4. A garota desconhecida.

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Pedro e Daniel deixaram as jovens em frente a casa de Alexia. Esperaram elas entrarem e arrancaram em direção a  casa em que moravam.

Pedro que entrou por último fechou a porta atrás de si e Daniel começou logo a falar, parecendo desesperado.

_Cara como conseguiu!? Você é pior que eu! - Pedro ouvia sem dar muita importância, ainda estava bêbado, louco para deitar em sua cama, sua expressão desentendida. - Você não sabe com quem estava não estava não é!? - Pergunta percebendo que o amigo não esboçava nenhuma reação. Provavelmente nem sabia do ele estava faltando.

_Não perguntei o nome dela. A garota era bonita me deu mole. Porque não me divertir também como você mesmo disse, além do mais foram só alguns beijos. - Henrique caminha para seu quarto. - Agora me deixa, preciso de um banho e de uns minutos sozinho, aquela garota me deixou com um puta tesão!

Daniel começou a rir sem acreditar no que acabava de acontecer.

Aquela conversa ficaria mesmo para outro dia, por que Pedro estava bêbado, em um nível incomum. Daniel era suficientemente esperto para entender que aquela não era um boa hora, embora aquele acontecimento fosse muito bom para a investigação dos dois.

Na manhã do dia seguinte, quando a hora do almoço já se aproximava. Pedro acorda com o som de uma mensagem no celular. Não havia reconhecido o número. Tão pouco o número estava salvo nos contatos.

Respirou fundo sua cabeça ainda doia um pouco e estava com muita sede. Pegou o celular nas mãos e caminhou até a cozinha, pegou um copo com água e um analgésico e os tomou.

Sentado a mesa de madeira velha ele começou a comer uma maçã que estava disposta na fruteira, desbloqueou a tela do celular e foi ler a mensagem que havia recebido.

"Oi, bom dia Henrique. Minha amiga pegou o seu número com seu irmão Daniel. Eles vão sair hoje, estava pensando se... Se talvez você queira ir comigo. Se não quiser tudo bem. Eu gostaria que fosse. Bom de qualquer forma, obrigada. Eu gostei muito de ontem. A propósito meu nome é Sara."

Pedro parou de mastigar a maçã, por pouco não a cuspia toda fora. Leu novamente a mensagem. Aquela garota era a filha de Antônio! Como? Qual era a probabilidade dele beijar logo ela? De tantas outras mulheres!

Por isso ele tinha a sensação de conhecer a tal garota, Sara, agora sabia seu nome. E esse lance dela querer sair com ele, isso era bom ou ruim. Parecia bom por um lado, mas pensando na ética profissional, que ele tanto prezava, isso era horrível! E se a garota se apaixonasse por ele!? Dê certo isso ia acontecer... Talvez isso fosse bom porque poderia usar isso contra Antônio Carlos.

Mas a consciência lhe falou mais alto, não era justo usar os sentimentos de alguém. Mesmo que esse alguém fosse um tremendo corrupto. A pobre jovem não tinha culpa das escolhas erradas do pai, talvez nem soubesse sobre elas.

_Bom dia. - Daniel diz sentando-se a mesa. - Você é um sortudo do caralho sabia!?

_ Do que você está falando? - Henrique olha para Daniel que lançava mão em uma maçã.

_Sabe quem era a garota que você estava pegando?

_Sara Medeiros... - Responde com desânimo.

_Você já sabia!? - Daniel pergunta com nítido espanto.

_Não, não até agora. - Henrique responde e após desbloquear a tela do celular a vira para que Daniel lê-se a mensagem.

_Olha... Não sei o que você fez, mas fez bem feito! Porque a Sarinha já está de quatro por você. Vai ser mais fácil tirar informações dela do tirar doce de criança.

_ Não vamos fazer isso! Eu não vou fazer.

_O que? Você só pode estar brincando! A garota tá apaixonada vai fazer qualquer coisa por você, e ainda vai poder se divertir com ela. Quer melhor que isso!?

_Não acho justo fazer isso com ela. Não vou brincar, nem usar o sentimento dela. Não foi pra isso que entrei na polícia. - Ele diz com a voz grossa e um pouco amarga.

_Eu faria se pudesse. Mas pelo visto ela quer você e eu já estou com a amiga.

_Nós vamos descobrir de outro jeito.

_Vamos? De qual jeito? Porque estamos aqui nesse fim de mundo a quase um mês e não andamos um passo. O pessoal que está cuidando dos grampos e das escutas já descobriram muito mais que nós dois. Nossa missão é infiltrar lá e descobrir como são feitas todas as coisas. É saber quem faz parte.

_Eu não vou brincar com os sentimentos de uma menina de dezessete anos, tá legal!? - Pedro se irrita.

_Dezoito. - Daniel corrige.

_Então não brinque. Diga que não vai rolar um compromisso e se divirta com ela, é claro que ela vai aceitar!

_Você é um porco sabia? Eu não vou mais me encontrar com essa garota e ponto final. - Pedro diz com raiva e sai em direção ao seu quarto, sua cabeça agora parecia querer explodir de tanto que latejava.


.....

Oiê mais um capítulo. Espero que estejam gostando...

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Beijos da Luci

Entre a cruz e a espada. (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora