Sabores. [STwo Cores]

- Doce e Seco.

ei! eu sei que a maioria de vocês acompanham quase todas as minhas histórias e que eu tenho o péssimo costume de "abandoná-las" (correto, em aspas, pois eu sempre volto), mas eu gostaria de coração que vocês me dessem mais algumas chances como escritora.

OBRIGADA!!!

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Eu definitivamente não gosto de esportes. De desgaste físico... ou simplesmente de soar. Entretanto me exercitar era um dos bons e velhos truques na manga que eu tinha para poder lutar contra a ansiedade que eu começava a sentir repentinamente de uns dias para cá.

Não é algo que vêm me preocupando 100% do tempo, mas sentir a leve ameaça de que três anos da minha vida não serviram de nada, me leva ao pânico às vezes.

Vez ou outra meu corpo, com reações de possível vício, tornava-se uma bagunça quando eu perdia, nem que por alguns minutos, o controle dos meus pensamentos e da forma que eu me sinto. Me causando leves ondas de calafrios, seguidas por tremedeira nas mãos e respiração agitada.

Em um pequeno estalo, eu me tornava algo trêmulo e ansioso. E de uma forma inconsciente eu me via revirando minhas coisas em busca dos frascos laranja florescente que eu escondia de uma forma quase perfeita do radar despretensioso de Camila.

Sinto-me culpada. E até cansada de fingir estar cem por cento...

De fato, a porcentagem não é tão baixa, mas apenas supor que ela possa diminuir... me deixa fora dos eixos.

Quando me dou conta, já estou correndo novamente, dessa vez pelo caminho contrário, deixando naquele banco uma boa parte de alguns pensamentos incômodos.

Aperto o passo, pois ter deixado algumas preocupações para trás me deu espaço para pensar em coisas boas que realmente valiam a pena naquele momento. E isso foi algo que aprendi nesses anos de terapia... Ao todo temos mais de 50.000 pensamentos por dia e apenas 10.000 desses pensamentos são conscientes, o X da questão é focar em coisas que são seguras e boas. Como por exemplo: saber que meus amigos estariam em casa essa noite, assim como meus irmãos e meu amor.

... Pensar em Camila me dá arrepios até hoje, após três anos, sinto que começo a conhecê-la, todos os dias quando abro meus olhos sei que não tenho medo de encarar o que nós podemos ser.

Minhas bochechas ardem de uma forma gostosa, pensar nela me traz isso também, uma timidez que alguns anos atrás me deixava completamente apavorada. E que hoje em dia é uma boa influência para que eu perca qualquer barreira que possa impedir nossa evolução. Balanço todas esses pensamentos melosos para fora de minha cabeça, deixando que meu cabelo se torne uma bagunça pior do que já deveria estar.

Camila está me esperando na sala quando eu abro a porta, ainda estou limpando a sola dos sapatos no capacho abaixo de mim, quando seu sorriso enorme arranca um sorriso meu. Definitivamente somos um par.