8. Eliminando a concorrência

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Sara levantou com o barulho do despertador do celular que marcava seis horas em ponto.

Se arrastou até o banheiro cansada. Não tinha dormido direito a noite pensando em seu "relacionamento" estranho com Henrique. Ele a fazia sentir coisas que jamais sentiu, até seu jeito de abraçar e beijar era uma terrível tentação!

Ele tinha mandado uma mensagem na noite anterior, todo romântico.

"Boa noite minha linda e jovem princesa, estou sofrendo com saudades de você. Seu beijo não sai da minha mente, se fechar os olhos posso te sentir... Que essa noite passe rápido, porque quero ter você em meus braços novamente."

"Se continuar me dizendo essas coisas e me beijando como faz, vou ficar completamente apaixonada por você, lindo príncipe"

Pela manhã Sara viu que ele havia mandado outra mensagem. Não tão romântica. No minimo ele era bipolar, não conseguia entender o porque dessas mudanças.

"Você seria muito burra se apaixonasse por mim. Não sou homem para você minha jovem. Espero que perceba isso antes que se magoe."

Depois de terminar seu banho Sara coloca o uniforme escolar e caminha em passos incertos até o portão de casa, depois até a escola. Era um dia razoavelmente quente em Forno, vinte graus.

Sempre achou estranho a cidade ter esse nome, uma cidade fria como aquela devia se chamar geladeira, ou freezer, não Forno!

Mas se lembrou o que sua avó contou, na cidade havia muitas doceiras e uma fábrica de doces bem na entrada da cidade, com dezenas de fornos, então alguém veio visitar a cidade que era apenas um povoado na época lhe deu o nome de forno, a cidade mais gelada de Minas. 

Quanta ironia! Sara ri com o próprio pensamento.

Depois de caminhar algumas quadras parou na padaria em frente a escola e comprou o mesmo de sempre. Dois pães de queijo e um caputiccino. Comeu devagar seus pensamentos teimosamente a levavam até o mais velho.

Henrique era confuso, parecia gostar dela, mas, as vezes, era como se ele quisesse que ela não gostasse dele, ou ele fugia do sentimento, ou... Não saberia dizer qual era a dele...

Suspirou triste, no seu pensando a lembrança do dia em que se conheceram. O homem alto e imponente sentado sozinho naquela mesa, segurando uma garrafinha de cerveja. Chamou a atenção dela no momento em que entrou no mesmo ambiente. Não tirava seus olhos dele. Quando Henrique sorriu o estômago dela se remoeu, insetos alienígenas se apossaram do seu corpo, o fim da jovem começou no momento em que viu as iris verdes do rapaz. Acordou de desvaneos quando seu celular tocou, uma mensagem do mestre em seus pensamentos.

"Bom dia linda, que horas você sai hoje? Posso te buscar? Daniel tem trabalho pra fazer... Vai passar o dia na faculdade... Podíamos ficar aqui em casa um pouco..."

Sara olha a mensagem, balança a cabeça em negação se levanta e caminha até a escola.

Tem horas que ignorar as loucuras dele era a melhor coisa! Pensou a jovem ao guardar o celular na mochila sem responder. 

A primeira aula de história correu tranquila, fizeram apenas uma pequena avaliação. Depois veio a matemática, por dois horários até o intervalo.

Sara olhou o celular desanimada enquanto estava sentada no pátio da escola comendo um pedaço da torta de frango que comprara no refeitório, não viu sinal de Alexia. O que queria dizer que ela provavelmente estava matando aula para se pegar com Daniel.

Entre a cruz e a espada. (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora