O que realmente aconteceu

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Prédio do 7º Distrito da Polícia — Seocho-gu, Seul

O perito Jeong Guk cruzou a porta de entrada do 7º Distrito da Polícia de Seul por volta das sete da noite, após umas oito horas de sono ininterrupto, dois banhos gelados, refeições fartas e outro copo de café forte, o chefe da equipe de perícia se sentia apto para voltar ao seu trabalho. Já tinha recebido o relatório das evidências que sua equipe havia coletado no escritório de Choi Dak Ho e também o laudo do legista Chen acerca das circunstâncias detalhada da morte da vítima. Jeon correu os olhos por todo o local até encontrar Seok Jin lendo alguns papéis em um canto reservado, se aproximou do sargento e chamou sua atenção com um pigarro.

— Podemos conversar, detetive Kim?

— Ah, sim... Claro, Jeon — Jin respondeu meio confuso e o acompanhou até sua sala, fechando a porta assim que entrou e se jogou em uma das poltronas que haviam no cômodo — E então, o que tem para me falar?

— Eu analisei todos os relatórios e a história de Park Ji Min não coincide totalmente com as evidências, ainda mais com a hora da morte e a hora em que ele contatou o serviço de emergência — Jeong Guk expôs seus pensamentos, incerto sobre falar aquilo para Jin sem ter provas não circunstanciais — Você com certeza sabe também, além disso, que o senhor Park tem motivos para querer o esposo morto.

— Mais que o relacionamento abusivo dos dois... — o sargento Kim assentiu e começou a contar os resultados de seu interrogatório com o círculo de pessoas próximas a Dak Ho — O senhor Choi também era um marido adúltero. A secretária pessoal dele, So Yeon, disse que não havia qualquer reunião para depois do horário do expediente e todos os funcionários da Lotte Entertainment insinuaram os inúmeros casos extraconjugais do Choi.

— E, pelo relatório de Chen, a primeira facada foi pelas costas... — o perito ponderou — Apesar dos ângulos de entrada da lâmina indicarem que o agressor tenha uma altura superior que a de 1,75cm do senhor Park, ele ainda pode ser o nosso culpado, Seok Jin, mas... — franziu o cenho — Seria estranho se eu dissesse que minha intuição vai contra essa hipótese desde o momento em que vi o Park na sala daquela mansão?

— Isso é tão estranho que me faz pensar que você está interessado de forma indevida sobre o viúvo, Jeong Guk — Jin riu debochado — Ele é muito bonito, admito... Pois bem, em todo caso, ainda precisamos verificar se realmente houve uma invasão antes de colocar Park como suspeito oficialmente, ele já está vindo com o irmão para fazermos o retrato falado. Quer acompanhar, Don Juan? — zombou outra vez e riu.

— Quero, sim — Jeon bufou indignado com as insinuações do sargento Kim — E não estou interessado no Park, Seok Jin, apenas tive empatia por alguém que viu o esposo morrer bem na frente dele — se endireitou na própria cadeira e ligou o notebook sobre a mesa, lendo rapidamente os títulos da pilha de papéis que não estavam ali quando foi embora pela manhã — Agora vá fazer seu trabalho e me deixe fazer o meu, mande alguém me chamar quando Ji Min-ssi chegar, por favor — murmurou sem olhar para o detetive, concentrado em revisar as provas que ele mesmo havia coletado na cena do crime.

Jin saiu da sala sem dizer mais palavra, sabia que Jeong Guk estava empenhado em resolver aquele caso o mais rapidamente possível e, agora que ele já estava devidamente descansado, tinha certeza de que o perito encontraria alguma prova cabal deixada pelo assassino. Jeon revisou seu relatório e o de sua equipe minuciosamente, revendo as fotos do escritório e parando para olhar atentamente as fotografias que ele mesmo havia tirado de Park Ji Min, observando as marcas roxas do rosto, braço e tronco dele, até que decidiu voltar ao laboratório e verificar a camisa de Park, na qual notou por uma das fotos que havia tirado dele na mansão uma mancha que ele não tinha reparado na análise anterior.

Eu sei, Park-ssiOnde histórias criam vida. Descubra agora