Capítulo 2

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Acordei deitado na cama com meu corpo dolorido por toda a parte, como se tivesse sido cortado em pedaços, e depois reconstruído do zero. Enquanto eu estava tentando aceitar a realidade de que eu era um monstro sobrenatural como lobisomem, meus sentidos estavam mais amplos, onde conseguia ouvir, cheirar, e ver mais do que antes. Pude ouvir meu pai no telefone mentindo para Bella, que eu estava doente e que não pude atender. Depois de um tempo, ouvi-o desligando e se aproximando do meu quarto com a cadeira de rodas, que fazia aqueles ruídos que antes eu não me importava porque eram quase inaudíveis, mas agora parecia que estavam roendo as pedras uma na outra. O ruído era alto, como se tivessem colocado um alto-falante perto da minha orelha e berrado. Sam me disse que ia demorar um tempo, para que eu pudesse controlar meu corpo despertado, para voltar ao normal e só ativasse por completo quando eu quisesse.

A primeira coisa que ouvi do meu pai depois de acordar, foi que eu não poderia mais me encontrar com Bella, pois eu poderia correr o risco de feri-la ou mesmo de revelar o segredo da alcateia. Os meus amigos que tinham mudado para estranhos, eram todos parte da matilha, e Sam era o alfa que os guiava, e pelo visto meu guia também a partir de agora.

Com uma expressão de tristeza e raiva, que depois de despertar sempre está lá no escuro esperando para dar o bote contra a minha vontade. Com o meu acordo, ele saiu para encontrar Sam, para que eu fosse iniciado como um lobo de fato. Mas, mesmo que eu tenha me tornado um lobo, eu não iria me render tão facilmente a me afastar de bella. Mesmo que eu odeie ser controlado pelo alfa, eu não tenho escolha agora. Pelo menos na forma de lobo, mas antes que eu tivesse chance de alguma escolha, Sam deu a ordem de ficar de boca fechada sobre tudo no momento em que virei lobo na primeira vez, antecipando meu relacionamento com bella.

Ao levantar-me, tirei minhas roupas e nu diante do espelho observei as mudanças no meu corpo. Cresci mais alto de novo, 1,96cm de altura quase batendo a cabeça no alto da porta. Meus músculos ficaram mais condensados e definidos, como se o lobo trouxesse o potencial completo que ainda faltava. Meu rosto foi redesenhado numa forma lupina e máscula, com uma barba rala adornando meu queixo a perfeição. Minha voz ficou mais rouca e grave com um toque sedutor. Meus olhos negros continham agora um sutil selvageria e raiva oculta, e eu sabia que era a culpa da fusão do meu lobo interior, e o eu humano antes do despertar. Meu cabelo longo e liso, de um preto acetinado cresceu ainda mais, chegando perto dos joelhos. Eu nunca tinha cortado até agora, porque eu sabia que bella gostava dele comprido, e eu também curtia sua mão delicada acariciando num gesto de carinho e conforto. Mas agora, eu precisaria sacrificar meu pobre cabelo. Com uma expressão meio chorosa na frente do espelho, peguei uma tesoura e cortei completamente, deixando ele o mais curto possível, e meio arrepiado num jeito desleixado, que estranhamente me deu um ar de um bad boy marombado. Se eu visse um cara assim numa esquina, eu completamente correria para o outro lado, pois com o meu tamanho, e o ar selvagem e rebelde, eu me rotularia um baderneiro imediatamente.

Com um sorriso zombador que meu reflexo do espelho me deu, eu continuei categorizando as mudanças. E a principal coisa, é que diferente de antes, todos os pelos do meu corpo caíram completamente. Eu pensava que sendo um lobisomem, eu teria no mínimo que me barbear a cada dois dias, mas ao contrário da ficção, meu peito, barriga, meus braços e pernas, estavam no estado que eu teria se tivesse me depilado com cera. Nem um único fio de cabelo sobrou, exceto na área da virilha mas eram todos ordenados ao redor do membro, como se fossem aparados a máquina.

Olhando para o meu filho lá embaixo, parece que cresceu de novo. Só tomara que pare nisso, ou então não terei alguém que aguente na hora H.

