7° Você aqui?

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Saí do quarto dela e fui para sala.

- Você aqui? - ouvi uma voz masculina e muito grossa. - Como conseguiu entrar aqui? Pensei que tivesse ido pra casa depois de tantas que bebeste ontem. -disse ele.

- Pai ele veio apenas para certificar se o carro ficará em boas condições com a gente ou não. Ele está voltando para casa dele pegar o nosso dinheiro e trazer pra cá. -menina fingida. Como ela consegue mentir para o próprio pai por uma pessoa que mal conhece?

Se dizem que existem anjos, pois acredito que o meu estou deixando para trás.

- É verdade senhor. -defendi a ideia maluca dela. Pois se não fosse ela, eu estaria completamente fodido.

- Mas porque ele está vindo da direção do seu quarto e não entrando? -velho insistente.

- Pai, pare. Ele só veio certificar se o seu carro ficará em boas mãos ou não.

- Está bem filha. Vai ficar na barraca que eu tenho que ir buscar algumas mercadorias que estão faltando.

- Sim senhor.

Ela andou até ele e depositou um beijo nas bochechas dele.

- Te amo filha. -disse ele.

- Também pai. -disse ela. -Vamos Simpson. -ela virou se pra mim, segurou meu braço e me arrastou para fora de casa.

- Porquê você mentiu pra seu pai? -perguntei.

- O que você queria que eu dissesse? Que o pai, esse é o idiota que encheu a cara ontem e não pagou pelo produto que ele consumiu? -perguntou ela irónica.

- Não. Isso não. Mas também não deverias ter mentido.

- Sei disse. Agora podes ir, mas o carro fica.

- Eu preciso dele para poder chegar na minha casa.

- Sinto muito mais isso não será possível.

- Ok, entendi. Você poderia pelo menos dar me algum dinheiro para pegar táxi?

- Estou sem grana. Usei tudo hoje.

- Por favor Sandra.

- Filho estou indo.

- Até mais pai. -gritou para o pai.

- Seja caridosa vai. Olhe pelo lado bom, se eu não voltar, você fica com o carro.

- E se o carro não for seu, for roubado?

- O carro é meu. Não foi roubado. Eu só preciso de dinheiro para ir pra casa pegar dinheiro votar, dar a vocês levar o meu carro e vazar. Prometo que não irás mais ver me aqui.

- Pesando bem, até que a ideia não é nada mal.

Ela pegou o dinheiro na caixa, deu me e agradeci.

- Obrigado.

- De tudo. Você está devendo muito por aqui hein...

- Eu sei disso. Agora tchau.

Saí dali, e fui no ponto de táxis. Até que seria legal se eu pegasse um ónibus pouparia o dinheiro. Mas não.

- Meu celular. Eu tenho que recuperar ele antes de ir embora se nao depois será tarde demais.

Voltei e foi até a barraca.

- Você de novo? O que foi desta vez?

- Quero meu celular de volta.

Dupla identidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora