Teenage Dream

Welcome to Hudson's Home

01 de Novembro de 1999

Com o cheiro de pizza pairando pelo lugar, o meu olfato se concentrava apenas em sentir o cheiro de uma das mais deliciosas comidas já inventadas, mas meus olhos e meus ouvidos estavam concentrados na beleza e na suavidade da voz do meu amigo
Eu já o podia chamar de melhor amigo? Ou talvez algo a mais?
O garoto adquiria uma beleza a mais quando você descobria o talento dele, e isso me deixava chateada porque ele era obrigado a esconder isso de quase todo mundo por pura e simplesmente seus pais não aceitarem que ele nascerá pra fazer aquilo

Ele definitivamente nascerá para ser músico

Sua voz maravilhosa e sua habilidade no violão junto com a alegria de estar naquele estabelecimento com boa música e com pizza por todos os lugares fazia com que todos se sentissem bem ali, especialmente eu
Eu olhava pro palco parecendo a pessoa mais orgulhosa do mundo, mesmo não conhecendo nenhuma das musicas que ele estava cantando, enquanto abria uma exceção para a minha dieta saudável e me jogava mas pizzas, batatas fritas e refrigerantes
John parou de tocar e pediu a atenção de todos

-Galera, eu sei que eu cantei pouco até agora mas eu vou ter que fazer uma pausa por uma boa causa. Hoje eu trouxe aqui comigo uma amiga minha que é maravilhosa, e eu gostaria que vocês ouvissem um pouquinho do que ela pode fazer- ele apontou pra mim e logo percebi que a pizzaria toda me olhava -Sobe aqui Katy!!-

Em meio a várias palmas, subi no palco e levei meu nervosismo junto. John me entregou o violão e me deu sinal para que eu iniciasse a minha apresentação, mas o chamei para o canto para termos uma conversa pessoal e sigilosa

-John Mayer, por um acaso você enlouqueceu?- olhei o repreendendo com as mãos na cintura

-Qual é Katheryn, vai esconder seu talento do resto do mundo até quando? E você me chamou mesmo de John Mayer? Se tivesse me chamado de John Clayton Mayer eu já teria desmaiado aqui, no momento estou apenas tremendo-

-Essas pessoas...elas...vão me jogar pizzas, pera, seu nome do meio é...Clayton?- disse rindo

-É, E porque está rindo? ok isso não vem ao caso, o que vem ao caso é que eu estou curioso pra ouvir você cantar, e essas pessoas também querem ouvir, como vou saber se você é boa?-

-John, e se você perder o emprego aqui por minha causa? Eu não quero que isso aconteça-

-Katy- ele disse, encostando suas mãos em meus ombros, tentando passar conforto -Não se preocupe com isso, confie em você tá bem? Eu confio em você- ele sorriu

-Muito obrigada John- sorri e me sentei no banquinho com o violão

Fiquei em silêncio por alguns minutos e respirei fundo, toda a grande plateia com o total de mais ou menos 100 pessoas me olhava e o meu coração batia forte com o nervosismo e a ansiedade

-Er...B-boa noite gente, o meu nome é Katy- ajeitei o violão junto ao meu corpo de um jeito desengonçado -Eu vou cantar "What a Friend We Have in Jesus" da Aretha Franklin- sorri tentando disfarçar a que estava nervosa

Iniciei a apresentação com os primeiros acordes tocados no violão, meus dedos passeando pelas cordas que anteriormente haviam sido tocadas pelos dedos de John. Para driblar o nervosismo, lembrei-me de algo que Angela sempre me dizia toda vez quando eu ia tocar durante o culto

"Fecha os olhos, finge que só tem você e o violão Katheryn, só você e o violão. E se concentre na música e em alguma coisa que você goste muito"

Fechei os olhos e pensei em John, pensei nas mudanças que ocorreram em minha vida, pensei em Briana e Acácia, pensei em minha família e pensei no amor que eu sentia pela música. A coisa acabou fluindo de tal maneira que os aplausos soaram em meus ouvidos rapidamente, sorri para John que estava no canto aplaudindo e sorrindo para mim e depois agradeci a plateia. Minha primeira experiência surreal envolvendo música e uma pequena plateia muito diferente das que eu estava acostumada na igreja