Capitulo 3 A Domadora de Fierenraytes

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Saímos da casa do maldito e tudo que eu podia fazer era ir comprar umas roupas para a criança, que agora iria me acompanhar em minha jornada até minha terra. Ela estava em estado de choque e isso era apenas o que eu conseguia perceber, mas ela ainda estava com um olhar de sobrevivente. Um olhar que eu tinha a tempos atrás, mas não podia deixar o que aconteceu comigo acontecer com ela. Me mantive forte em todos os momentos. Eu não podia mostrar o que eu sou, eles não estão preparados para isso. Por um segundo, percebi que Fyru estava quieto. Olhei ao redor e ele não estava perto de nos, notei que ele estava com uma xhinianas . Sai com a garota. Fomos a diversos mercados com a intenção de comprar uma roupa para ela. Então disse-lhe:

- Qual a roupa que você quer?

E a resposta assustou a vendedora.

- Todas essas roupas são pesadas para combate, me de algo que não se manche facilmente com sangue e que seja leve quando eu for fazer os serviços de meu mestre.

Eu a puxei e perguntei:

- Mas o que você está fazendo?

- Estou apenas comprando algo que lhe seja útil em situações como aquela. Eu lhe devo a minha vida e como uma seguidora de Maryel a deusa da Graça, eu devo servir você até a sua morte ou a minha.

- Mas quem disse que eu quero que você me sirva?

- Não existe isso de não obedecer a regra dos deuses.

- Eu não obedeço a ninguém e continuará a ser assim até eu morrer, então não ache que irei mudar por causa de uma garotinha estúpida que não sabe nem quem são esses deuses e como eles são de verdade.

- Como você pode falar isso? Você nem os conhece! Você é apenas um homem que abandonou a sua família e agora tenta se redimir de todas as formas...

Eu perdi o controle e a peguei erguendo pelo pescoço. Vi seus olhos começarem a se contorcer de dor, ouvi seus ossos estralando quando a soltei.

Ela só me faz apenas uma pergunta:

- Por quê? Por que você parou?

A olhei e dei uma sacola de vriens, mandei-a comprar suprimentos e uma roupa, achar uma hospedaria e em seguida, me encontrar no castelo do rei. Ela acenou com a cabeça e saiu. Já eu, fui a caminho do castelo, mas antes decidi passar pela minha antiga casa na cidade. Chegando lá, encontrei o meu mais precioso bem de família e todas as minha coisas, mas uma das coisas foi a mais dolorosa que eu vi.

Em minha mesa, havia uma pequena amostra da crueldade do povo. Minha querida e fiel loba Eamdia estava morta com inúmeras lanças em seu corpo, mas ela morreu protegendo o seu propósito, protegeu o machado de Lucatir. Lembro do dia em que eu e ela estávamos andando nos bosques, quando encontramos Eamdia e tudo o que ela fez foi pegar aquele pequeno filhotinho e falar:

- Eu adorei o seu presente.

Ela o sacudia com alegria dizendo:

- Seu nome será Eamdia.

Então perguntei:

- O que significa esse nome?

- Significa Amor.

Me senti a despencar naquela sala. Fui até ela e a peguei com todo o cuidado, em seguida, fui até a porta, escutei então, latidos bem baixos e vi dois pequenos filhotes. Sai a enterrei, peguei os filhotes e o machado e parti para o castelo. Chegando lá, fui a procura do coletor de impostos para pagar a divida da minha família e enquanto pagava as dividas, escuto um tumulto e vou verificar e é o que imaginei. A garota estava envolvida. Chamei a e perguntei o que era aquilo, ela me respondeu:

- Estava apenas olhando por aí, para ver se te achava e de repente ele apareceu e começo a rugir e então você chegou.

- Quem começou a rugir?

Ela apontou para frente e vi um enorme Fierenraytes pardo, ao seu lado, outro branco, logo atrás, correndo uma Crusier tentando os acalmar. Quando ela finalmente os acalmou, correu para ver se a menina tinha se machucado.

- Você está bem? Não se cortou né?

- Não, ela esta bem.

- Oh, desculpe, você deve ser o pai dela.

- Não.

- Ah, mas que grosseria da minha parte, onde estão meus modos, meu nome Rhayvirya. - Ela ergueu a mão - Você não vai pegar?

Me levanto e levanto a garota e digo:

- Vamos, já terminamos aqui!

Antes que eu pudesse sair, o novo rei aparece e me para dizendo:

- Você não vê que essa linda senhorita falou com você?

Virei as costas para ele e comecei a andar em direção a saída. O rei gritou para os guardas me prenderem por não respeitar, os guardas abaixaram as lanças e formaram uma roda em volta de mim, foram se aproximando, senti um aperto na minha perna esquerda, quando olhei a garota, ela estava assustada e esfregando sua cara na minha perna apenas dizendo:

- Eu não quero morrer, eu não quero morrer.

Falou isso repetidamente, até que só escutei um barulho e quando olhei era Fyru, quebrando a formação dos guardas e gritando:

- AGUENTA AE CHEFE ESTOU CHEGANDO!!!!

Peguei meu machado e joguei, acertando um dos guardas. Peguei a garota no colo e a coloquei em cima de uma estante alta que havia do meu lado, quando a coloquei lá, escutei Fyru gritar de dor e temi o pior. Corri para ajuda-lo, mas no meio do tumulto, os Myertes que estavam na rua invadiram e os dois Fierenraytes avançaram para cima de todos envolvidos. Todos recuaram, exceto eu, que andava calmamente para cima do rei. Quando um dos Fierenraytes veio para cima. Peguei o machado e ele parou recuando, fui ate o Fyru e o ajudei com o corte na barriga, ele enfaixou e sorriu para mim e disse:

- E para um poste com músculos, você até que pode virar uma linda curandeira.

- O ajudei a levantar e fui em direção ao rei que estava do lado da domadora e ele começou a falar:

- É melhor você ir embora antes que eu mande te matarem.

Dava para ver o medo que corria nas veias dele. O olhei cara a cara e então falei:

- Antes de você tentar qualquer coisa estupida, só precisa saber de uma coisa.

- E que coisa é essa?

- Eu já matei o antecessor do trono, não me importaria de matar você também.

Ele ficou em estado de choque, mas não completamente, embora ainda fosse um garoto, ele ainda tinha coragem, mas isso não me impediria de mata-lo então. Me virei e fui em direção a saída e a domadora disse:

- Não, faça um torneio com um premio especial.

- Como assim?

- Você só sairá do castelo se vencer um torneio.

- Não, eu vou sair quando eu quiser sair e portanto, é isso o que eu quero agora.

- Mas não com esse premio em jogo.

Ela sorriu para mim e logo atrás dela veio um dos seu guardas com a garota nos braços. Me toquei que eu realmente não poderia sair dali sem a garota e se eu fizesse, ela morreria. Então tomei a decisão que mudou o rumo da minha jornada.

- Tudo bem, vamos começar logo esse torneio.

Guardiões da Chama Primordial Livro lOnde histórias criam vida. Descubra agora