Magnus Bane Part5

505 48 156
                                    


Seus lábios eram macios, se encaixavam perfeitamente contra os meus. De modo delicado e carinhoso, Alexander deslizou a mão direita pelas minhas costas e aproximou ainda nossos corpos, aumentando a velocidade do beijo. Nossas respirações e tórax se moviam rapidamente devido a intensidade do beijo. Ambos os braços se apertavam e o mínimo de espaço que ainda existia se foi até que não eram mais dois corpos, e sim um.

Eu nunca havia me sentindo tão bem quanto naquele momento. Meu mundo havia parado, meus problemas esquecidos e até mesmo a dor de cabeça, minha companheira constante, havia desaparecido. Era como se eu tivesse sido transportado para um mundo mágico, um mundo onde não havia dor, sofrimento, dilemas morais e muito menos planos de vingança.

— Me perdoa. — Ouço uma voz rouca me trazendo de volta a minha triste realidade. — Eu não deveria ter te beijado sem a sua permissão. — Se desculpou, mas não havia um pingo de sinceridade em sua voz.

— Tudo bem. — Mas não estava nada bem. Eu havia me aproximado de Alexander com o intuito de conhecer suas fraquezas, não para trocar beijos e carícias. Eu estava me sentindo perdido, confuso e sem saber como agir naquela situação. — Só não volte a me beijar.

— Eu vou tentar me manter o mais longe possível dos seus lábios. — Disse sorrindo. Mas o sorriso murchou no exato momento em que ele observou o oceano a sua frente. — Minhas costas estão doendo. Acho que o efeito do analgésico está passando.

Eu sabia que aquela era uma desculpa para ele não ter que enfrentar o seu medo de água, sabia que ele diria e faria qualquer coisa para fugir do confronto, mas eu não podia deixá-lo desistir, não quando estávamos tão perto.

— Eu sei o quanto deve ser difícil para você estar em um lugar como esse depois de tudo o que você passou. — Olhou em meus olhos. — Mas você não pode deixar que o medo controle a sua vida e te impeça de viver experiências realmente maravilhosas.

— Eu já tentei, mas eu não consigo. — Desviou o olhar. — Eu realmente não consigo.

— Você consegue. Eu confio em você, confio na sua força e confio que você vai derrubar qualquer obstáculo que a vida colocar em seu caminho.

— Você poderia segurar a minha mão? — Pediu depois de um longo período em silêncio.

— Porque você quer que eu segure a sua mão?

— Porque quando estou ao seu lado eu me sinto mais forte do que nunca. Sinto como se eu fosse invencível.

Mais uma vez a sua sinceridade me deixou perplexo e sem reação. Alexander era dissimulado em praticamente tudo em sua vida. Sempre evitando a verdade, sempre escondendo seus verdadeiros sentimentos, mas comigo ele era diferente, comigo ele tirava sua máscara, pelo menos uma delas.

— Vai ser um prazer acompanhá-lo nessa aventura, my lost boy. — Seguro sua mão que estava trêmula e fria. Nunca é fácil enfrentar seus medos, ainda mais quando eles estão enraizados por tanto tempo. — Eu serei a sua força sempre que você se sentir fraco, eu estarei ao seu lado sempre que você precisar de ajuda. — Eu havia tomado a minha decisão. Eu amava a Clary, amava do fundo do meu coração, mas eu não podia continuar ao seu lado nesse plano ridículo de vingança.

Um passo atrás do outro, caminhando lentamente temendo que ele desistisse no meio do caminho. Pobre Alexander, eu sabia exatamente como ele estava se sentindo naquele momento.

— Você gostaria de molhar seus pés nas ondas? — Pergunto assim que chegamos à beira-mar.

— Estou com um pouco de frio. — Deu uma desculpa para fugir da tarefa, ele parecia nervoso por estar tão próximo da água.

Confissões de um Sociopata (Malec) -Onde histórias criam vida. Descubra agora