* AVISO IMPORTANTE*
Se você é sensível a temas como depressão e auto-mutilação só leia este capítulo (o final dele) se achar que está psicologicamente bem.Se você passar por situações semelhantes,procure ajuda.Funciona,eu juro.Se quiser conversar,me chama nos comentários.
SÉRIO,LEIA O AVISO
Os cinco primeiros segundos aconteceram em câmera lenta.A porta caindo,as pessoas correndo.Gritando.Não podia ser real.Minha mente parecia anestesiada.Só acordei quando senti uma bala passar de raspão pela minha orelha esquerda,se cravando na parede de madeira logo atrás de mim.Então,durante um segundo,eu não sabia o que estava sentindo.Era uma mistura estranha de um monte de coisas novas.Então percebi,que pela primeira vez,eu sentia medo de morrer.Sentia medo por Jessica.Eu precisava tirá-la daqui,e rápido.O lugar mais seguro era o andar debaixo.Eu sabia que era o alvo principal,mas ela não estaria mais segura longe de mim,eles sabem de sua importância.Não quero que ela vire uma isca.
Me abaixei e corri para o meio das pessoas desesperadas.Tiros e mais tiros.Num movimento quase instintivo,passei meu braço em volta dos ombros de Jessica tentando servir como escudo no caso de uma bala nas costas.Eu tentava abaixar a cabeça ao máximo,ruivo é uma cor muito característica.Ninguém pareceu nos ver.Descemos as escadas enferrujadas,tropeçando nos próprios pés com a velocidade. Cherry vinha logo atrás,estava armada.Sussurrei para ela não atirar para não chamar atenção.Corremos até o final do corredor de luz vermelha e fraca e entramos no penúltimo quarto,como sempre caindo aos pedaços.Jessica mandava eu me esconder,o tom de voz histérico e os olhos mais arregalados do que nunca.Deixei um beijo rápido em sua testa para fazê-la se acalmar um pouco.Prometi baixinho que ia ficar tudo bem.
Havia uma saída antiga,a principal na época da minha avó,quando o andar de cima não existia.Olhei de baixo da cama de solteiro que já tinha metade de um dos pés e um colchão comido de traças e encontrei um pé de cabra empoeirado.Abrir aquele alçapão era um trabalho difícil,e pior,nada silencioso.Cadê a minha irmã quando a gente precisa dela?Meus braços doíam pela força exercida,mas eu nem prestava atenção.Cherry se escondia atrás da porta,com a arma já engatilhada,pronta para atirar em qualquer um que aparecesse.Ela não tremia,parecia estar pronta para isso desde sempre.Mais um tranco forte e o alçapão se abriu,revelando um túnel estreito de terra.Chamei as duas.Entrei primeiro,estava ajudando Jessica a descer quando ouvi mais um tiro.Perto demais.Tentei respirar fundo.Não consegui.
Subi o mais rápido possível.Cherry foi atingida na canela.Um homem carregava uma arma a três metros de nós.Eu tinha quatro segundos no máximo.Pulei do alçapão para alcançar a arma,esquecida no chão pela garota agonizante.Apontei para o peito do homem e atirei.Tarde demais.A bala dele já percorria metade do percurso quando a minha o atingiu diretamente no coração.Eu fechei os olhos,esperando.Mas para o meu horror,nada aconteceu.Virei de costas,as lágrimas já rolando pelo rosto,e vi Jessica,estatelada no chão,sangrando.
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Anthem for the Broken
Teen FictionCaos e ordem . Amor e ódio . Paz e guerra . O que fazer quando tudo está tão fora de lugar que os limites entre estas palavras se tornam confusos e imprecisos na sua mente? Uma cidade marginalizada.Esquecida no meio do nada,abandonada aos ratos e a...