Say Saionara To Me

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03 de Novembro de 1999

Acordei atrasada com minha irmã batendo na porta e gritando meu nome

-Katy, ainda não estamos de férias. Levanta logo e se arruma garota-

Levantei às pressas escondendo o Walkman dela dentro da minha mochila e consegui arrumar meu cabelo, roupa e fazer uma maquiagem em apenas 7 minutos. Tomei o café na mesma velocidade e entramos no carro rumo à escola, o sinal que o novo dia começava

-Porque acordou atrasada hoje Katy? Por um acaso o despertador não tocou?- disse papai

-A pilha dele acabou e eu não tinha percebido-

-Então trate de perceber, que na próxima nem eu nem sua irmã vamos te acordar-

Ficamos em silêncio no carro até que eu resolvi me pronunciar

-Eu sei. Papai, eu posso ir pra casa dos Mayer hoje depois da aula para estudar matemática com o John?-

-Lembra o que eu falei sobre esse garoto filha? Eu não gosto dele perto de você, ele não me passa uma impressão boa-

-Mas é que o John é uma pessoa muito legal apesar dessa aparência de garoto malvado que ele tem. E além do mais ele é a única pessoa da minha idade mais próxima de mim com quem eu posso estudar junto-

-Tudo bem, vai estudar com ele. Vai ter alguém fora ele na casa? Porque eu sei que o Sr. e a Sra. Mayer estão trabalhando nesse horário-

-Bom, eu não perguntei isso para o John porque nos falamos muito rápido lá no colégio, mas eu acho que o irmão dele não sai muito de casa...ele deve ficar lá estudando sempre que volta do colégio-

-Eu gostei do Carl, então se ele estiver lá por mim tudo bem. Só  saiba que vou ligar pra saber se realmente tem alguém com juízo lá-

-Tudo bem- sorri -O senhor pode ficar tranquilo, eles são dois ótimos meninos-

-E sua irmã vai te acompanhar até a porta da casa para se certificar que é esse mesmo o lugar que você vai. Entendido Angela?-

-Entendido pai, vou garantir que a Katy vai mesmo para a casa dos Mayer depois da aula- ela afirmou com a cabeça e olhou para mim

-Eu confio muito muito na Angela- ele estacionou na frente do colégio

-E em mim não papai? Bom saber- abri a porta do carro assim que ele parou e a bati com toda força e raiva, Angela saiu do carro logo depois

-Katy, o que é isso? Você nunca foi de bater à porta do carro nem de fazer showzinho- fiquei apenas quieta em sua frente e ela ficou me olhando -Vai me responder ou não? O gato comeu sua língua?-

-Meu próprio pai disse que não confia em mim, e você quer que eu fique calma? Claro que você não entende a situação, é a queridinha dele...deles- levei as mãos ao rosto prestes a chorar -Não importa o quanto filha estudiosa, prestativa e carinhosa eu possa ser, você vai ser sempre melhor-

-Katy, não pensa assim. Eles confiam e te amam tanto quanto eu, é que você ainda é muito nova- ela me abraçou tentando me acalmar

-Eu já não tenho mais 8 ou 10 anos Angela, eu já tenho 15- a abracei mais forte e comecei a chorar -Eu só queria ser tão boa filha quanto você-

-Não, não Katy- ela segurou meu rosto -Nunca tente ser ninguém além de você, por favor. Seja sempre você mesma-

-Eu vou pra minha sala que é o melhor que eu faço- afastei as mãos dela do meu rosto com cuidado e corri pra dentro do colégio

Teenage DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora