Capítulo 4

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A semana se passou rápido, e estava cada vez mais próxima de Caleb e seus amigos. Todos os dias ele me levava para casa e escutávamos os CD'S. Ele tinha os gostos bem parecidos com os meus.

O sábado chegou e teria uma fogueira, era uma festa dos veteranos da escola, onde os atletas com tochas acendiam uma enorme fogueira, mas tudo com supervisão, pois era em uma das clareiras da reserva.

Caleb viria me buscar e eu estava escolhendo uma roupa adequada.

Assim que terminei de pentear meus cabelos castanhos, minha mãe apareceu no quarto.

—Caleb chegou, esta lá na cozinha – disse sorridente.

—Já estou indo – respondi pegando meu celular.

—Você está linda – minha mãe chegou perto de mim e me abraçou.

—Mãe, só vou a uma festa – revirei os olhos.

—Eu sei, mas com um menino – ela sorriu de lado.

—Caleb é um colega – disse cansada das insinuações. Mães são todas iguais, só mudam de endereço e cidade.

Depois de passar um perfume, desci as escadas e fui até a cozinha. Caleb e minha vó conversavam animadamente.

—Oi – disse. Ele parou e me olhou.

—Oi, você está bonita – sorriu para mim.

Devo ter ficado vermelha pelo jeito que minha avó me olhou.

—Obrigada – olhei-o. O silêncio pairou na cozinha, mas não durou muito. Brit apareceu feito um furacão.

—Vovó, você precisa ver isso, eu avisei – ela começou a pular com algo em suas mãos.

—Brit, temos visita – falei. Caleb riu.

Ela parou e olhou para o menino.

Estendeu a mão direita para cumprimenta-lo.

—Caleb Woodley, suponho. Prazer, sou Brit Sulivan, irmã mais nova dessa garota que não se parece nem um pouco comigo e parece não usar muito o lado esquerdo do cérebro – ela sorriu.

—Brit – a repreendi.

— Prazer senhorita – Caleb apertou sua mão, divertindo-se.

— Então, já que me apresentei. Vovó devo lhe dizer que eu estava certa, fotografei o lobo – disse vitoriosa.

— De novo esse assunto? – bati o pé impaciente.

Vovó pegou a foto e olhou séria.

— Lobo? – Caleb interessou-se.

— Sim, o olhei alguns dias atrás da janela do meu quarto, notei seu comportamento estranho, primeiro porque lobos não gostam muito de civilização, e segundo observava por muito tempo a casa. E hoje fez o mesmo, então fotografei – Brit ajeitou seus óculos.

O garoto a minha frente ficou sério, minha vó também estava. Ele pegou a foto e ficou um bom tempo a analisando.

— Gente, é só um lobo – revirei os olhos.

Aproximei-me e vi a foto. Estava um pouco borrada, mas dava para ver entre as arvores um animal preto, de olhos cintilantes, olhava fixamente para a casa.

Observei minha avó e Caleb, eles se entreolharam, como se soubessem de algo, mas não disseram uma só palavra.

— Então, vamos? – pedi.

Ele me olhou sem emoção alguma e depois assentiu.

Saímos de casa e ele abriu a porta do carro para mim. Mas parou e olhou-me.

Sob o olhar do lobo | SOL Onde histórias criam vida. Descubra agora