Parei com o momento narcisista, me vesti e fui para a reunião dos anciões quileaute, para ouvir a explicação completa. Ao voltar para casa, com uma expressão sombria, entrei no meu quarto e fechei a porta e deitei na cama olhando para o espaço.

Mesmo que eu estivesse relutante antes, ao saber que a porcaria sobrenatural era real, e que meus ancestrais eram possuidores de magia, e lobisomens, ainda não queria acreditar até que ouvi sobre os cullens.

Então havia um motivo real para que eu não gostasse daquele merda do Edward, além de bella. Era um instinto natural da espécie. Edward Cullen é um vampiro, junto de toda a família dele. E o motivo da minha vida ter essa guinada sombria, é por culpa dele também. Tudo o que ele é, e expressa é odioso. O ódio dentro de mim fica cada dia mais fundo, e perigoso ao ser alimentado pelo lobo, e dessa vez não restringi isso. Eu tinha que aceitar o fato de que a partir de agora, eu sou um lobisomem, e como bônus ganho a vida eterna junto da juventude, me deixando sarado por toda a eternidade.

Agora eu sabia o maior motivo de bella ficar com aquele sanguessuga de merda. Ela queria virar um monstro repulsivo que tira vida dos outros para viver. Minha bella quente e sadia, e humana queria se transformar naquela aberração doentia e morta. Eu não poderia mais sentir o calor dela, ouvir seu coração batendo, porque ela seria comida por aquele filho da puta, e iria virar um morcego como ele.

Eu não vou permitir isso. Mesmo que eu tenha que mata-lo, eu terei que salvar bella dessa loucura de virar vampira. Mesmo que ela me odeie depois. Mesmo que eu sinta meu coração se partir se isso acontecer. Olhando para tudo isso, por causa dele ela foi caçada por um vampiro sanguinário no ano passado. Tudo porque aquela idiota se meteu onde não deve por pura teimosia, mesmo ela sendo apenas um filé gordo e cheiroso de carne com pernas na frente desses morcegos malditos.

No outro dia, estando somente de bermuda, já que o resto das roupas seria inútil depois de rasgar com a transformação, fui me reunir com a matilha, e ganhei uma tatuagem tribal quileaute na cabeça do ombro direito como prova que sou um dos cães (literalmente) do sam. Ao voltar irritado como eu sempre vivia agora para casa no meio da chuva, meu coração para uma batida ao perceber que uma silhueta estava me esperando na chuva naquela picape vermelha inesquecível. Bella finalmente perdeu a paciência com a minha recusa, e como eu devia ter esperado, ela veio pessoalmente.

Forçando minha boca dizer o que meu coração gritava não, a expulsei com voz fria e irritada para que não falasse mais comigo. Eu tentei controlar meu temperamento explosivo, mas quando ela mencionou Sam que na época eu realmente tinha medo dele, mas que agora está me ajudando, eu finalmente explodi, e expus na cara dela o motivo disso tudo. Os Cullens.

Quando eu vi o choque e a dor ao ouvir deles, eu estava dividido entre agonia por ter lhe causado dor, e também fúria por perceber o quanto ela amava aquelas aberrações, e me deixava de lado. Sei que posso ter sido egoísta e mesquinho, mas na hora minha mente estava nublada pela raiva, e ao expor que eu sabia que eram vampiros, e cortei a força nossa amizade, eu vi o desespero e angústia em seu olhar ao perceber que estava sendo abandonada de novo, só que agora por mim logo após eu ter prometido que ia cuidar bem dela no cinema. Meu coração chorava em tristeza e agonia por ter ferido seu coração e quando eu estava prestes a vacilar, a ordem Sam me obrigou a atender ao chamado dele me esperando na beira da floresta junto dos outros. Ao me virar e desesperadamente me forçar a deixar a imagem de bella com olhos começando a voltar ao estado de morto vivo, com as unhas cravadas na minha mão ao ponto de sair sangue, endurei a coluna e sai reto deixando somente a sombra de minhas costas para aquele olhar desapontado e traído que eu sentia me seguir.

O Imprinting de um lobo alfaOnde histórias criam vida. Descubra agora