Quem vê a pequena Qnash de longe quando passa pelo escaldante deserto, nem imagina que por trás de tanta beleza há tanta injustiça engolida pelos povos a vários séculos. Os costumes e tradições também regem cada casa com vigor, cada mulher, homem e até criança.
Apesar de traços beduinos, o pequeno vilarejo segue o modelo de alguns municípios americanos, algumas casas bonitas, praças, escolas e muito comércio. Também se assemelham no tom meio amarelado, que vem da poeira do deserto. As pessoas como sempre (em lugares pequenos) sabem de tudo que se passa na casa do seu vizinho (ou tentam saber pelo menos) e muitas crianças brincam alegre pelas estreitas e, as vezes largas, ruas de Qnash.
Como também se espera, há no vilarejo a família que está ali desde a fundação da primeira casa. Sabe e conhece quase todos do lugar, manda e desmanda. Rege o comércio e até as escolas. Tem um ar potentemente controlador e um lado obscuro que ninguém jamais ousou questionar.
Embora poucos visem Hussein quando mais novo, sabiam desde que ele voltou da Arábia Saudita, onde estudava arduamnete, que ele seria o substituto de seu pai, Sheikh Zayed Abdullah bin Alizansa. E assim se fez. Dando prosseguimento a reputação da família, de ser altamente rigorosa e severa, e acrescentando que Hussein é muito pior que Zayed.
Dois anos mais tarde ele tomou uma jovem de Tahf, uma família considerada "nobre" da cidade como sua esposa. Seu nome era Malika, é Malika Abdullah,na verdade. Ambos formavam um casal prefeito e estimado, com qualidades "detestaveis" pelo povo, inseparáveis. Porém, são coisas que nem um louco ousa dizer em frente a Hussein, pois conhece seu destino se o fizer.
A casa dos Abdullah a é mais grande e alta da cidade, adornada e totalmente detalhada com ouro fino e algumas pedras preciosas. Também contém uma alta faixa de segurança com altos muros e guardas civis que guardam suas entradas e saídas.
Porém de bem longe, quase do outro lado da rua, se pode ver com clareza a sacada do quarto de Al Jalila Abdullah, uma menina totalmente diferente de sua família, o que faz que seu irmão Hussein a trate de maneira especial e reservada. De maneira até mais restritiva do que com sua própria mulher, Malika. Todos os dias ele diz a irmã o quão importante é ela preservar a sua honra e a de sua casa. Assim que ela assente concordando, ele se sente mais seguro e relaxado.
Óbvio que ela não lhe irá revelar de sua paixão por Hamad, filho de Ali, um homem trapaceiro e ganancioso que se pudesse havia até trocado sua mãe por dinheiro, se lhe oferececem. Porém isso nada voga no seu amor por Hamad. Ela sabe que ele é um homem bom e totalmente diferente de seu pai. Al Jalila o ama de todo o seu coração.
««««»»»»
Sentada em uma cadeira na beira da sacada ela espera, entre um suspiro e outro, a cabeleira negra de seu amado se destacar dentre as pessoas do outro lado da rua. Todos os dias lá pro fim da tarde ele aparece por lá andando como quem não quer nada com desculpa para vê-la.
Ansiosa ela aguarda, até o momento em que ja não está mais confiante em vê-lo, ela permanece. A escuridão da noite chega e as luzes de Qnash são acessas, enquanto o coração de Jalila se pergunta onde está seu amado. Mesmo quando Latifa, a sua empregada pessoal chama-a para jantar ela se nega a ir, recusando-se a acreditar que Hamad não aparecera.
Ela aguarda mais, porém quando Latifa retorna novamente e a intima em nome de Hussein, é obrigada a ir ter com seu irmão.
- Obrigada Latifa, diga que ja estou descendo. - Caminha até o outro lado do quarto onde se encontra sua penteadeira e arruma seus cabelos desprendidos do véu azul marinho, que combina exatamente com sua abaya.
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SUNA (Degustação)
RomanceHussein Abdullah é o chefe da família mais importante de Qnash, um vilarejo na península árabe, próximo a Arábia Saudita. Quando a honra de sua família se vê manchada pela tolice de sua irmã Al Jalila com um mero subordinado,Hamad, ele se vê obrigad...