A brisa fria da rua cortava meu rosto, mas o frio no meu estomago era em maior, fazia muito tempo que não participava de um encontro como esse, ai meu deus, estou me precipitando. Não posso considerar isso um encontro, não tivemos nem meia hora de conversa. Chamar um filme no terraço dividindo a mesma toalha de encontro seria ridículo, ou não.
Não importa qual seria o filme, eu definitivamente não riria conseguir prestar atenção, ainda mais com ele do meu lado. Será que devia pegar o seu número? Ou seria ir rápido demais. "Ei que tal me dar o seu número, pra a gente conversar sobre o filme?". Não, isso seria dar em cima claramente, e ele com certeza sacar. Eu preciso apenas manter a calma.
As luzes das luminárias deixavam tudo mais aconchegante, o fogo que vinha delas meio que me aquecia pelo o caminho. Meus pés ia mais rápido que o corpo, eu não aguentava mais esperar queria chegar logo. Na minha bolsa, trouxe os famosos biscoitos de morango do Marc, uma garrafa térmica cheia de café. Isso me manteria acordado, como se eu fosse precisar. Mas depois da última vez, é bom precaver.
As decorações para o dia das bruxas estavam cada vez mais gritante na vizinhança , havia aboboras por todo lado, a rua era banhada por uma linda luz laranja, que aquecia o corpo e alma.
Todas as lojas já estavam fechadas, apenas o letreiro neon da sorveteria continuava aceso. Fazendo um convite tentador a todos os insetos que neles quisessem repousar, é claro isso os levaria a morte, mas eles veriam a luz mais bonita de toda a sua vida, algo que iria lhe cegar os olhos para depois apagar para sempre.
Foi assim que eu me senti quando vi ele, e claro quem sem todo esse lance de morta e tal, estava parado em frente a entrada principal, abaixo de uma luminárias, morrendo de frio, ele poderia ter entrado, mas ele estava ali, de braços cruzado, se auto-abraçando um consolo contra o frio. Ele olhava para baixo, chutava algumas folhas, e então olho o relógio e logo em seguida para frente, para mim.
Um sorriso leve quase tímido surgiu no seu rosto, assim como no meu.
- Oi - Ele me disse.- Boa noite! - Ele veio em minha direção e me abraçou.
- Vamos entrar? Tá muito frio aqui fora.
- Tudo bem, o filme já vai começar, vamos logo para o térreo?
- Ahh, vai ser no terceiro andar!
Antes que eu perguntasse ele me explicou.
- A qualquer momento pode chover, eles não queria arriscar os equipamentos - ele disse abrindo a porta. Logo, entramos.
Nunca havia visitado a biblioteca durante a noite, e tudo tão calmo, tão lindo, tão mágico. A luz da lua banha as estantes de livros com seu brilho prateado deixando tudo mais mágico, a poeira quando se mostra na luz deixa um clima de magia no ar. Como se toda a magia dos livros pudesse se manifestar ao nossos olhos. O quarto dos armários estava, digamos, apavorante, praticamente deserto, e as luzes econômicas em tons azuis deixavam o ambiente mais assustador ainda. Ora ora parece que não foi um tremendo fracasso essa noite de filmes,apenas consegui guardar minhas coisas no armário 35.
- Vamos embora - ele disse rindo- o Freddy pode aparecer a qualquer momento.
Nós dois saímos correndo rindo.
Por favor Sr.Krueger não estrague minha noite do sonhos.
Embora, está muito escuro, apenas consigo ver o pequenos números dourados do elevador ao fim do corredor, quem diria um letreiro neon bonito me chamando, parece que o inseto agora sou eu.
A porta ao se abrir projetou uma longa barra de luz amarela por todo o corredor, nos entramos, e finalmente estávamos subindo.
O frio da minha barriga junto com a sensação que o elevador me causava, era muito mais do que eu podia aguentar. Sua presença ao meu lado era tão calma, até o terceiro andar ele não falou nada, até que a porta se abriu.
O saguão do terceiro andar estava lotado, era como se todo estivessem fazendo um piquenique a céu fechado, foi ai que ele segurou minha mão puxando-me entre as pessoa e me dizendo:
- Vamos lá para o fundo, dá pra ficar encostado na parede - e continuou me puxando.
Mãos dadas, estávamos de mão dadas. Sabe aquele momento que todo mundo ao seu redor para, como nos filmes, é como se só você e aquela pessoa estivessem vivendo aquele instante, o mundo inteiro estava escuro, e eramos só eu e ele caminhando de mão dados em meio a escuridão.
- Vamos sentar aqui, é perfeito! - Ele disse apontando para um canto próximo da parede.
- Ok - pense em algo melhor para falar, ok não responde tudo - Pra mim está ótimo.
Estendemos minha toalha no chão, tiramos nosso sapatos e colocamos ao lado, e coloquei o lanche no nosso meio. Eramos eu, ele e uma porção de biscoitos.
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O Garoto da Biblioteca I Romance Gay
RomanceA biblioteca municipal é o abrigo de outono para Heitor, ele a considera um " Forte de livros", um local onde ele viaja através da leitura, se apaixona com os romances, se arrepia com o terror, seu sangue gela com os suspenses, se alegra com as comé...