On my own

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- Aqui está - a enfermeira me entregou o papel e eu olhei o preço que ficou a minha estadia no hospital.

Droga, terei que ficar sem comer um tempo.

Assino o papel e entrego a ela.

- Melhoras.

- Obrigada - agradeço.

- Está começando a esfriar - Taehyung fala atrás de mim - Você pode pegar um resfriado, Nana.

- O que você ainda está fazendo aqui? - o fuzilei.

- Hã? Você esqueceu a nossa conversa de ontem?

- Não, eu não esqueci, mas um pouco de paz seria bom. - comecei a andar até a saida.

- Eu não vou te atrapalhar, Nana.

- Você é um pé no saco.

- Aish, seu humor voltou pior do que antes. - me virei para ele, séria.

- Ele pode ficar ainda pior, sabia?

- Nana, você está com uma cara assustadora.

- Não me pertube. - ele fez uma cara debochada.

- Foi uma boa tentativa de fazer eu me afastar, mas não vai funcionar, Nana. - suspirei.

- Eu vou embora.

- Eu vou com você.

- Não, você tem a própria casa, vá para ela.

- Não estava pedindo. - ele passou o braço em volta do meu ombro.

- Tire daí se não quiser perder o seu braço.

- Eu acho que seu nome deveria ser Alasca - nos chegamos a parada de ônibus - Eu nunca perguntei, você tem coração, Nana?

- Eu espero que não.

Entramos no ônibus e eu me sentei em um banco perto da janela, Taehyung se sentou ao meu lado, tentei não olhar para ele. O que ele disse ontem ainda estava sendo processado na minha cabeça, mas tudo estava um bolo, o que eu vou fazer com ele? Melhor, o que ele quer fazer comigo? Uma pessoa chega em você, tenta socializar e, só porque você está sozinha, ele resolve que quer tirar isso de você, que quer te fazer feliz.

Como funciona isso?

Eu não tive muita noção do que é ser realmente feliz, meu pai ele foi embora quando eu era pequena, minha mãe garantiu isso, ele não poderia se aproximar de nós mais, desde então, eu não o vejo nem recebo notícias. Ele era tão legal, pelo o que eu me lembro ao menos, ele me tratava bem e parecia me amar mesmo. Acho que foi a primeira vez que eu senti um pouco do calor paterno, foi tão bom, aquela época eu acho que era feliz. Eu não me lembro de muito, nem mesmo do meu pai; minha última lembrança dele foi ele falando que tinha umas coisas para resolver e que teria que ficar fora um tempo, e...

...Ele chorava.

#Flashback on

- Olhe, appa!* Um dente-de-leão!

- Sabe o que você pode fazer com ele, pequena? - neguei com a cabeça e ele passou a mão nos meus cabelos - Se você assoprar bem forte até não sobrar nada e fizer um desejo, seu desejo de realizará.

- É mesmo, appa? - ele assentiu e eu assoprei com toda a força dos meus pulmões.

- O que você desejou?

- Desejei que o appa ficasse comigo para sempre!

- Vai se realizar, pequena - ele me colocou no colo - Vamos, omma deve estar precisando de ajuda.

#Flashback off

- Yah Nana, acorde - Taehyung falou e eu me levantei, percebi que eu estava com a cabeça apoiada em seu ombro, senti meu rosto esquentar e me afastei.

- Desculpe - falei baixinho.

- Hã? Você esta pedindo desculpa? O que se passava na sua cabeça? - ele encostou o dedo na minha testa e eu o tirei de la imediatamente.

- N-nada - desci do ônibus.

Estávamos andando e eu parei na pracinha onde havíamos conversado no outro dia.

- Aqui está bom - eu falei.

- O que está bom?

- Eu consigo ir sozinha daqui.

- Deixa eu te acompanhar até a sua casa.

- Não, me deixe ir sozinha daqui. - continuei a andar - Por favor.

-Hum... ok - ele parecia um pouco confuso.

- Boa noite.

- Boa noite, Nana - olhei para ele e ele sorria.

Não sei por que, mas algo fez meu coração acelerar.

O que é esse tipo de coisa?

Me virei e continuei a andar, coloquei uma mão no meu rosto e me abanei com a outra. Eu tenho que parar com isso, essa coisa de meu rosto esquentar e meu coração acelerar, eu realmente não entendo por que acontece.

Sinto uma mão no meu ombro e puxo a mesma, jogando o indivíduo na grade, puxo minha faca que carrego na lateral da calça e coloco apontada para o pescoço deste. Me assusto ao ver quem era.

- Eu ia perguntar se precisava de companhia, por estar tarde, mas definitivamente você não precisa.

- Yoongi?!

- Tem como tirar essa coisa de perto de mim, está me deixando nervoso. - me afasto dele e guardo a faca.

- Desculpe por isso.

- Que tipo de garota carrega uma faca dessas? Você é bem corajosa.

- Isso não tem nada a ver com coragem.

- O que tem a ver então? - aperto a alça da bolsa.

- Boa noite, Yoongi. - me virei para ir embora.

- Bem, é estranho, sabe? Eu nunca te vi sorrir.

- Você nem me conhece.

- O Taehyung conhece?

- Onde você está tentando chegar? - me viro para ele.

- O Taehyung é um cara muito legal e meu amigo também, ele ja sofreu, pode não ter sido como você, mas ainda assim... Só estou dizendo para você tomar cuidado e não ficar nessa de tentar tanto afasta-lo a ponto de ele se machucar, talvez seja bom deixar ele se aproximar.

- Que orgulho de amigo - comentei com um pouco de sarcasmo. Ele desencostou da grade e sorriu.

- É, deve ser mesmo. - ele começou a quicar a bola no chão - Boa noite, Nana.

Estranho que nem o Taehyung...

Glossário:
Appa: pai/papai

I'm a such foolOnde histórias criam vida. Descubra agora