4. Raiz Amarga

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Seja lá qual for sua etnia, sexo, religião, idade, tem um momento em nossas vidas que independente das ações que tomamos, toda a máscara da inverdade cairá. A ação pode ser voluntária ou involuntária, pode ou não ser consequência do ambiente. Portanto, seja esperto (a) tenha em mente que nenhuma mentira é eterna. Saiba como cria-la, como amenizar seus impactos, e o melhor, como mantê-la.

Caro leitor,

Peço desculpas por não me apresentar devidamente, meu nome é Rafael, mas faço questão que me chame de Rafa. Quero ensinar á vocês algumas dicas de como conseguir aquilo que almejam. Já deixo avisado que tudo é baseado em manipulação.

Cliquei em salvar, e abandonei o notebook de lado. Estava contente essa tarde, tinha começado a escrever um blog, e estava me sentindo mais inteligente. Não sabia se tinha a possibilidade de alguém ler, só achava importante a ideia de escrever alguma coisa, e ter a incerteza que alguém, em algum lugar, atrás de uma tela, estava absorvendo aquelas informações.

Olhei pela janela e tinha uma vista linda do final da tarde em São Paulo, o céu estava laranja, e fazia um contraste lindo com a arquitetura da cidade. Como era possível alguém reclamar desse lugar?

COLOQUEI O CELULAR para carregar enquanto tomava um banho, tinha passado a tarde digitando o texto inicial para o blog, na verdade mais tinha apertado a tecla delete do que outra coisa, estava tentando buscar inspiração, e até agora sem sucesso.

Voltei do banho e notei as notificações no celular. O What’sApp estava estourando de mensagens, o que não era lá grandes novidades, assim como várias chamadas perdida de Izabela. Coloquei o celular no alto falante e retornei a ligação, ninguém atendia. Talvez ela estivesse pagando na mesma moeda, afinal Izabela sempre foi muito mesquinha, e não aceitava ser contrariada.

Desci as escadas do quarto e dei de cara com minha mãe.

- Estou indo na casa da Bella.

- Quer que eu te leve lá? – Ela se ofereceu de bom grado, mas é claro que eu teria que recusar. Fala sério. Eu já até tinha pedido um táxi.

- Não mãe. Valeu.

- Toma cuidado, qualquer coisa me liga,

- Ok – Me virei e fechei a porta.

Peguei o elevador e desci até o térreo, o taxi já estava me esperando. Embora o trânsito fosse agonizante, não senti tanto, estava entretido respondendo todas as mensagens e conferindo a vida social.

- Chegamos – O velho apontava pro taxímetro. Paguei, peguei as chaves e entrei na casa.

- Bella? – Estranhei, estava tudo escuro. Izabela raramente deixava a casa nesse silêncio. Nesse horário a música rolaria solta, a televisão estaria ligada, e ela estaria pendurada no telefone com alguma amiga.Subi as escadas já com o coração na mão, ela não atendido minhas ligações e para minha surpresa, ela estava dormindo – preguiçosa. - Psiu! Amor?

Dei alguns beijos enquanto a chamava. Ela acordou assustada, e piorou quando eu disse que era sete horas da noite, provavelmente tinha perdido a noção do tempo e dormido a tarde inteira. Odiava quando ela tirava esses cochilos no meio da tarde, isso a deixava insuportável, em níveis extremos.

Enquanto ela tomava banho, desci para assistir, não passava nada de interessante na televisão, escolhi um canal aleatório, e deixei, só queria algo para iluminar o ambiente, não estava se quer prestando atenção, o pensamento estava longe, queria continuar meu texto. Eu havia estabelecido uma meta pessoal, que iniciaria o blog amanhã. Só precisava agora definir o que realmente postar sobre o que postar, queria umas ideias, mas estava com um terrível bloqueio mental.

Laranjeira PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora