74° Capítulo.

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P.O.V Narrador.

Rick teve receio de ler a carta que Carl escreveu para ele, pois sabe que seu filho queria que suas ações fossem completamente diferentes das últimas, como no bar, onde ele e Morgan mataram os Salvadores.

Mas finalmente, ele tomou coragem e sentou-se na varanda do quarto com a carta em mãos. Ele abriu o papel e começou a ler:

" Lembro do meu aniversário de oito anos com o bolo enorme, da tia Evie aparecendo de surpresa e nos surpreendendo.  Lembro da mãe. Eu lembro do Codger. Lembro da escola. De ir ao cinema, das sextas de pizza, dos desenhos animados, da vó, do vô e da igreja. Dos churrascos de verão e da minha piscina infantil. Seria bom ter tido uma na prisão. Falou do passeio que faziamos quando eu tinha três anos. Você segurava a minha mão no bairro a caminho da fazenda Ross. Não sei se você se lembra deles, mas eu me lembro. Porque eu vejo o sol, o milho e aquela vaca que vinha até a cerca e olhava nos meus olhos. E você me falou sobre tudo isso, mas não é só isso. É como eu me sentia. Segurando a sua mão, eu me sentia feliz e especial. Me sentia seguro. Eu pensava que crescer era arranjar um emprego, e talvez ter uma família, ser um adulto. Mas crescer é deixar você e as pessoas que ama em segurança. O mais seguro possível, porque coisas acontecem. Elas aconteciam antes. Você foi baleado antes das coisas piorarem. Parecia que tudo foi de mal a pior  porque você  foi baleado. Eu queria fazê-lo se sentir seguro, pai. Queria que se sentisse como eu quando você me dava a mão. Se sentir assim por cinco minutos, eu daria tudo para que sentisse isso agora. Eu queria matar o Negan. Queria ter matado. Talvez tudo teria acabado. Mas não acho que acabou. Você foi lá de novo, mas não acho que se renderam. Não acho que vão se render. Há trabalhadores lá dentro, pai. Pessoas normais. Velhos, jovens, famílias. Você não quer que morram,  pai  Estávamos tão perto de recomeçar e temos amigos agora. É aquele mundo maior de que Jesus falou. O Reino, Hilltop... Deve ter mais desses lugares, mais gente lá fora. Uma chance para tudo mudar e continuar mudando.  Dar a todos a oportunidade de ter uma vida. Uma vida real. Só que eles não vão terminar. Você tem que fazer isso. Tem que dar uma saída a eles. Tem de achar um jeito de ter paz com Negan, achar um jeito de seguir em frente. Não precisa esquecer o que houve, mas... Pode fazer que nunca aconteça de novo, que ninguém tenha de viver desse jeito, que cada vida tenha valor. Comece tudo do zero. Mostre a todos que podem estar seguros sem matar, que podem se sentir seguros de novo, e voltar a ter aniversários,  escolas, empregos, a até pizzas nas sextas-feiras.  E passeios de pais com crianças de mãos dadas. Faça isso voltar, pai. E faça esses passeios com a Judith. Ela lembrará deles.  Eu te amo.

                                                        -  Carl."

Rick secou as lágrimas e respirou fundo. Logo abaixo, ele viu Michonne com Judith. Ele acenou com a cabeça e Michonne acenou de volta.

(...)

Michonne sentou-se na cama. Sua cabeça está um turbilhão de emoções. A morte de Carl, a guerra e ter que manter Rick firme após a morte do filho.

Ela fez com que Rick lesse a carta de Carl. Carl também escreveu uma para Negan e pediu a mesma coisa que pediu ao pai, paz. Quem sabe Negan tendo acesso as palavras de Carl, abre a mente... Ou talvez o coração.

Michonne levantou e caminhou até a cômoda. Ela abriu a gaveta e pagou a carta com o nome de Negan...

No Santuário, Gregory e Simon conversam. Após ter fugido de Hilltop junto dos outros Salvadores, Gregory foi para lá.

Gregory: Vim aqui para fazer as pazes.

Simon: Me deixou com cara de bobo.

Gregory: Olhe. Minhas informações estavam desatualizadas. Coisas mudaram em Alexandria. Motivação.  Motivação e impulso podem mudar o jogo. Eles tinham isso e mudaram. Margaret controlava Hilltop. Eu não sabia disso. E, sim, pagamos o preço. Mas me deixe corrigir a situação com Negan.

The Walking Dead  O Reino (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora