Eu sei, Park-ssi

Evidência

Prédio do 7º Distrito da Polícia — Seocho-gu, Seul

— Detetive Kim! — Jeong Guk chamou pelo sargento assim que o viu entrando no prédio. O perito, após a conversa com Ji Min, havia dado por encerrado seu trabalho naquele dia e foi para casa, repassando mentalmente toda a história do Park e a associando aos resultados das evidências com o parecer do legista Chen. E, mesmo que Jeon decidisse deixar todo o caso para que Jin resolvesse, já era tarde demais para desistir de ajudar Ji Min, pois o louro poderia muito bem contar a todos que Jeong Guk havia o interrogado informalmente em sua sala e revelado provas confidenciais da investigação para si. Então, assim que amanheceu o dia, o perito foi para o trabalho, se atualizou de tudo a respeito do caso do homicídio de Choi Dak Ho desde que foi embora no dia anterior e aguardou Seok Jin chegar ao 7º Distrito da Polícia.

— Jeon, chegou cedo — Jin cumprimentou o outro, olhando em seu relógio — Do Hyun me ligou, deixei o cartão de memória das câmeras de segurança dos Park para ele analisar se teve alguma alteração de dados ou algo do tipo, a empresa responsável pede um bocado de burocracia para liberar as gravações para a polícia, enfim... — contou irritado, já caminhando para o elevador com Jeong Guk em seu encalço — Descobriu mais alguma coisa nas evidências? — questionou o perito depois de apertar o botão para o elevador subir ao terceiro andar, desconfiado da aparente ansiedade do outro.

— Huh... não, só tenho interesse em acompanhar esse caso de perto, você sabe — se explicou e o Kim abriu um sorriso travesso no rosto bonito — Não! Não, sunbae — entendeu de imediato a intenção do mais velho e negou apressado — Não é nada desse tipo, por Deus! Ele acabou de ficar viúvo, Seok Jin hyung — sussurrou a última frase — Eu só estou um pouco mais interessado que o normal para resolver esse caso, OK?! Acho muito estranha a relação do senhor Park com a vítima.

— Estranho como? — indagou — Mudou de ideia e acha que ele é o nosso assassino?

— Não, sargento — Jeon negou veemente — Eu fico me perguntando por que o senhor Park não pediu divorcio se a relação deles era tão ruim.

— Simples, Jeon! Em uma palavra: grana — afirmou enfadado.

— Ele não me parece ser desse tipo, detetive Kim — suspirou encabulado — Imagino que tenha outros motivos que a gente não faz a mínima ideia.

— Oh, claro que tem... — debochou, saindo do espaço assim que as portas de metal se abriram — Vamos logo ver o que o Do Hyun descobriu na noite passada, a promotoria vem à tarde para ver o que já temos com esse caso — contou e bateu à porta da sala do técnico de informática forense antes de a abrir — Bom dia, Hyun-ssi... O que tem para mim?

— Oi, entrem, rapazes — o técnico respondeu e arregalou os olhos quando viu Jeong Guk — Meu Deus, Jeon, depois desse caso você devia ir para casa e dormir por umas vinte horas seguidas — riu e o perito coçou a nuca sem graça — Ya, tudo bem, todos estamos saturados de trabalho neste mês — deu de ombros e se sentou perto do computador — Detetive Kim, eu verifiquei as gravações duas vezes, nada foi propositalmente alterado — informou ao sargento Seok Jin, digitando rapidamente no teclado antes de virar a tela para os outros dois — Olhem aqui, a iluminação é fraca e, mesmo eu tendo aumentado a qualidade, a imagem não é muito boa, mas aqui está o homem que o senhor Park descreveu pulando o muro... Ele deve ter dado um jeito de cortar a energia direcionada para a cerca elétrica pelo lado de fora dos muros — Jin tombou a cabeça para o lado e Jeon mordeu os lábios, aliviado em constatar que Ji Min não havia mentido sobre o invasor também.

— E que horas isso aconteceu? — Kim perguntou.

— Ah, então, isso eu não posso te informar — Hyun negou em um meneio — Parece que esse sistema não registra esse tipo de informação, não sei, não consigo encontra esse dado, seria preciso verificar o próprio equipamento deles para te dizer com certeza, mas você vai precisar de uns documentos entre a empresa e o departamento de justiça para poder recolher a câmera.