❝Corria pelos corredores e parei em uma sala, onde me encontrei com ela. Me olhava com um olhar de medo e choro. Estava trêmula, e nervosa.
Olho no fundo dos seus olhos, e ouço sua respiração ofegante. Largo a arma no chão, abraço ela fortemente...
Coloquei uma roupa mais "bonitinha" e passei uma maquiagem leve, em completo desânimo.
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Permaneci sentada no sofá esperando os meus tios chegarem... Os meus queridos e doces tios, que não eram nem um pouco agradáveis.
A minha tia nunca fora um problema, mas já o meu tio... Ele era o problema. Eu só queria que a minha mãe fosse mais compreensível, embora ela não soubera o que eu sofri quando eu era mais nova.
E acho melhor manter esse segredo, trancado á sete chaves.
Mesmo querendo contar, nunca pude... Nunca tivera a oportunidade de falar sobre esse assunto. Também se eu contasse, simplesmente morreria.
Ainda tenho nojo só de me lembrar do passado, das marcas que ficaram em meu corpo... Assim como as mesmas marcas do meu psicológico.
—Filha, abre a porta por favor? — indagou minha mãe terminando de pôr á mesa. —Eles chegaram! — murmurou a mesma indo em direção ao banheiro.
—Tá... — respondi dando de ombros.
Assim que abri a porta, dou um sorrisinho completamente forçado. —Tudo bem? Podem entrar. —comentei tentando ser receptiva.
—Oi Jennie! Nossa, como minha sobrinha cresceu... — falou minha tia animada, realmente feliz em me ver. Qualquer um conseguira ver tamanha de sua bondade, apenas em seu olhar.
—Está linda mesmo. —murmurou meu tio dando me uma piscadela, entrando no mesmo instante. Eu não conseguia nem olhar para o seu rosto... Sua presença me incomodava demais.
—Oi, quanto tempo! — comentou minha mãe arrumando sua roupa e abraçando minha tia em seguida.
Observava á todos conversando por meia hora, no pequeno sofá sobre novidades e coisas chatas de família. Não fazia nem questão de abrir minha boca.
A única parte boa daquela noite foi o jantar. E claro, a pior parte era o meu tio, que me olhava o tempo todo... Ele literalmente me comia pelos olhos, era nojento. Sentia vontade de gorfar.
—Mãe, eu vou ir pra cama. —disse bebericando a água.
—Não vai ficar mais um tempinho conosco na mesa? —indagou minha mãe, insistindo.
—Tô muito cansada... — respondi me retirando da mesa de jantar, subindo ás escadas.
—Tão cedo, lindinha? —perguntou meu tio, provocando mais uma vez. Revirei meus olhos ao ouvir aquela sua maldita pergunta.
Subo as escadas correndo e deito me cansada na cama.
Por incrível que pareça, não fiquei pensando muito na pior visita, que recebi em minha casa, nesses últimos anos. Fiquei pensando no Jimin...
Estava na dúvida se dissesse aquilo que ele tanto queria ouvir, um simples: "Eu te amo".
Ou se tomasse uma decisão que talvez não lhe deixasse contente, talvez a de continuar sendo apenas sua amiga: "A garota que lhe emprestou o casaco".
Jimin's POV
Entediado, começei a tocar em meu violão uma música suave, em plena madrugada. Enquanto tocava, observava as milhares de Estrelas que, lá no céu escuro haviam, pela sacada da minha casa.
—Ainda acordado? — perguntou meu irmão mais velho, de cabelo esverdeado, Suga.
—Sim... Estou tocando uma música. — respondi sincero.
—Pensando em alguém especial? — questionou sarcástico.
—Por que perguntou isso? —rebati em seguida. Estava ficando corado, será que eu conseguia ser tão óbvio assim?
—Porque você parece apaixonado.
—Ah cala boca... — murmurei tímido.
—Ela é bonita? — perguntou provocando, escorando se na parede.
—Suga, vai dormir. — respondi tentando desviar do assunto.
—Eu é que deveria dizer isso pra você, sou o mais velho. — falou debochado.
—É só um ano de diferença. —respondi rindo.
—Ainda assim sou o mais velho e claro, o melhor! — comentou irônico.
—Boa noite, Suga... — murmurei suspirando.
—Boa noite então, baixinho. —disse caminhando até o seu quarto.
Meu irmão estava certo, eu estou mesmo apaixonado. Que droga!
