Capítulo 1

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>  Dia 9 de novembro de 2017 eu fiz uma postagem do livro Novembro 9 no insta em homenagem não só a obra como a autora que tanto amo. Depois desse post, decidi reler o livro e mais uma vez mergulhei no universo maravilhoso que é a história de Ben Kessler e Fallon O'neill. Após essa releitura, mandei um daqueles áudios de quase meia hora (isso foi exagero. Não chegou a tanto, mas foi quase. rsrs), falando sobre como amo esse livro e que sentia que faltava algo na história. Que a CoHo acaba com a gente na falta de epílogo em seus livros e tal. Brincando, eu disse que poderia fazer uma fanfic e minha querida Josi Ramos disse: "Escreve! Escreve! Escreve! Eu beto pra você" 
Depois, veio a proposta para posta na página Meu querido epílogo. E quando vi, já estava escrevendo e me apaixonando novamente por Ben e Fallon. 
Espero que gostem.  
Não deixem de dar sua estrelinha nos capítulos.
Bjs
Luna Moura


Fallon

Acordo com meu celular tocando, olho para a janela e percebo que não deve ser mais do que seis da manhã. Quem liga para um ser humano normal a essa hora?

Pego meu telefone um pouco sobressaltada pensando que pode ser alguma emergência, mas quando vejo o código de área penso em jogar o telefone pela janela. Ninguém da família está em Nova York hoje.

-Alô - eu atendo deixando claro para quem quer que seja do outro lado da linha que não estou satisfeita com a interrupção do meu sono.

Então escuto a voz estridente de alguém com quem tenho um raro contato pelas redes sociais.

Derek Mason era um produtor em ascensão quando fui embora de Nova York a quase dois anos atrás, trabalhamos juntos no teatro comunitário, onde nos conhecemos e nos tornamos amigos. Mesmo depois que começou a ser chamado com frequência por companhias importantes, ele sempre tinha tempo pra mim, saíamos pelo menos uma vez por semana para nos embebedarmos de macchiato na Starbucks. Lembro que três meses antes do meu retorno a Los Angeles ele tinha fechado com uma companhia europeia, desde então nosso contato tem sido raro e normalmente através do Facebook.

Ele ainda fala na velocidade da luz e meu despertar repentino não está ajudando a compreender muito bem o que está dizendo. Respiro fundo e o interrompo.

-Derek, é ótimo falar com você outra vez, mas são seis da manhã em Los Angeles, não estou entendendo nada do que você diz.

Ele para de falar e ri fazendo piada sobre eu não ser a mesma antes de uma boa caneca de café, então com toda a calma explica novamente o motivo de sua ligação, eu continuo achando que ouvi errado, mas após uma pausa ele pergunta se eu topo. Eu não ouvi errado, respiro fundo sentindo um misto de pânico e euforia, acho que ele percebe meu choque e me pede para retornar depois que eu tomar um café bem forte.

Fico paralisada olhando para o telefone em minhas mãos trêmulas, até que sinto os dedos de Ben subindo pelo meu braço.

-Está tudo bem, amor? - vejo a preocupação estampada nos olhos dele - Fallon, quem era ao telefone?

Assim que percebo a angústia na sua voz saio de meu estado atônito.

-Um produtor - eu respondo engolindo em seco - Ele me chamou para fazer uma peça off Broadway.

Primeiro o espanto, em seguida ele abre aquele sorriso devastador e me abraça.

-Que notícia maravilhosa! - ele beija todo meu rosto, mas para ao perceber que eu não mostrei a mesma empolgação - O que foi? Achei que fosse algo que quisesse.

- Não é que não queira, é só que... - me faltam palavras para explicar todos os meus receios.

Ben continua me olhando e como sempre parece ler meus pensamentos. Ele toca carinhosamente meu rosto, o lado onde carrego as cicatrizes daquele 9 de novembro que mudou para sempre nossas vidas. Por mais que hoje eu seja feliz sendo quem sou, aceitando plenamente minhas cicatrizes, eu não consigo imaginar que tipo de papel uma peça off Broadway teria para mim. Na verdade, eu até sou capaz de pensar e, é justamente por isso que tenho medo.

-Eu ouvi o nome Derek no meio da conversa - Ben fala deslizando a mão pelo meu braço - é aquele seu amigo que estava na Europa?

Eu apenas assinto balançando a cabeça, me permitindo sentir seu toque em minha pele, adoro o toque de Ben.

-Por tudo que você já me falou sobre este cara, não acredito que ele faria algo de mau gosto com você.

Eu também não acredito nisso, mas minhas inseguranças, que estavam tão bem enterradas, não sabem disso.

Ben sempre foi capaz de me ler com perfeição, agora que estamos morando juntos a quase seis meses, creio que ele seja capaz de dizer o que penso, antes mesmo que eu seja capaz de pensar. Assim, ele começa a me beijar daquele jeito que sempre me faz esquecer tudo, minhas inseguranças, meus medos, quem sou....

- Fallon - ele sussurra meu nome pouco antes de tirar minha blusa e me fazer esquecer completamente tudo.

Como em todas as manhãs, desde o último 9 de novembro, ele prepara o café da manhã. Enquanto ele faz isso, eu fico sentada no balcão, observando a forma como os músculos das costas dele se mexem a cada movimento, sorrio como uma boba do mesmo jeito há meses com isso. Obviamente nossa vida não é perfeita e, foi um choque descobrir que Ben tem manias irritantes como deixar sua roupa espalhada pelo quarto, esquecer a toalha molhada na cama e, Deus! Quero matá-lo quando ele entra no banho e esquece de pegar a tolha. Mas não trocaria nada disso pela vida de antes, vendo-o apenas uma vez por ano. Ele se vira e coloca o prato na minha frente, bacon com ovos e minha caneca de café, beija o topo da minha cabeça e se senta de frente pra mim.

- Você está muito calada - ele segura minhas mãos e olha pra mim enquanto seu polegar desliza em círculos pela minha pele.

- Estou com medo - sei que estava claro desde o início, mas externar isso me traz certo alívio.

- Eu sei - Ben me puxa para mais perto até que minhas pernas ficam entre as suas - Mas do que exatamente tem medo?

- De falhar, das críticas - eu suspiro frustrada - Tem muito tempo que não subo em um palco Ben, sem falar que terei de ir para Nova York e ficar por lá até o final do ano e acabei de me mudar pra cá

- Fallon - o tom firme dele prendeu minha atenção - Não tente se esconder atrás do nosso relacionamento, eu estou aqui, e continuarei aqui esperando você. Entendo seu medo, mas você sempre foi tão corajosa. Onde está Fallon, a transitória? Que estava prestes a desbravar Nova York.

- Ela virou Fallon, a mestra. Lembra?

Rimos juntos e ele me abraça. Como sempre é reconfortante estar nos braços dele, e sinto o medo se esvair pouco a pouco.

- Não tem motivos para ter medo - ele sussurra em meu ouvido - Estarei na primeira fila na estreia e vou rir muito de você.

Ele me beija e passo a ter certeza de que tudo ficará bem!

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