Nonhyeon-dong, Gangnam-gu
Seul
Jeong Guk comprimiu os olhos quando as ofuscantes luzes azuis e vermelhas das sirenes dos três veículos oficiais da Polícia de Seul e de uma única ambulância estacionados na calçada incomodaram suas pupilas cansadas. Já era a madrugada de uma quinta-feira fria, três e quarenta da manhã, e Jeon mal podia se manter acordado até que seu plantão finalmente acabasse em poucas horas. O chefe da perícia coçou os olhos negros com as costas da mão livre enquanto bebia o resto do café em seu copo quando notou a aproximação do sargento que o convocou para atender aquela chamada.
— Eu sei que você está acabado, Jeon, mas você era o único perito disponível nesse horário — o sargento Kim Seok Jin, detetive encarregado do caso, disse enquanto olhava ao redor, checando se todo o perímetro tinha sido devidamente cercado pelas faixas amarelas indicando a proibição da entrada de civis na área da mansão a sua frente — Cadê a sua equipe? — quis saber.
— Eles já estão chegando, quando você ligou eles tinham feito uma pausa para dormir um pouco — deu de ombros e deixou o copo do café em um dos compartimentos de porta-copo do carro oficial de trabalho, logo em seguida pegando sua maleta com os materiais de trabalho de cima do banco do passageiro e sacando um par de luvas da lateral da jaqueta do Departamento Forense da Polícia de Seul — Eu vou entrar na frente... — calçou as luvas rapidamente e começou a andar em direção a porta da frente da enorme casa — E, então, o que aconteceu aqui? — pendurou uma das câmeras fotográficas da perícia em seu pescoço e olhou para o sargento Kim, que andava ao seu lado, o semblante de Seok Jin também demonstrava que estava saturado das semanas agitadas que o 7º Distrito da Polícia teve no último mês.
— Por volta das três dessa madrugada o 112¹ recebeu uma chamada sobre uma invasão da propriedade seguido de agressão — o sargento começou a relatar o que sabia até o momento — Quem ligou foi Park Ji Min, esposo da vítima, mas ele estava muito nervoso para relatar ao atendente de plantão a situação completa, ele apenas disse o endereço e pediu ajuda e o atendente encaminhou a viatura mais próxima para cá — parou de falar quando cruzaram a entrada e guiou Jeong Guk até o escritório da residência, onde o corpo de um homem de aproximadamente quarenta anos jazia estendido e inerte sobre uma enorme poça de sangue. Jeon largou a maleta no chão e regulou as lentes da câmera para um melhor foco, passando a fotografar minuciosamente cada detalhe do corpo e da cena do crime — Choi Dak Ho. Ele era empresário de uma empresa associada com a indústria cinematográfica, a Lotte Entertainment. Como pode ver, Jeon, ele levou várias facadas no estômago e... — Seokjin pigarreou — Ao que parece, o senhor Park também foi agredido, mas não conseguimos tirar informações dele ainda, está em choque desde que chegamos— dito isso, Jeon desviou os olhos da lente e arqueou as sobrancelhas ao sargento, como se perguntasse onde a testemunha estava, o Kim prontamente entendeu: — Ele está na sala de estar. Passamos por ele, você não viu?
— Não... Por que ele ainda está aqui? — Jeon perguntou confuso — O protocolo não indica que a vítima deve ser levada a um hospital para exame de corpo de delito nesses casos? Ou vocês vão esperar ele se recuperar do choque para interrogá-lo antes de o levar para o hospital? — questionou e logo voltou a fotografar.
— Quero que você recolha as roupas dele e tire fotos, ele está cheio de sangue — Seokjin informou — E, também, não posso descartar ele como um suspeito. Sabe como é, os cônjuges sempre têm os maiores motivos para cometer um homicídio — Jeon bufou com a frase batida do outro e viu sua equipe entrar afobada no escritório, suspirou.
— Chegaram, ótimo! — Jeong Guk exclamou — Cuidem da cena, fotografem, demarquem e cataloguem absolutamente tudo. Não fodam com as evidências dessa vez — disse firme aos seus hoobaes² e se voltou ao sargento Seok Jin — Vamos ver o esposo da vítima.
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Eu sei, Park-ssi
FanfictionJeon Jeong Guk, chefe da equipe de perícia responsável pelo turno da madrugada de quinta-feira do Distrito de Gangnam, não esperava se envolver tanto na investigação de um caso de homicídio quanto ao de Choi Dak Ho. Em um meio onde as respostas de u...