(A)MAR

Um quase beijo.

Capítulo pequeno, mas ta aí!
Queria dizer que tô morta de feliz porque vai ter show da Day e da Carol em Recife e eu vou. Enfim, boa leitura e desculpem não ter ficado bom. 💙

***

*POV Day*

-- Carol? - falei com um tom de mistério e surpresa.

-- Eu? Pode falar.

-- A gente pode conversar no final da festa?

-- Podemos sim.

Após responder, ela se virou e foi até a mesa onde os outros estavam. Fiquei parada onde estava. Meu Deus, não podia ser real. Era ela a dona da voz rouca que tanto havia me chamado atenção. Era ela a dona daqueles covers maravilhosos. Eu achava que a voz dela seria a melhor coisa que poderia ouvir, mas quando nossas vozes se uniram, percebi que aquele era o timbre certo para tudo. A nossa melodia podia colorir a vida de muita gente, podia trazer amor. Era algo além do imaginável. No momento em que cantamos juntas, me arrepiei toda, parecia o encontro de dois seres perdidos. A dor sumiu, a vergonha se tornou sorriso, o medo virou surpresa. Se estivéssemos em um deserto, nossas vozes seriam a chuva. Uma chuva de amor, inexplicável e forte. Diria até que nossa versão de malandragem, mesmo estando bêbadas, ficou melhor do que a da Cássia Eller.

-- Tchau, Lima! - os professores gritaram quando estavam na porta. Acenei com a mão e vi a porta se fechando. Lá vinha ela, caminhando com toda a calmaria do mundo.

-- Quer conversar? - Me perguntou com um sorriso no rosto. Merda. Merda. Que sorriso! Quase caí para trás.

-- Então, você sentiu o que eu senti? Caroline, isso é surreal!

-- Sim, senti. Dayane, não sei explicar o que houve, mas foi lindo, nós somos lindas!

-- É. Agora me responde uma coisa, você tem canal no youtube? É que a sua voz parece muito com a de uma menina que ouvi e curti muito.

-- Eu tenho, tenho sim. Mas como soube que era eu? - percebi uma certa timidez na sua voz.

-- Ei! Não se preocupe, não falo para ninguém. É que Carol, sua voz é tão linda que reconheceria até de longe. Você deconstrói os muros que as pessoas criam, você é luz. - falei me aproximando.

-- Estou ficando sem jeito. Mas ei, você também arrasa. E nós duas juntas então... - ela se aproximou mais.

-- Então o quê? - coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

-- Temos uma ligação. - encostou nossos narizes.

Podia escutar seu coração acelarado e sua respiração descompassada. O que estava acontecendo ali? Não. Estávamos confudindo as coisas, mal nos conhecíamos e éramos amigas. Tinha que arrumar as coisas.

-- Carol, a gente não pode fazer isso. Tu é minha amiga, lembra? Tudo bem que existem amizades coloridas, mas não é isso que quero contigo. Podemos ser melhores amigas, que tal? - ela corou.

-- Desculpa, desculpa! Somos amigas sim. Me perdoa, foi o álcool.

-- Ei, relaxa! Tá tudo bem, mas também está tarde e eu tenho que ir.

Ela me acompanhou até a porta e me deu um beijinho na bochecha antes de me deixar ir. A porta foi se fechando aos poucos enquanto nos olhávamos. Meu coração ainda estava acelerado. Eram três horas da madrugada e às sete e meia eu tinha aula para dar. Resolvi ir para casa antes que dormisse ali mesmo. Quer dizer, se eu conseguir dormir. Não conseguia pensar em outra coisa além do nosso quase beijo e do nosso cantar.

Quando cheguei em casa, peguei o celular para colocar o despertador e vi que o Álax havia me marcado em algo:

"A ruiva e a morena que mais me causaram arrepios. Ô talento! A união de timbres mais bonita que já ouvi."

Não lembro de ter tirado essa foto, na real? Acho que não lembraria nunca, estava bêbada. Mas aquela foto realmente estava linda demais, socorro! Quando ia comentar, uma nova notificação chegou: 

@carolbiiazin comentou uma foto em que você foi marcada: "Realmente, foi a melodia mais bonita que já pude escutar. Queria até replay. 😍"

"

Às vezes o amor chega. Às vezes o amor abraça. Às vezes o amor chama nosso nome. Um sorriso, um quase beijo, um comentário. Tudo arrepia, tudo acelera o coração. O amor vem sem avisar, e nós o transformamos em uma bela canção com timbres e gostos diferentes."