Prólogo

15 1 0
                                    

Eram por volta das 19:30, chuvia bastante, as coisas estavam frias, o ambiente estava sombrio, eram esses tipos de noites que me assombravam. Que coisas ruins aconteciam.

Eu estava na garagem de casa procurando meu irmão, ele sumia frequentemente  arrumando confusão a nossa volta, e era por isso que eu estava o procurando.

-Onde você está ?

-Irmão, estou aqui! _ele respondeu.

-Duda, oque você está fazendo? _ eu perguntei arregalando os meus olhos.

Ele estava com uma cara divertida enquanto pegava um cigarro da carteira de nosso pai e o colocava na boca.

-Eu vou fumá -lo.

Ele puxou um isqueiro do bolso e começou (sem sucesso nas primeiras vezes) acender o cigarro.

-Você ficou louco? Você sabe o que o nosso pai fará quando descobrir que você mexeu nos seus cigarros!!

Ele abriu um largo sorriso e tragando seu primeiro cigarro me disse:

-Venha maninho, eu sei que você quer experimentar também!

Eu neguei várias vezes com a cabeça enquanto ele sorria.

-Devia parar de pensar nos outros, por que não faz as coisas que sente vontade ? Deixa de ter medo do que vão falar e faça as coisas que te deixem feliz!

Duas horas depois...

Eu sempre achei cruel a maneira que ele nos olhava nesses momentos, o que mais me assustava era esse olhar.

-Eu vou perguntar apenas uma vez, espero que me digam a verdade: Quem mecheu na porra dos meus cigarros?

Eu olhei para o lado e vi o rosto do meu irmãozinho encharcado de lágrimas, negando com a cabeça com um olhar que dizia que ele jamais pensou em fazer uma coisa dessas. Sempre me perguntei em como ele conseguia mentir tão bem.

-Ricardo, foi você? -eu neguei apenas uma vez e voltei a fitar o meu irmão que não parava de chorar.

-Então foi você nao e Eduardo... seu moleque entrometido, agora vai apreender a me respeitar!!

Meu pai começou a tirar o cinto de couro de sua calça e então foi se aproximando de meu irmão com passos lentos e assombrosos, e quanto mais ele se aproximava a feição de meu irmão se transformava em mais completo medo. Total e obscuro.
E então eu ouvi a minha própria voz ecoando na sala de casa.

-FUI EU PAI, EU PEGUEI SEUS CIGARROS.

Entre O Céu E o Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora