Capítulo 2

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"Você não é derrotado quando perde. Você é derrotado quando desiste."

Ouço a porta ranger, minha visão está imbasada, tento focar. Depois de algum tempo consigo, me sento na cama e observo Clari ir abrir as cortinas.

— Nem amanheceu ainda, que horas são Clari?

— Cinco horas Ju.

— Ah, certo. Trouxe o que eu pedi?

— Sim.

Olho no final da cama e vejo o tecido preto, me arrasto até lá e ergo a peça de roupa que está por cima. É uma camiseta igual a que os homens usam para treinar, apenas um pouco mais justa, e uma calça, da mesma cor da camiseta, preta, que pelo tamanho também parece que irá ficar justa, mas não desconfortável, espero.

Nunca usei esse tipo de roupa na minha vida antes, mas pedi para Clari arranjar para mim, pois treinar com o vestido não é nada agradável.

Visto a roupa e Clari me olha curiosa, ela trouxe também uma bota, calço, e me levanto.

— Como estou?

— Nem parece uma princesa mimada.

— Clarisse!

— Estou brincando Julie, você não precisa de um vestido de princesa para ficar divina.

— É estranho usar essa roupa, mas é legal.

— Você está parecendo uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo.

— E não é mesmo? - caminho erguendo as pernas mais que o normal, ela me olha estranha - estou só testando minha calça!

— Ah, desculpe-me querida - fala irônica.

— Eu nunca conseguiria fazer isso de vestido - falo enquanto corro pelos corredores, usando meu lado de vampira para pular de uma parede em outra.

— Já deu né Julie - Troy fala no final da escada.

— Você sempre tem que estragar minha felicidade - cruzo os braço.

— Vem, vamos tomar café.

— Já vou indo Ju, qualquer coisa só me chamar - Clari diz se distanciando de nós.

— Obrigada pelas roupas! - falo sorrindo e apontando para mim mesma com uma cara de felicidade.

Ela some no corredor escuro, e Troy me puxa para a cozinha.

— O que vamos ter pro café senhor mal humorado? - pergunto.

— Sangue Julie.

Olho para a mesa que tem na cozinha, e lá tem duas jarras cheias de sangue.

Começo a salivar, e dou um passo para frente, estou prestes a voar em cima de uma das jarras.

A um tempo atrás Dyana resolveu ir para a cidade, onde os humanos ficam, e me pediu para ir junto, eu aceitei. Eu não tinha problemas com sangue, ou talvez nunca tivesse ficado perto de um humano. No caminho encontramos um camponês, eu podia ouvir sua veia pulsar, voei no pescoço dele, bebi seu sangue doce e fresco - era muito diferente do sangue que serviam no castelo - matei o pobre homem. Desde então meu pai disse que eu não beberia mais sangue, ordenou para que misturassem sangue na minha comida - comemos comida humana -só para que eu não morresse, e todos pararam de beber sangue perto de mim.

Troy para na minha frente e segura meus ombros.

— Julie, o rei permitiu mas, com uma condição. Você tem que aprender a se controlar.

As gêmeas WaynerOnde histórias criam vida. Descubra agora