Capítulo 4

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O gigantelimpou o sangue da boca, rosnou alguma coisa pro robô e partiu pra cima dele.Foi uma briga interessante: pra se ver, é claro! O monstro atacou feito umlouco, unhando, mordendo e socando, enquanto rosnava igual a um puma ou outrobicho selvagem. Já o robô, era bem mais controlado. Seus socos e chutes, sempreque atingiam o gigante, causavam dor ou faziam-no perder o equilíbrio ...pareciam calculados. Uma das seqüências foi incrível: um chute baixo atrás dojoelho, um upper-cut na barriga , uma joelhada no queixo e um soco giratório norosto, seguido de um chute giratório no peito do monstro. Nessa hora, eu fiqueitão empolgado que quase gritei pra incentivar o robô, mas achei melhor não merevelar. Afinal de contas, não fazia ideia do que realmente estava acontecendoali. 

   Mas, sabe como é: ver um gigante daqueles lutando contra um robô super-forte me fez lembrar dos filmes de Jackie Lee (famoso ator de Megalópolis Hong-Kong, campeão de vendas de filmes nos mercados piratas do Bloco Ocidental). Os dois tinham acabado de chegar a uma parede rochosa e a luta parecia muito equilibrada. Mas, depois que o robô mandou uma cotovelada no rosto do gigante enterrando sua cabeça na rocha, o monstro ficou louco. Arrancou o vidro que protegia o rosto do robô com suas garras enormes,e foi aí que eu pude ver: não era um robô, era uma armadura ... havia uma pessoa dentro, um homem, o terceiro herói ... e ele estava mesmo em maus lençóis! O gigante segurou o braço direito da armadura com força e arrancou, soltando um grito de raiva. Logo depois, o herói caiu de joelhos, bastante enfraquecido.

Juntandoas mãos bem acima da cabeça e golpeando diversas vezes contra as costas daarmadura, o monstro parecia que ia demolir o herói e sua máquina. Saía faíscapra todo lado e havia muita fumaça também. Então, alguma coisa aconteceu:parece que a energia da armadura voltou. O herói agarrou o gigante pelosjoelhos, usando o braço bom da armadura e seu próprio braço direito, queparecia ser feito de cristal. 

O helicóptero, que até aquela hora permanecia sobrevoando a área, aproximou-se dos dois. Tudo aconteceu muito rápido: enquanto um dos heróis que estavam dentro do helicóptero apontava o braço pra parede rochosa logo acima da cabeça do monstro, seu colega escapou por trás da armadura e se agarrou à lateral do helicóptero, deixando o gigante preso pelas pernas. Acho que o gigante não levou muito a sério a manobra e começou a rir, enquanto o cara que estava dentro do helicóptero continuou apontando o braço direito na direção da rocha. Então, rapidamente, aquele sorriso desapareceu. Quando o gigante olhou pra cima, uma rocha havia se soltado da parede e estava desabando em cima dele. Depois que a poeira abaixou, a única coisa que pude ver por entre os escombros foi sua mão enorme e ensanguentada. O helicóptero sobrevoou mais uma vez o local e foi então que ouvi uma voz vinda de um alto-falante:

- Vá pra casa garoto! O perigo já passou! Com certeza, era um dos heróis. Só posso chamá-los assim, pois não sei o nome de nenhum dos três. Mas tenho certeza de que eram heróis de verdade! Naquele dia eles salvaram a minha vida, a do reverendo George, da Karen e de toda a população da vila. Também não sei de onde vieram, ou pra onde foram após toda aquela confusão. Mas é muito bom saber que eles continuam por aí!

FIM

A seguir: ORIGENS.

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