III

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O horizonte estagnou

Meu estômago revirou, assim como meus olhos

Senti um suspiro tremer meu corpo em desgosto

Stop, foi o automóvel

Agora meus olhos pesam de tédio

E encontro uma garota,

Seu rosto está parcialmente coberto pela sombra de um prédio

Mova-se, prédio

Qual seria a cor de seus olhos?

Não sei dizer se foram trinta centímetros ou trezentos quilômetros

Sei que o horizonte novamente parou de navegar

Ancorou,

E lá estavam meus olhos saracoteando por entre as vidas alheias

Até encontrar o carro vermelho

A luz das quatro e pouco da tarde incidia perfeitamente

Valeu aí, prédio

Os olhos dela estavam cobertos por um par de óculos escuros

Porra

Na janela entreaberta vi pousar um pássaro

Pouco reparei no animal

Só concentrei-me em engolir a ácida inveja

A garota também viu o pássaro

Abriu um sorriso

O mundo parou.


O tráfego, de 12/04/2015 

(16/05/2018)

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