Em um ponto longínquo do globo terrestre, banhado por mares tempestuosos, encontra-se a ilha de Tristura, um lugar isolado do restante do mundo. Navegantes e embarcações repletas de tripulantes sucumbiam às fúrias das tempestades durante suas travessias pelo hemisfério, sendo arrastados para a costa inóspita da ilha.
No centro da ilha, um povoado peculiar se ergue, habitado por um número considerável de moradores com costumes singulares. A ilha foi batizada com o nome de Tristura, pois uma lenda local narra que qualquer ser que ouse pisar nesse solo amaldiçoado será perseguido e dominado por um antigo demônio que ali reside. Essa entidade fantasmagórica vaga pelas ruas da cidade, semeando desgraça, ódio e tristeza por onde passa.
No ano de 1357, o navio de um colonizador europeu chamado Pedro aportou nas margens da ilha. Pedro, um devoto das lendas antigas e um viajante nato, sempre levava sua esposa e filha em suas expedições, transmitindo-lhes todo o conhecimento que adquiria durante suas jornadas. Essa tradição perdurou por três gerações em sua família, conhecida como "Os Cabrais" em Portugal.
Ao atracar na ilha, Pedro, auxiliado por uma tropa de quarenta marinheiros, iniciou sua exploração. Observando a planície árida à sua frente, convocou um de seus escrivães e ditou uma carta, descrevendo a ilha como um lugar de contrastes extremos.
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da Ilha para Lisboa, 18 de maio de 1357
Ao Muito Alto e Poderoso Rei Dom Pedro I de Portugal e Algarve,
Filho Legítimo de Dom Afonso IV.
Com profunda reverência, apresento-me diante de Vossa Majestade, portador de notícias sobre uma terra longínqua e misteriosa que estou tendo a honra de desbravar.
No dia dezoito de maio deste ano de mil trezentos e cinquenta e sete, após uma jornada árdua por mares bravios, cheguei à Ilha, um lugar que desafia a própria compreensão do mundo.
Ao desembarcar, deparei-me com um cenário surreal: ao longe se via florestas petrificadas pelo gelo, tão densas quanto as profundezas dos mares que cercam nossa amada terrinha. O contraste era avassalador, pois o clima no litoral era de um calor intenso e úmido, criando uma dualidade climática que me deixou perplexo.
Em verdade, essa Ilha é um pedaço de terra bipolar, um enigma que me intriga e me convida a desvendar suas peculiaridades. Sinto que esta ilha guarda segredos ancestrais e mistérios que clamam por serem revelados.
Em breve, enviarei relatórios mais detalhados sobre minhas explorações. Aguardo ansiosamente a oportunidade de compartilhar com Vossa Majestade as maravilhas, os perigos e as possíveis especiarias que a ilha tem a oferecer para a Coroa.
A exuberância da flora, os segredos da fauna e as riquezas ocultas nas profundezas da terra prometem um tesouro inestimável para nosso reino.
Com os mais humildes respeitos,
Pedro Anes Cabral
Explorador da Coroa Portuguesa
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Na mesma manhã, Pedro e os tripulantes do navio resolveram levantar acampamento para passar alguns dias ali e fazer expedições pelo local.
No dia seguinte, sua esposa e sua filha levantaram mais cedo para preparar o café. Elas se distanciaram do acampamento em busca de outros mantimentos, explorando principalmente a flora local.
Em seguida, ouviram-se gritos femininos vindos da floresta, tão aterrorizantemente altos que acordaram Pedro e o restante de seus homens. Rapidamente, ele e os subordinados que o acompanhavam prepararam as armas e partiram à procura de ambas.
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Tristura
HororO ano é de mil trezentos e cinquenta e sete. E a sombra da maldição paira sobre a ilha de Tristura. Eventos inexplicáveis e perturbadores assombram seus habitantes, alimentando o medo e a desconfiança, enquanto uma névoa misteriosa encobre a ilha...