Capítulo 2

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28 de fevereiro, domingo.

10h53min: Ontem, antes de me deitar, Johnny me deu alguns beijos. Fui dormir com a cabeça nas nuvens. Quando acordei, ele já tinha descido para tomar café. Agora estou aqui, sem coragem de levantar da cama.

Estava levemente irritado por Taeyong não ter me respondido. Queria saber o que se passava em sua cabeça. Bem, eu não sabia ler mentes, mas sei de uma conta secreta que ele tem no Twitter. Taeyong costuma usá-la para desabafar. É por lá que sempre descubro como ele está se sentindo.

Abri meu aplicativo do Twitter e acessei a conta secreta dele. Sorri ao ver que tinha atualizações.

@Taeyong_95: Se você soubesse o quanto isso dói...

@Taeyong_95: É ridículo ficar ansioso toda vez que você me chama no Kakao Talk?

@Taeyong_95: É ridículo chorar toda vez que você fala sobre ele?

@Taeyong_95: Você acabou de me destruir.

@Taeyong_95: Agora eu te perdi para sempre.

O último era um retweet:

@frasesdecadasingo: Câncer: É que talvez os nossos destinos sejam como estranhas retas paralelas. Se olhando, se acompanham, caminham juntos, ao mesmo passo, entretanto, nunca irão se cruzar.

Ahá! Ele curte ler sobre signos, eu sabia!

Contudo, algo me intrigava. Taeyong parece tão arrasado. Sei que está com ciúme de Johnny, mas não entendo como ele pode achar que vai perder a minha amizade. Por outro lado, ele pode estar com ciúme de outra pessoa. Será Yuta?

Eu estava a ponto de mandar uma mensagem para ele quando Johnny entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.

Com um sorriso nos lábios, ele se aproximou da minha cama, sentando na beirada ao meu lado.

– Bom dia! – ele se inclinou e depositou um selinho nos meus lábios. Ah... que bela forma de começar o dia.

– Bom dia! – respondi com um sorriso no rosto.

Johnny pegou a minha mão e a escondeu sob a dele, fazendo um carinho na minha palma.

– Hoje eu tenho um encontro com alguns amigos da faculdade – ele levantou uma sobrancelha. – Você quer ir comigo?

Meu Deus. Ele quer que eu conheça seus amigos?

Eu ficaria tímido perto dos amigos dele, mas não poderia recusar o convite.

– Claro que quero! – me odiei por parecer tão empolgado. – É-ér... será onde?

Ele deu de ombros.

– Ainda não decidimos. Sabe de alguma lanchonete boa aqui perto?

Eu sabia de uma perfeita!

– Tem a lanchonete dos pais do Taeyong. É a melhor das redondezas. Vende bubble tea, você gosta?

– Adoro bubble tea – seu sorriso perdeu um pouco o brilho. – Mas... o Taeyong vai estar lá?

– Provavelmente, por quê?

– Não acha que ele ficaria desconfortável?

Bem, ele ficaria. Mas Taeyong precisa se acostumar com minhas novas amizades. Lembro-me de quando Yuta começou a ser meu amigo e Taeyong ficou uma semana e meia sem falar comigo, por puro ciúme. Um tempo depois ele também se tornou amigo de Yuta. Confesso que fiquei com um pouco de ciúme, porque eles ficaram bem próximos. Mas me acostumei.

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