1.Lacunas: "O Fim!"

22 5 0
                                    

Todos os estilhaços, jogados ao chão...
Todos os pedaços de uma frágil esperança,
Uma chama, um desejo, uma vontade ardente de vida,
De poesia...
Tudo perdido, junto ao mar de lágrimas,
Que escorre ao meu redor!

O vento, a brisa
O tempo, as lembranças,
Os erros, as experiências...
Todos circundando as lacunas de uma vida,
As lacunas de uma existência...

Questões, jogadas ao vácuo,
Sentimentos, escorrendo pelas paredes de vidro,
Sussurros, amedrontados, cálidos...
A procura de uma voz que os liberte... 

De repente as paredes se estilhaçam,
De repente tudo está acabado!
Minha mente começa a rachar
E as lágrimas ao chão, transformam-se em meu espelho...

Olhos vermelhos, rosto cansado,
Hematomas, cortes, sangue...
Ruinas, destroços, estilhaços...
Sou uma lacuna toda quebrada!

Seja preciso, seja rápido!
Surrupie minha essência...
Seja corajoso, seja sólido,
Leve-me embora...
Liberte-me de mim mesma,
Desse mundo de vidro,
Cheio de lacunas!

Lacunas, lacunas...
São tantas, são grandes,
São profundas, espeças...
Chego a admira-las,
Chego a coroa-las,
Quero abraça-las...

Minha querida Lacuna,
Meu querido vazio...
A única razão, a única verdade a qual me apego...
A única saída, para meu ser cansado...
Dedico meus últimos suspiros,
Como um ser digno... A ti!

E ao som do vidro, perfurando minha pele,
Rasgando meus músculos,
Fundindo-se em meu corpo,
Sendo esmagados por meus passos,
Sigo calma, estável e vazia,
Deixando para trás o túmulo de minha essência,
A anarquia de minha existência
E o rastro de minha decadência!

2016.

Poesias, Velhas PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora