• Trust me?

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  O garoto andou, andou desesperadamente pelos corredores em passos largos, entreolhando por todas as salas e em uma delas, visualizou uma menina paralisada. Ela olhava fixamente para frente. E em pavor da situação, o mais velho entrou o local ás pressas. Tinha de sair dali o mais rápido possível.

  Se a menina continuasse naquele lugar, na forma que estava, seria bem provável que ela se ferisse.

—Você está bem? — perguntou preocupado, se aproximando da mesma lentamente.

  Ela não respondera nada ao garoto. O mais velho apenas á observou que ela, não estava ferida. Também conseguiu sentir sua respiração ofegante, por conta do nível da proximidade de ambos. -Você tem que sair daqui... Por favor, vem comigo. Aconteceu uma tragédia!

—N-Não atira em mim... — implorou gaguejando, pasma e ainda imóvel.

O garoto lembrou-se de que estava com a arma em mãos, e a soltou rapidamente de maneira extintiva.

—Desculpe, me desculpe te assustar desse jeito... Eu sou inocente! — alegou levantando os braços acima da sua cabeça, olhando no fundo dos olhos da menina -que estavam lacrimejando  assim como os dele.

  Ela olhara seriamente para a arma que estava no chão e, o encarava de cima para baixo, desconfiando do rapaz á sua frente. Era até engraçado de ser ver, pois um estava com receio das ações do outro.

  Por um minuto, o garoto ficou pensando no que ela poderia fazer com ele, naquela sala, onde só restavam os dois naquele lugar e claro, uma arma para completar a cena desastrosa.

—Você está sangrando... — murmurou a jovem trêmula, quase sem forças para falar. — Você tomou um tiro.

—Eu o que?! — perguntou meio zonzo e assustado.

—Calma, eu vou te ajudar. E nós vamos sair daqui. — disse Jennie, se aproximando ainda mais, amarrando seu casaco no Tórax do mesmo com delicadeza.

  Nesse meio tempo em que ela o ajudava, o mesmo ficou á observando. Seu coração disparou e ele não entendeu o porquê.

—Porque aquele sentimento de repente? — pensou.

  Ficou nervoso e parou de encara-lá. A dor do Toráx se tornou presente.

—Ah... —o garoto gemeu de dor.

—Desculpe! Acho que prescionei muito forte... — comentou a jovem, soltando um pouco o nó do casaco.

—Obrigado. — fora a única palavra que conseguiu pronunciar sobre a ação da mesma. —Agora vamos nos abaixar e esperar as coisas se acalmarem... — afirmou o mais velho inseguro, pois o atirador poderia entrar ali e matá-los no mesmo instante. E o garoto se sentiria culpado pelo resto da sua vida se este fato acontecesse.

  Se eles corrêssem desesperadamente, sem se quer olhar para trás, provavelmente iríam morrer. Então os dois ficaram ali, abaixados, tentando sobreviver de alguma forma.

  Conseguiram ouvir outros dois disparos. E o garoto só queria que o tempo passasse, para acabar com o sofrimento de ambos.

  Jennie, ainda estava chocada por conta do ocorrido. Ele estava do seu lado, sentado no chão com as costas encostada na parede e a cabeça, sob os joelhos.

  Ela não sabia se o garoto era de fato confiável, tinha segurado uma arma e depois largado a mesma, dizendo que era inocente. Ele estava tão apreensivo quanto a mais nova e além de apreensivo, ele estava ferido.

  Depois de alguns minutos a universidade inteira se silenciou. Os dois ficaram inseguros, pois poderiam morrer a qualquer minuto. Ele a olhou pouco nervoso e enquanto olhara para a mais nova, ela pudera prestar mais atenção nos seus traços do seu rosto ...

  Os lábios dele eram mais carnudos, sua pele era clara e lisa, seus fios de cabelo eram pouco ondulados e seus olhos tinham o mesmo tom castanho assim como o tom de seus cabelos.

  Antes, Jennie estava mais desconfiada, porém, o garoto não possuía traços de alguém psicopata. Ele tinha com traços de uma vítima. Ele também não aparentava ter algum distúrbio mental, para a sua sorte.

—Acho que podemos ir... — comentou o acastanhado, falando em um tom de voz baixo.

—Tem certeza? — perguntou nervosa em um tom de voz baixo, assim como o dele.

—Tenho. Confia em mim? — indagou respirando fundo.

—Confio. — respondeu simplista.

—Então vamos juntos! — ordenou o mesmo, segurando a mão dela com firmeza.

  Quando o garoto tocou na sua mão pela primeira vez, sentiu a sua pele macia e gelada. Seu coração palpitou fortemente, mais uma vez, por conta do nervosismo. E a cada passo que eles davam, o garoto começava a sentir uma dor ainda mais forte na região ferida, que só de imaginar o tamanho do seu ferimento, lhe causava náuseas.

—Você está ferido... — murmurou a morena fazendo uma pequena carícia na palma da mão dele. —Vamos devagar, okay?

—Okay.

  Caminhando de maneira mais leve com pequenos passos, eles se manteram calados durante toda a trajetória, em função do medo. Desviaram de algumas classes e dobraram á direita, em direção aos corredores.

  Os dois ainda estavam de mãos dadas, com os dedos entrelaçados. E em um desses corredores, estava repleto de mochilas e livros espalhados por toda á parte.

  Para a surpresa de ambos, ali também havia sangue, muito sangue... Assim como a quantidade de livros e mochilas.

—E-Eu... Não tô me sentindo bem. Acho que vou vomitar! — comentou a mais nova pouco trêmula.

—Respire, não olhe para o chão. Vai ficar tudo bem. — respondeu o acastanhado, tentando lhe passar um pouco de segurança, que ainda lhe restava. A quantidade de sangue era imensa e ao lado das poças de sangue, havia um corpo. —Céus... Olhe para frente. — comentou observando aquele corpo sangrento. —Graças á Deus, não quis cursar medicina. Que nojo! — pensou o garoto enjoado.

—Eu não consigo... — ela murmurou passando mal, cambaleando.

  Sentaram-se no chão e ficaram escorados em alguns armários aleatórios.

—Calma, respira fundo. Eu vou te proteger! — comentou o outro sussurrando.

  A respiração da Jennie se acelerou tão rapidamente, que se tornou ofegante. Parecia que ela havia perdido o controle da mesma. Lágrimas escorriam pelo seu lindo rosto...

  Como ele não soubera o que fazer, sem muita reação, lhe abraçou fortemente, deslizando os seus dedos suavemente pelo cabelo da morena, tentando acalmá-la. Ela retribuíra o abraço, no mesmo instante.

THE SHOOTER - Jenmin {em processo de edição}Onde histórias criam vida. Descubra agora