Fazia algumas semanas que Caleb voltou para Forthville e eu estava muito pra baixo, nos primeiros dias ele me mandou mensagens, mas depois não mais, temia que algo havia acontecido, mas quando falava com Dona Lia, ela sempre dizia que ele estava bem.
— Ros, talvez não seja a hora de você voltar e enfrentar tudo? – Gina me perguntou.
— Acho que você tem razão, eu nunca fui de fugir de uma batalha, voltar pra Forthville é o certo a fazer – disse decidida.
E logo estava me preparando para viajar de volta à Forthville, não avisei ninguém, achei melhor assim.
Assim que coloquei meus pés no aeroporto da cidade vizinha, meu celular começou a tocar, era número desconhecido, eu sabia quem era, mas resolvi não atender, peguei o ônibus para a rodovia da reserva, depois dali não sabia o que fazer, meu celular tocou novamente, mas decidi desliga-lo.
O ônibus parou na entrada da reserva onde havia uma pequena parada de ônibus, desci ali e sentei no banco.
Agora era só esperar alguém passar e me dar uma carona até a cidade, torcer para que não fosse alguém ruim.
Esperei mais de uma hora ali e nada, o desespero já estava aparecendo e estava decidindo atravessar a reserva sozinha, pela estrada.
Me levantei e comecei a andar na beira da estrada, eu não estava com tanto medo, porque tinha esperanças de que Caleb estivesse por lá e sentisse meu cheiro ou algo que os lobos fazem, mas a cada barulho vindo da floresta, eu me encolhia.
Decidi ligar meu celular e colocar meus fones de ouvido para espantar o medo que estava sentindo. Era uma boa caminhada até chegar à entrada da cidade, chegaria só a noite.
Até que percebi um carro parar ao meu lado, só relaxei, pois vi que era a viatura do xerife.
— Você é a neta de Lia Sulivan, certo? – Um homem de barba e cabelo grisalhos, olhos azuis e uniforme marrom.
— Sim – respondi.
— O que faz sozinha por aqui? É perigoso – olhei para o seu crachá e vi o nome Bower, o mesmo de Matt, será que é o pai dele?
— Acabei de chegar de volta e não avisei para ninguém, então decidi andar até a cidade – respondi.
Ele sorriu.
— Você é corajosa, deve ser por isso que se mete em tanta confusão, vamos entre, irei leva-la até sua vó – abriu a porta ao seu lado para que eu entrasse.
Entrei sem graça. Com certeza ele devia saber dos acontecimentos, mas resolvi ficar em silencio.
— Veio para ficar dessa vez? – perguntou-me assim que o carro voltou a andar.
— Acho que sim – respondi.
— O pequeno Woodley ficará feliz – sorriu de lado.
Foi então que criei coragem para perguntar.
— Depois que fui embora, algum viajante apareceu por aqui? – ele franziu o cenho confuso, já estava quase me arrependendo de perguntar.
— Desde que você foi embora não recebemos mais relatos de lobos forasteiros por aqui – gargalhou. Aquilo não era engraçado.
Não disse nada.
Ele me olhou.
— Estou brincando, mas desde que você foi embora, o pequeno Woodley e os meninos trataram de verificar a reserva inteira umas duas vezes por dia – falou — agora com você aqui, acho que vão dobrar – concluiu.
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Sob o olhar do lobo | SOL
Fiction généraleRosaly Sulivan não sabia que sua mudança para Forthville fosse lhe trazer tantos problemas, cidade natal de sua avó materna, Forthville é uma cidade fria, rodeada por uma reserva que guarda muitos segredos. Logo no primeiro dia de aula Ros conhece C...