prólogo

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SÁBADO, 12 DE JULHO DE 2121

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SÁBADO, 12 DE JULHO DE 2121.

Lola Luporini entrou no banho exatamente as 21h13. A música ribombava da caixinha de som, abafando os gritos estarrecidos dos pais. Lola havia adquirido a inusitada mania de tomar banho no escuro. Eu não sou louca, ela disse uma vez para a melhor amiga, Patrícia Castro, ao confessar seu gosto. Lola amava velas aromáticas e sempre mantinha um estoque delas em seu quarto. Toda vez que se preparava para tomar banho aquele ritual se iniciava. Ela acendia algumas velas, apagava as luzes e colocava sua playlist favorita para tocar.

No quarto ao lado, Alec e Rebecca brigavam, envolvidos numa discussão cheia de palavras de baixo calão. Lola precisou aumentar o volume ao máximo para não escutar os berros dos pais. Rebecca parecia fora de si nas últimas semanas, assim como Alec.

Tem alguma coisa acontecendo.

Ela fechou os olhos, permitindo a pressão da água massagear os ombros tensos. Lola era uma garota muito bonita, como quase todas as mulheres da família. Seus olhos verdes se destacavam na pele branca e os cabelos amarelos caíam pelos ombros. De olhos fechados, Lola cantou o mais alto que pôde, numa tentativa frustrada em não escutar os pais brigando. Ela já havia perdido as contas de quantas vezes Alec e Rebecca havia gritado um com o outro naquela semana.

Foi quando a música parou e seu telefone começou tocar e vibrar sobre a bancada da pia, afinal, o aparelho estava conectado a sua caixa de som. Ela estendeu a mão para atender a ligação, enxugando os dedos rapidamente.

— Finalmente você atendeu! — Patrícia resmungou para Lola. — Essa é a quarta ligação que faço para você.

— Eu tô tomando banho! Aconteceu alguma coisa?

— Só vão permitir a entrada de maiores de idade no Bauhaus — Patrícia choramingou. — O que vamos fazer? Tínhamos marcado esse rolê há meses.

— Relaxa! — Lola garantiu, enrolando-se na toalha e desligando o chuveiro. — Não há nada que um Luporini não consiga em Cipriano. Não tem que surtar, nós vamos entrar nessa festa!

A curva de um sorriso nasceu nos lábios de Lola, enquanto se encaminhava em direção ao quarto. Ela revirou os olhos ao escutar a discussão fervorosa dos pais. Por que eles brigavam em pleno aniversário de casamento? Isso não parecia normal, alguma coisa estava acontecendo.

— Eu já me antecipei, Pat. — Lola comunicou, batendo a porta do quarto. — Falei com o promoter e molhei muito bem as mãos dele para facilitar a nossa entrada.

— Isso de novo, Lola? — Patrícia estava insegura. — A gente quase se fodeu no Bauhaus na última vez! Se não fosse o Arthur, teríamos ido parar na delegacia!

— Quase, Pat, quase! — Lola exclamou. — Deixa de ser medrosa porque eu bem sei que você tá bem animada pra essa festa de hoje! Tulio não vai amarelar, vai?

O Jogo dos Segredos [1] DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora