Primeiros Passos Para o Amor

Saudade

Capítulo 8

"- Agnes - Ah meu querido Ciro, como eu gostaria de me entregar a esse sentimento que corrói meu coração! -" 

Lolla suspirou e saiu do quarto, ficou se perguntando quando sua menina iria abrir os olhos. Agnes sentia a água lhe acolhendo e suspirava triste, como poderia amar tanto alguém que pouco conhecia?

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Agnes olhava Marcelo, o mesmo tentava se explicar.

- Marcelo - Agnes eu não posso ficar com esse peso em mim! - A olhou. - Agnes - Você assumiu essa responsabilidade, o prazo dele está acabando e ponto final! - Estava séria. - Marcelo - Esse é o maior problema, você sabia que essa empresa não iria render não é? - A fitou. - Agnes - Não, mas coloquei ele a prova e você está vendo onde isso vai acabar! - Suspirou. - Marcelo - E você vai mesmo romper esse contrato? - Perguntou de maneira cuidadosa. - Agnes - Vou, eu sou uma mulher de palavra Marcelo! - Disse de forma ríspida. - Marcelo - Eu sei disso Agnes, mas o tempo que você deu a ele foi curto demais! - A olhou. - Agnes - 3 meses é o suficiente, ele ainda tem 1 mês para me render! - Se levantou. - Marcelo - Ainda assim é pouco! - Agnes foi até a janela. - Agnes - Já me deram tempos menores e você mais do que ninguém sabe! - Respirou fundo. - Marcelo - Mas... - Agnes o interrompeu. - Agnes - Mais nada, fizemos uma campanha enorme para ele e nada adiantou! - O olhou. - Marcelo - Tudo bem Agnes, hoje não tem como manter uma conversa com você! - Sua voz soou irritada. - Agnes - Como? - Perguntou incrédula. - Marcelo - Você me ouviu! - Agnes indignou-se. - Agnes - Marcelo, nós somos amigos há anos e me desculpe aqui na empresa sou a sua chefe. - Pausou. - Agnes - Eu exijo respeito de sua parte para comigo, como eu disse antes, prazo é prazo! - O encarou. - Marcelo - Me desculpe Agnes, mas você está enganada em relação a Central Kids! - Falou de maneira calma. - Agnes - Não acho! - O olhou. - Marcelo - Então me diga o porquê de não apostar nessa empresa? - Apoiou os cotovelos sobre a mesa. - Agnes - Óbvio Marcelo, ele quer me derrubar e bom... - Pausou. - Agnes - A fama dele não é das melhores, o Ricardo já afundou 5 empresas!  - Marcelo ficou surpreso. - Marcelo - Eu não sabia disso! - Suspirou frustrado. - Agnes - Ele tem boas idéias, mas todas com grandes falhas! - Sua expressão era forte. - Agnes - E eu também não gostei dele! - Voltou sua atenção para a janela. - Marcelo - Eu percebi alguns erros em alguns projetos, e também notei sua rejeição a ele. - Sorriu a olhando. - Agnes - Eu não sei explicar Marcelo, mas sinto que esse homem vai me ferir de algum jeito. - O olhou novamente. - Marcelo - Como assim? - Ficou confuso. - Agnes - Eu tenho uma sensação ruim quanto a esse Ricardo! - Respirou fundo. - Marcelo - Ele é um pouco estranho, mas não me parece ruim! - A olhou. - Agnes - Enfim, era só isso que queria falar? - Marcelo se levantou. - Marcelo - Era só isso mesmo, até logo! - Se aproximou da porta e a abriu. - Agnes - Até! -

Agnes ficou olhando a porta fechar, suas palavras tinham total coerência, aquele homem não era confiável. Voltou sua atenção a alguns papéis sobre sua mesa, a hora do almoço se aproximava e Agnes fez seu ritual, arrumou a sala e foi retocar a singela maquiagem de seu rosto, pegou sua bolsa e saiu.

- X - Agnes? - Uma pessoa a chamou. - Agnes - Oi Maria. - Se aproximou. - Maria - Preciso muito conversar com você! - Sua voz soou aflita. - Agnes - Claro, vem almoçar comigo. - Maria suspirou e a acompanhou.

Maria olhava fixamente para a mesa, e aquilo começou a incomodar Agnes.

- Agnes - Você me chamou para conversar e até agora não disse uma palavra! - Maria levantou a cabeça. - Maria - Eu beijei o Ciro para tentar esquecer o Thiago mas... - Buscou ar. - Maria - Mas eu não consigo, e hoje fiquei sabendo que ele assumiu um relacionamento com a Patrícia! - Começou a chorar. - Agnes - Fique calma minha querida, ele não te merece! - Segurou firme na mão de Maria. - Maria - Eu o amo Agnes, esse homem não sai do meu coração! - Agnes suspirou. - Agnes - Eu te entendo. - Disse sem pensar, Maria a olhou de imediato. - Maria - Como me entende? - O chorou parou no mesmo instante. - Agnes - Eu falei isso alto? - Ficou sem jeito. - Maria - Sim! - Deu um sorriso fraco. - Maria - Mas como assim você me entende? - Queria respostas para aquele comentário. - Agnes - Eu estou vivendo quase a mesma coisa. - O "quase" saiu quase mudo. - Maria - Você não está sendo clara! - Foi direta. - Agnes - Desculpe, mas eu estou completamente confusa aos meus sentimentos em relação ao Ciro. - Maria arregalou os olhos. - Maria - O Ciro? - Agnes sentiu as bochechas corarem. - Agnes - Mas eu quero deixar de sentir o que sinto, não posso amar um rapaz feito ele! - Abaixou o olhar. - Maria - Por que não? - A olhou. - Agnes - Ele é um rapaz Maria, e tem idade para ser meu filho! - Levantou o olhar. - Maria - Ele não é seu filho, isso é o que importa! - Pensou no beijo que deu em Ciro. - Maria - Ai meu Deus, eu o beijei... - Pausou. - Maria - Me desculpe Agnes, eu não sabia que você... - Agnes a interrompeu. - Agnes - Calma Maria, ele é livre! - Continuou. - Agnes - Confesso que senti ciúmes de ver vocês se beijando. - Maria tapou o rosto com as mãos. - Maria - Por isso você me tratou com rispidez quando ia embora! - Agora tudo fazia sentido. - Maria - Me desculpe Agnes, de verdade eu não tinha ideia! - Disse sem jeito. - Agnes - Você não tinha como saber! -

