Aqueles olhos verdes

605 47 12
                                    

Tudo ocorrerá bem. Talvez até demais.

Desço do ônibus talvez um pouco atrasado. Mas só talvez. Tento parecer calmo com os poucos minutos de atraso, mas meu coração palpitava forte. E NÃO ERA PORQUÊ EU VI O DI ÂNGELO. Fui até ele que era o meu único conhecido ali.
— oi, Nico.
Falo jogando a mochila sobre as costas.
— eae Will, atrasado mocinho?
Nico fala segurando o riso.
— parece que sim... como faz para entrar depois que os portões fecham!?
Pergunto um pouco risonho pela expressão do moreno.
— ou na terceira aula, ou pulamos o portão, ou entramos pelos fundos.
Nico fala segurando a barra do portão
— você vem?
Ele pergunta antes de pular o portão colocando uma perna de cada lado e adentrando escola.
— Sr. Solace, atrasado.
Ele rir, e abre o portão fazendo uma espécie de reverência.
— qual a primeira aula?
Pergunto tentando fugir do problema de estar atrasado.
— geografia baby
Ele diz com a voz grossa mas um pouco. UM POUCO. Atraente. Confesso que quase suspirei. Mas tentei manter-me neutro perto do Di Ângelo.

Me assento nas bancas traseiras. E abro o caderno sem realmente prestar atenção na aula.

— ei... copiou? Ele vai apagar o quadro.
Um menino de cabelos castanhos fala. Seus olhos verdes olharam para mim brincalhão.
— não sou obrigado.
Respondo ríspido. Já não basta a minha mãe doente eu ainda tenho que lidar com pessoas intrometidas. Meu humor nem sempre era assim. Mas quando assim eu estava, eu praticamente me perdia do meio social.
— desculpe.
Diz ele sorrindo e desvia o seu olhar de mim.
— desculpe, eu não sou assim. Nem sempre
Digo e sorrio.
.
.
Continuo ?

Quando a luz se encontra com as sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora