Prólogo

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De cócoras sobre o carpete caro do escritório de Choi Dak Ho.

Era assim que estava Park Ji Min naquele momento.

Envolto nos próprios braços marcados de tons vermelhos e arroxeados enquanto balançava o corpo para frente e para trás em movimentos lentos e quase inconscientes, os olhos castanhos vidrados encaravam a parede à sua frente sem realmente ver algo, sua mente se compunha de um completo caos sem som; apenas enxergava uma cor: vermelho.

Vermelho do sangue que manchava suas roupas desconfortáveis de grife e mãos cheias de anéis dourados. Do sangue em grande e espessa poça que rapidamente se espalhava pelo chão do cômodo escuro e desordenado de sua enorme casa cara. Do sangue do homem que chamava de esposo há quase meia década. Do sangue quase seco que banhava o telefone fixo jogado aos seus pés descalços.

Ji Min queria tampar os próprios ouvidos que ainda captavam murmúrios penosos praticamente imperceptíveis para si, visto que o cheiro ferroso dominava aos poucos todos os seus sentidos, como o amargor presente em sua língua que fazia a bile querer subir pela garganta. Seu estômago vazio queria expelir de alguma forma sua agonia, uma vez que lágrima nenhuma o Park era capaz de verter.

Abatido.

Abalado.

Atônito.

O Park se via incapaz de controlar o próprio corpo, o qual não correspondia aos seus comandos de se levantar da posição incômoda em que estava há - ao que imaginava - longos minutos e agarrar o telefone mais uma vez e discar a chamada que já deveria ter ocorrido.

E um suspirar ruidoso e confrangido - derradeiro -, fez Ji Min despertar do seu estado dúbio e anestesiado, obrigando-o a levar as mãos trêmulas ao telefone e discar os números 112 com pressa.

Ouviu brevemente o som da chamada e logo emendou em palavras atrapalhadas quando foi atendido:

- Número 1042 em Nonhyeon-dong, Gangnam-gu - a voz soou tremida e exasperada - Venham depressa por favor, meu marido foi esfaqueado!

Os motivos de um delito estão presentes em muito mais do que as evidências podem mostrar.

Ahjussi: para se referir a homens mais velhos, em torno dos 30/40 anos.
Sunbae: usado para os colegas mais velhos, veteranos/mentores.
Hobae: o oposto de sunbae, usado para os novatos.
Hyung: forma amigável e informal de se referir, de um homem mais jovem para um homem mais velho.
Ssi: para se referir aos desconhecidos respeitosamente.


Eu sei, Park-ssiOnde histórias criam vida. Descubra agora