18• Nada vai ser Fácil

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Quando acabou o jantar ja eram 21 horas, Hanne e Josh foram para o ritual e só voltariam terça (dois dias são o tempo que ficam na forma de lobos).

Perry e Miranda foram comigo até o dormitório, já que ele era minha sombra, Mi foi para seu quarto praticar alguns feitiços e disse que precisava ficar sozinha para isso.

Eu achei bom, pois precisava mesmo falar com Perry sobre ela. Eu sei que ali tem alguma coisa.

- Hmm... Perry?

-Oi, fala Kristen.

-Você gosta da Miranda né?

-Oque - ele começou a gaguejar -Como assim?

-Ah vai, você sabe que pode confiar em mim, ham? -ele estava realmente vermelho.

-Tudo bem... Eu sei, sim eu gosto dela... mas por favor não fala nada pra ela por enquanto!

-Tudo bem -eu sorri- acho que ela também gosta de você.

Perry ficou sentado perto da janela olhando para o céu, e eu acabei dormindo no sofá mesmo. Perguntei se eles dormiam quando eram minha sombra, e ele disse que não, sobrenaturais não precisam tanto dormir, só quando estão em fase de transformação, como eu.

Fiquei lendo ate às 23 horas e logo eu já fui dormir.

Acordei 9 horas com Miranda me chacoalhando para lá e para cá.

-Vamos, vamos! Você ta atrasada pro almoço!

-Mas ainda são nove horas!

-Dããã ! Eu sei, mas seu treino começa as onze, eu busquei nosso almoço, então se arruma logo e a gente vai comer.

Levantei e fui para meu quarto, fiz minha higiene, coloquei uma legg, uma blusa fina, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e fui comer com Miranda.

-Olha Kristen... -Miranda começou a dizer- Não acho que deveria se envolver com esse Lucas, ele tem uma péssima reputação aqui, ele é um galinha, não ta nem ai para a vida dos humanos, e adora uma briga, ele não é uma boa companhia. -suspirei e comecei a dizer:

-Eu sei... todos falam isso, mas ninguém o conhece tão bem quando eu, eu confio nele!

-Mas você não devia... sabe o que ele fez com o pai de... -eu a interrompi

-Eu sei o que ele fez, não fiquei bem com isso, mas ele não é o que todos pensam!

Ficamos em silêncio enquanto terminavamos de comer, e acabei perguntando sobre ela e Perry.

-Ah... sei lá, ele é lindo -seus olhos brilhavam.

Depois fui até o local marcado com Herbert, era perto, tinha que passar uma trilha reta e chegava lá.

Não diria que o lugar é muito bonito, tinha um espaço grande com uma grama morta, e em voltas arvores também não muito bonitas. Cheguei 10 minutos antes.

-Chegou cedo querida. -quando virei me deparei com duas pessoas.

-Herbert... Austin?

-Ah ... sim, esse rapaz me pediu para acompanhar você -eu sorri boba -Ele será útil.

Austin se sentou em uma pedra que havia ali e Herbert ficou em minha frente.

-Fiquei sabendo o que fez com o cachorrinho, e também com aquele idiota, também fiquei sabendo de como ficava coberta por uma luz vermelha e branca. Já aconteceu isso com Daniel, uma vez, como a sua visão, quando ele selou seu poder em ti, mas nem se compara ao brilho que você tinha, eu preciso ve-lo Kristen.

-Mas eu não sei como fazer isso!

-Faça o que aconteceu, fique brava, ou sentimental, ou tente o jeito mais prático.

-Como?

-Feche os olhos e tente se imaginar com aquela luz em sua volta, a vermelha, porque a branca provavelmente é da cura.

Assim eu fiz, tentei me concentrar ao máximo, e até pensei que estava dando certo, mas quando abri os olhos, estava totalmente... normal.

-Eu não consigo.

-Não se precipite -ele me olhou com um sorriso perverso, logo desviou seu olhar para Austin -venha até aqui, garoto.

Assim ele fez, estava ficando com medo do que ele iria fazer com Austin.

-O que você vai fazer? -perguntei séria e ele continuou com aquele sorrisinho bobo.

-Parece que se importa com ele.

-Mas é claro que me importo -dei um passo para frente furiosa e ele começou a rir.

-Parece que vai ser divertido.

Antes de terminar a frase, pegou no braço de Austin e esse começou a gritar, saia faiscas roxas de onde Herbert apertava. A única coisa que fiz foi gritar para solta-lo enquanto ele continuava gritando e Herbert sorrindo cada vez mais.

Não me agüentei lhe dei um empurrão de leve e ele simplesmente voou ate uma árvore longe. Corri ver como estava Austin, que tinha parado de gritar e me olhava admirado no chão.

-Você está bem? - me ajoelhei ao seu lado e puxei a manga de sua blusa para cima pra ver como estava o machucado, quando olhou suas mãos, estava com aquela luz vermelha, e logo que vi o roxo que estava grande e se espalhando, coloquei a mão em cima daquilo e minha luz vermelha foi se tornando branca, e logo seu machucado foi desfazendo, depois de segundos não parecia que tinha acontecido nada com seu braço.

-Isso foi incrível- disse Herbert logo atrás de mim.

Em uma velocidade incrível me levantei ficante de frente com ele e o peguei pelo colarinho.

-Incrível vai ficar sua cara quando te arrebentar, seu velho babão.

Realmente dava para ver a cara de medo em Herbert, eu levantava ele como se fosse uma pena, ou uma folha de papel, senti um toque quente em meu braço, era Austin.

-Fique calma, eu to bem graças a você, pode o soltar.

Assim fiz, o soltei e ele caiu no chão.

-Você é loco? Quem você pensa que é? É bom você ficar longe dele e de qualquer outra pessoa, por que da próxima você não passará de um cadáver, velho babão!

Eu sai andando, estava furiosa, senti que alguem estava me seguindo, pelo perfume era Austin.

-Você não deve parar de treinar com ele por minha culpa.

Na mesma hora me virei e o fitei de perto.

-Sua culpa? Por um acaso você viu o que ele fez com você agora pouco?

Ele é louco.

-Eu posso apostar que ele não fara novamente. E aliás, você foi incrível.

Antes de eu perceber ele tinha me abraçado e eu logo retribui, ele era quente e aconchegante.

A gente se separou do abraço, ele revezava seu olhar entre meus olhos e minha boca, ele foi se aproximando cada vez mais, fechamos nossos olhos e lentamente nossos lábios se tocaram em um selinho, ele se afastou e deu um sorrisinho de canto, eu retribui o sorriso, não estava preparada para o beijar de verdade, estava confusa.

Ele pegou minha mão e fomos caminhando lentamente de volta ao dormitório, mas ele me levou até o dele.

Entramos e nos sentamos no sofá.

-Quer alguma coisa pra beber?

-Oh, não obrigado.

-Ok, eu já venho -ele disse e foi até a cozinha.

Voltou com um copo cheio com um suco de amoras, provavelmente, era grosso.

Quando ele se sentou ao meu lado o cheiro de ferro enferrujado invadiu meu nariz.

-O que é isso? -perguntei encarando seu copo.

-Ah... bem, isso é sangue.

After The Full Moon- SobrenaturaisOnde histórias criam vida. Descubra agora