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- Desculpe, tem como você tirar a mão da minha namorada, ela não quer falar com você - Kwan disse olhando seriamente para Taehyung.

Que merda ele está fazendo?!

Tirei o braço de Kwan de mim e empurrei ele.

- Eu não sou nada sua, não se envolva nos meus assuntos. - ele olhou para mim surpreso e ergueu as mãos.

- Tudo bem, desculpe. - revirei os olhos, peguei minhas coisas e fui para a sala.

Que droga, eu não pedi a ajuda dele, quem ele pensa que é para se envolver desse jeito?

Cheguei na sala e sentei na minha cadeira. Senti os olhares das pessoas em mim, apesar de não me causar nenhum desconforto, gostaria de saber o que eles estão olhando.

- Bom dia, Nana - Hoseok disse ao se aproximar.

- O que você quer?

- E começamos o dia bem... - pensou alto. Ele se sentou na cadeira em frente a minha - Eu queria te pedir deaculpa pelo o garoto do outro do dia.

- Por que está pedindo desculpas para mim? Bateram no Taehyung.

- Eu sei, é só que eu meio que te envolvi nisso - olhei para ele.

- Não, eu me envolvi por conta própria, vá pedir desculpas para o Taehyung.

- Eu não sei se vou conseguir falar com ele, ele... - Taehyung apareceu.

- Falar o que comigo? - Hoseok se levantou e olhou para mim como se pedisse ajuda.

- Eu falo com ele, sai daqui - Hoseok deu um sorriso de lado e foi para o lugar dele.

- Agora você vai falar comigo, que interessante - ele apoiou um lado do rosto na mão e sorriu para mim - Bom dia, Nana.

- Ele queria pedir desculpa pelo menino que te bateu, so isso.

- Eu estou bem com ele, entendi o que aconteceu, mas o menino não está nada bem comigo - ele suspirou - Enfim, quando vamos falar sobre aquele dia?

- Não temos nada para falar sobre aquele dia.

- Temos sim, mas já que você não vai conversar comigo, me responda so uma coisa - larguei meu livro e olhei para ele - Foi verdade o que você me falou?

Olhei para ele sem conseguir responder, não podia responder aquilo, queria, mas não podia. Será que eu deveria responder? Eu menti, cheguei até ali, deveria continuar, certo?

Ele continuou me olhando e então sorriu.

- Foi o que eu pensei...

- Taehyung não torne mais difícil do que já está - pedi. Ele olhou para mim com a expressão de irritação.

Me levantei e fui para o corredor, Taehyung puxou meu braço e me levou a a escadaria, onde quase ninguém passava nesse horário.

- Não, não torne você mais difícil, por que você não enxerga o que eu tento te mostrar?

- Você sabe porquê.

- Porquê as pessoas se machucam perto de você? Por que você não deixa eu me aproximar? Pode ser diferente dessa vez.

- Não vai ser diferente.

- Como você sabe que não vai ser diferente?

- Porque com todas as outras pessoas foram assim, todas eu pensei que ia ser diferente, que dessa vez ia dar certo, mas não deu, nenhuma delas, todas foram embora, todas foram machucadas por mim! - Percebi que tinha elevado a voz. Quando menos notei, lágrimas já estavam percorrendo o meu rosto. Falei mais baixo dessa vez - Entenda que eu queria me aproximar de você, queria que fosse diferente com você, mas não é, esse tipo de coisa não funciona comigo.

- Nana, eu... - ele tentou segurar minha mão, mas eu afastei.

- Não! Eu não quero sua pena! - ele arqueou as sobrancelhas.

- Acha que sinto pena de você? - ele sorriu e segurou meu rosto - Nana, isso só me faz querer me aproximar mais de você, você não tem noção do quão incrível você é e do quanto eu gosto de você.

Ele sorriu novamente e selou nossos lábios. Taehyung me beijava com ternura e paixão, estava nítido isso, eu tinha tanta vontade de sentir isso, nunca consegui, estava assustada. Me afastei.

- O que... o que você está fazendo? - perguntei.

Ele continuou calado.

- Isso não pode mais acontecer - disse e fui para sala.

****

Por sorte, Kwan não era da minha sala. Sinceramente, eu não pensava que ele fosse assim agora, eu não passei nem um dia com ele, aquela história de namorada me tirou do sério.
Eu não tinha bem me apaixonado pelo o Kwan, foi mais uma paixão, ou uma queda forte, alguma coisa assim. Me doeu sua partida, mas acho que foi mais pelo fato de que alguém ia me abandonar e eu ia ficar sozinha de novo. Lembro que tinha um garoto que normalmente andava com gente no intervalo, Kwan o chamava de KimKim eu acho, ou era TaeTae. Era um garoto tímido que falava pouco, pelo menos perto de mim. Quando Kwan foi embora, eu via o menino apenas de longe, não tínhamos muito contato, então eu não fiz esforço para conversar com ele. Me arrependo por não ter tentado. É estranho, mas eu sentia as vezes o olhar dele em mim, ai quando eu olhava, ele estava olhando para outra coisa; convenci a mim mesma de que era só coisa da minha cabeça.

Depois da aula eu arrumei o meu material para ir embora. O professor tinha pedido para o Taehyung ajudar ele com alguns materiais, agradeci aos céus por não ter que evitar aquela conversa com ele de novo.
Quando terminei, alguém me cutucou e eu me virei um pouco assustada, pensei estar sozinha. Era a menina que sentava atrás de mim, ela tinha cabelos castanhos que batia nas costas, particularmente, eu a achava muito fofa.

- Oi - ela disse, parecendo envergonhada.

- Oi - me apoiei na cadeira e cruzei os braços.

- Sou Myoui Mina, mas pode me chamar de Mina.

- Kim Nana - apresentei-me.

- É, eu sei - ela sorriu tímida - Você poderia me emprestar seu caderno de matemática?

- Como é? - ela arregalou os olhos como se eu tivesse falado que estava ofendida, suas bochechas ficaram incrivelmente coradas.

- É que me falaram que você tem uma ótima caligrafia e eu estava com dificuldades na matéria.

- Quê?

Quem diabos falou que minha caligrafia é boa? Ela é um garrancho!

- Se não quiser emprestar, tudo bem - ela pareceu um tanto decepcionada com a minha reação.

Ri de mim mesma.

- Não, não, eu empresto - ela levantou a cabeça - É só estranho falarem que minha letra é bonita, eu a acho terrível. - ela sorriu e eu peguei o caderno na mochila.

- Na verdade, as vezes eu consigo ver suas anotações daqui de trás, eu acho muito bonita - confessou e foi a minha vez de corar.

- Bem, obrigada - entreguei o caderno a ela.

- Muito obrigada! Amanhã mesmo lhe devolverei, eu faço o dever que tiver para entregar amanhã também, não se preocupe - assegurou.

- Não precisa, eu já fiz - ela olhou surpresa para mim.

- Mas eram vinte questões - peguei minha mochila.

- Bastante tempo livre - comentei e fui embora.

Fiquei bastante feliz em saber que alguém gostava da minha caligrafia, isso me fazia sentir tão bem, eu não entendia. Talvez fazer uma amiga fosse divertido.

I'm a such foolOnde histórias criam vida. Descubra agora