Nós Temos Tão Pouco

A escuridão tem um nome

    " A escuridão tem um nome...É a morte ".  Ouvia pessoas falarem. A morte da tia Julian,  junto a perda da minha guarda só acabou comigo.  Eu enxergo tudo, mas não vejo nada.   Eu grito em silêncio,  e ninguém me ouve... ou melhor, apenas uma pessoa me ouve.  O mesmo homem que tem cuidado de mim todo esse mês depois que a tia Julian morreu e Nora foi morar com seu pai. Bryan ainda esta cumprindo a promessa que fez a Judy,  que cuidaria de mim.
-James , você ainda precisa comparecer às reuniões do grupo de apoio. Por favor , faça isso. 
  Bryan pede.
  Não posso negar um pedido dele,  não depois de tudo que tem feito por mim. Me arrumo, pego o carro e nós vamos. 
  Chego lá , encontro o mesmo pessoal de sempre.
-James, você sabe onde o Graham tá ?
Pergunta Iris enquanto estou passando pela sala.
-Acho que tá no banheiro.
Respondo.
    Sento na minha cadeira, e volto a observar todos falarem, colocarem tudo pra fora, e ao mesmo tempo não dizerem nada. Porque por mais que tentemos falar, essa dor não sai,  não vai pra fora, isso não resolve seus problemas.
   Estou tentando ser forte,  tentando arranjar um emprego,  fazer as coisas, até porque Bryan parou sua vida por mim. Deixou de buscar seus pais, e eu não posso ser uma pedra de tropeço em sua vida. Não vou atrapalhar sua trajetória. 
   Mei ainda não consegue me olhar direito. Desvia os olhos de mim a cada vez que percebe que estou te olhando.  Tony da um sorriso de lado, e eu sorrio de volta. 
   Meu telefone toca, pergunto se posso atender. Saio pra fora e atendo.
-Alo?
-Eu acho que encontrei meus  pais...
  Percebo que é Bryan,  e ele chora.
-Fica tranquilo, estou indo para aí agora.
   Me despeço do pessoal e saio com pressa, subo no carro e vou com pressa.
  Chego em casa e o vejo com as mãos sobre seu rosto, com o laptop que era de minha tia sobre a mesinha de centro.  Me aproximo devagar,  e vejo uma página no Google,  com uma notícia que dizia "Pais desesperados pedem por socorro: Criança é raptada por van e não se sabe seu paradeiro"
   Percebo que a notícia é de mais ou menos 20 anos atrás ,  me sento ao seu lado e o abraço.  Sem dizer se quer uma palavra. Porque sei o quão difícil é pra ele, buscar por uma resposta sua vida toda e agora ter isso em suas mãos.
   Gostaria de saber oque dizer,  mas não sei . Então apenas digo:
-Vamos encontra- los, eu prometo.