O almoço chegou cortando o assunto. Logo que almoçaram Maria se desculpou novamente, mas tinha algo a dizer.

- Maria - Sabe o que lembrei? - A olhou. - Agnes - Não! - Maria suspirou. - Maria - O Ciro disse que também tinha um amor não correspondido, e só por não estar se relacionando a essa pessoa ele aceitou me beijar. - Agnes engoliu em seco. - Agnes - Que? - Queria saber mais. - Maria - Então o amor não correspondido do Ciro é você? - Perguntou com um sorrisinho no rosto. - Agnes - Eu... - Gaguejou. - Agnes - Eu acho que sim. - Abaixou o olhar envergonhada, Maria olhou para o relógio e quase pulou. - Maria - Estou atrasada para voltar ao trabalho! - Se levantou. - Maria - Obrigada pelo papo Agnes, você me distraiu muito! - A abraçou. - Agnes - Não me agradeça, e eu também agradeço! - A olhou. - Maria - Não perde essa chance amiga, o Ciro realmente te ama! - Se afastou do abraço e se foi.

Agnes pagou a conta, quando estava próximo a porta para sair Ciro entrou e os corpos se bateram.

- Ciro - Perdão, foi sem querer! - A olhou. - Agnes - Tu... Tudo bem, não foi nada! - Não queria olhar em seus olhos. - Ciro - Ainda bem! - A analisou. - Ciro - Gostaria de me acompanhar em meu almoço? - Agnes engoliu em seco. - Agnes - Eu já almocei, obrigada! - O olhou. - Ciro - Eu só preciso da sua companhia. - Foi direto. - Agnes - E para que? - Se perdeu naqueles lindos olhos azuis. - Ciro - Para conversar, vem! -

Segurou em sua mão e de leve a levou novamente ao salão do restaurante, Agnes estava perdida com a situação, viu Ciro lhe puxar a cadeira.

- Ciro - Sente-se! - Agnes se sentou. - Agnes - Obrigada! - Sua voz soou doce. - Ciro - Não há de que! - Deu a volta na mesa e se sentou. - Agnes - Para que você quer minha companhia? - O olhou. - Ciro - Eu gosto de sua companhia. - Não era bem isso que ele queria dizer. - Agnes - Então eu vou aproveitar esse momento para deixar as coisas claras! - Ciro assustou. - Ciro - Que coisas? - A olhou. - Agnes - Nós não podemos ter uma relação amorosa, eu não tenho interesse por um rapaz como você! - Mentiu mais uma vez. - Ciro - Agnes, eu só te chamei para me fazer companhia! - Tentou não demonstrar sua tristeza com as palavras de Agnes. - Agnes - E... Eu pensei que você... - Ciro a interrompeu. - Ciro - Dessa vez você pensou errado! - A olhou. - Ciro - Se não quiser me acompanhar no almoço, pode ir!  - Agnes sentiu-se mal da maneira em que Ciro lhe dirigiu a palavra. - Agnes - Eu não quero atrapalhar seu almoço! - Disse cabisbaixa. - Ciro - Você não me atrapalha nunca Agnes, entenda isso! - Foi direto. - Agnes - Enfim, me fale sobre você. - Mudou completamente o assunto. - Ciro - O que você quer saber de mim? - Agnes encolheou os ombros. - Agnes - Eu não sei, me conte sobre sua família. -

Ciro chamou o garçom e pediu seu almoço, Agnes o olhava atentamente.

- Ciro - Eu tive que deixar todo mundo, para vir trabalhar aqui! - A olhou. - Agnes - Você deve sentir falta, não é? - O olhou. - Ciro - Sinto muito a falta deles, minha mãe me liga toda hora e meu irmão aproveita para falar também. - Sorriu e Agnes ficou abobada. - Agnes - E seu pai? - O olhou. - Ciro - Bom ele... - Abaixou o olhar. - Agnes Estou sendo indiscreta demais? - Ficou envergonhada. - Ciro - Não, você fez uma pergunta normal. - Segurou em sua mão. - Ciro - Meu pai morreu quando eu tinha 14 anos, ele era soldado e perdeu a vida em combate. - Sua voz embargou. - Agnes - Você deve sentir muita saudade dele, perder alguém é muito difícil! - Manteve as mãos juntas. - Ciro - Sim, eu sinto muito a falta do meu pai. - Acariciou a mão de Agnes.