenos gravetos, que estavam por perto, se transformassem em botes pequenos botes.

Alguns minutos depois, todos os tripulantes mais jovens, inexperientes e despreparados estavam navegando em direção ao navio. assim que tive certeza de que todos estavam seguros, eu e o restante da tripulação começamos a nos dividir em pequenos grupos para explorar o local.

"Muito bem," comecei olhado a bussola de bolso "Gideon e Miguel, vocês dois vão liderar para o Leste, procurem por comida e mantimentos, não sabemos quanto tempo vamos ficar por aqui. Roberta e Maria, liderem para o Oeste, tentem descobrir onde estamos, eu vou para o sul tentar achar algum vilarejo ou achar um lugar onde possamos passar a noite. Se alguma coisa acontecer, vocês sabem o que fazer.

"Mandar um sinal de fumaça vermelha se corrermos perigo, ou verde se acharmos algo estranho ou suspeito." Gideon disse arrumando a espada no cinto. Eu assenti em concordância, e então nos separamos. Andava mata adentro atenta a qualquer barulho, quando eu avistei uma estrada de terra, larga o suficiente para carruagens e carroças passarem. Talvez ela me leve para um vilarejo próximo.

Depois de algum tempo caminhando, foi possível ver um arco de pedra. Do outro lado, se encontravam várias pessoas e, espera, isso são faunos e centauros? De qualquer forma, não é importante agora. Esse lugar parece pacífico, mas tenho quase certeza de que eles não gostariam de piratas alheios por aqui.

Cautelosamente, voltei para dentro da mata e conjurei um manto com capuz e me pus a andar no meio da multidão. Andava despreocupadamente as vezes acenando com a cabeça para os cidadãos que passavam por mim, quando ouvi resmungos manhosos e tristonhos. Um casal, não muito longe de onde eu estava, se abraçavam enquanto contavam a um soldado. Cheguei mais perto.

"A meu filho, tão jovem, era só uma criança. POR QUE NÃO ME LEVARAM NO LUGAR DELE?!"

A mulher urrou entre lagrimas.

"Shhh" o homem afagou os cabelos negros da mulher pálida. "vai ficar tudo bem, vamos encontra-lo, Aslam e os reis vão nos ajudar. Tudo vai dar certo, e no final vamos voltar a ser como éramos."

"Como me acalmar Will?!?! Nosso filho foi raptado e tudo o que deixam são apenas cacos de vidros, e você quer que eu fique calma?!"

E então, senti meu coração errar uma batida e meu sangue gelar. Não poderia ser possível que ele tenha voltado. Principalmente para esse lugar. Ou pode? Mas esses pensamentos se foram, tão rapidamente quanto vieram, assim que meus ouvidos puderam ouvir o tilintar do ferro de espadas se chocando, e meus olhos voltarem para o céu. Uma massa vermelha de fumaça crescia lentamente.

Corri o mais rápido que pude, desviando da multidão, até encontrar Gideon, Roberta e Miguel lutando contra um bando de homens armados. Um pouco mais atrás dos três, uma jovem de lisos cabelos acobreados se encontrava paralisada. O vestido de cetim vermelho detalhado com fios dourados e os sapatos chiques praticamente gritavam que ela era de uma família rica ou alguém da realeza.

Saquei duas pistolas e me aproximei lentamente de dois dos possíveis ladroes posicionando ambas as armas nas nucas nos mesmos. Roberta conseguiu imobilizar dois homens com as espadas enquanto pisava na mão de outro com o salto da bota, e Gideon e Miguel apontaram as bestas para um único homem que ainda estava consciente.

"Como vocês conseguem arrumar tanta confusão em menos de 20 minutos?" Indaguei

"É um dom" eles responderam simplesmente.

Os ladrões estavam encurralados e então levantaram as mãos em toma de rendição, mas assim que olhei para os que estavam de frente para mim, vi em seus rostos vi um sorriso vitorioso. Foi então que senti a lâmina de uma espada contra minha nuca e uma adaga posicionada contra as minhas costelas, olhei para o lado, vendo meus primos na mesma situação que eu.

"Eu vou buscar ajuda" Miguel sussurrou e conseguiu se desvencilhar do guarda que o segurava, correndo saindo do vilarejo.

Mais alguns guardas correram atrás dele, mas não me preocupei, sabia que ele era rápido o suficiente para os despistar.

Sem opções, largamos nossasarmas. A garota ruiva já não estava mais próxima do local. Possivelmente foilevada para um local seguro durante a confusão.

Piratas em Nárnia Onde histórias criam vida. Descubra agora