Herdeira do trono do Norte, Elena Beneguer retorna ao seu reino, pronta para reinar, no entanto forças impetuosas tentará lhe fazer cair, afastando-a de seu destino.
No mundo onde dragões ferozes podem ser suas almas compatíveis, um caos se ap...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Abaixo de um céu negro, iluminado apenas por uma lua dourada, se encontrava um teatro que não conseguia desprender os olhos de uma jovem sobre o palco de carvalho, com sapatilhas negras que espelhavam a noite à fora. Nas pontas dos pés ela rodopiava com elegância, como uma pena sendo levada pelos ventos frios do sul, e era acompanhada pelo conjunto de bailarinas que a seguiam dançando harmonicamente. Cada movimento contava uma história triste de amor, na qual uma mulher que esperava pelo retorno de seu marido que fora para a guerra, porém ela não sabia que seu único amor morreu lutando por um futuro melhor, e ao descobrir passou a se vestir com vestes pretas e opacas, esperando que a morte a levasse para perto de seu amor verdadeiro.
Um coro de palmas reverberou por todo o teatro após o Gran Finale, estavam aplaudindo a jovem e todo esse espetáculo com lágrimas em seus olhos. O público jogava rosas ao palco e aplaudiam a maravilhosa peça, até depois de as cortinas terem se fechado.
Alina estava tão orgulhosa de si mesma, após dançar com toda sua alma naquele palco, que nem sentia a dor nos seus pés, ela estava entorpecida em uma suavidade de euforia. Seu coração parecia querer sair pela sua boca e foi o suficiente para deixar escapar um gritinho de entusiasmo após sair do palco.
Enquanto se trocava em seu camarim abafado depois do espetáculo, ela respirou fundo enquanto olhava para o espelho, admirando seu rosto ainda maquiado, e sorriu para si mesma, orgulhosa de ter conquistado tudo o que sempre desejou. Reconhecimento e sucesso.
Voltando para sua casa sozinha pelas ruas frias de Revoada do Sul, em Krystallo, com suas botas se afundando na neve, enquanto andava sem pressa ao lado de sua caramim, uma leopardo das neves.
O teatro não era muito distante de sua casa, mas o caminho era perigoso para uma dama desprotegida e sem armas para se defender. Alina nem ao menos pensou nisso, estava alegre e empolgada para contar a Nana, a sua confidente destinada pelo rei, como havia sido no teatro.
Conforme ia para casa, colocou as suas mãos frias dentro dos bolsos do casaco velho, na tentativa de aquecê-las nesse frio que doía até os ossos. Ao contrário dela, Manusa sua caramim, adorava neve e sempre amou pegar minúsculos flocos de neve com sua língua áspera.
Ao se aproximar de sua casa logo acelerou os passos para contar à mãe adotiva sobre o espetáculo da noite e depois cuidaria de seus pés cheios de feridas por causa das sapatilhas de ponta. Quando chegou a varanda para destrancar a porta com a sua chave, notou que a porta estava destrancada, o que era estranho, pois Nana sempre tinha cuidado em manter a porta sempre trancada para que não fossem roubadas.
A leopardo das neves rosnou baixo, com as orelhas erguidas seguindo o som vindo de dentro da casa, quando um homem alto com a farda dos soldados do rei abriu a porta. Este trazia em seu ombro a sua caramim, uma louva-a-deus fêmea. O homem era muito atraente, mas Alina sentiu uma magia estranha vindo dele, era sombria e fedia à morte e sangue.
