O filho da lua e a filha da escuridão

Ten

Kayla

Ele tinha que abrir essa boquinha linda e dizer pra família dele as idiotices que falei na hora da raiva. Agora todos pensam que sou a peste que ele tanto diz. Diante de tamanha vergonha, só pude sair de lá às pressas. A conversa com Celina foi até boa. Ela me jurou jamais falar nada do que contei a ela para o Daniel.

Ela ficou muito espantada quando eu disse que nos beijamos. É, isso soa impossível mesmo. Ele me odeia e deixa isso muito claro. Só me atura mesmo. Me atura porque permaneceremos casados quer ele queira ou não. Celina me deu muitos conselhos. Conselhos esses que só se resumiam em tentar ser menos explosiva e deixar as coisas irem devagar.

Menos explosiva? Hoje não! Desculpa, Celina. Teu irmão pediu, teu irmão vai ter. Só pra deixar de ser idiota, dei uma bela surra nele. Ele até tentou revidar, mas sei que a mente pequena dele só foi pro lado de que sou mulher. Esquecendo-se de que sou vampira. Quebrei ele todinho. Do jeito que a mãe dele deveria ter quebrado pra ele deixar de ser paspalho.

_Você..._Ele cospe sangue e eu disfarço minha preocupação._Você vai me matar se não parar.

Que idiota! Ele também esqueceu que é imortal e que pra ser morto precisa de ter o coração retirado do corpo. Eu só quebrei uns ossinhos...

_Não duvide quando digo que vou te quebrar inteiro e nem quando dizem que meu gênio é do cão.

Já que tô em cima dele e o mesmo tá quase inconsciente, beijo levemente seus lábios e por fim quebro seu pescoço. Ele vai ficar irado quando acordar.

_Vamos pra casinha, bonitão?_Aperto suas bochechas e balanço sua cabeça._Neném lindo. Levou uma surra pra deixar de ser idiota.

Coloco o mesmo nas minhas costas e caminho até o castelo. Não estamos tão longe, ainda bem. Pela luta corporal que tivemos, estou um pouco cansada. Não tenho costume de lutar.

_Seria lindo se seus pais te vissem assim, sendo carregado pela peste que você tanto odeia._Converso com o bebê desmaiado._Deveria eu levá-lo até lá agora?

Resolvo parar de conversar com ele pois o mesmo está apagado e eu acho que estou ficando louca. Entro no castelo e Muriel vem até mim.

_O que aconteceu, Sra. Kayla?

_Só dei uma surra nele._Assobio e sorrio depois._Eu levo ele até o quarto e você me traga toalhas limpas.

Ela assente e eu levo o Daniel até seu quarto. Seu cheiro está tão impregnado aqui, mesmo tendo tão poucos dias nesse lugar. Deito seu corpo no colchão sem nenhum cuidado. Escuto uma três costelas voltando pro lugar. Sorrio.

_Aqui estão as toalhas._Muriel me entrega._Quer ajuda?

_Não. Eu mesmo faço isso no meu marido.

Ela sai do quarto e eu gargalho. Acho que hoje eu estou a peste que tanto dizem mesmo. Como ele vai demorar a acordar, vou judiar, claro. Molho as toalhas no banheiro e volto com elas dentro de uma bacia. Tiro a camisa dele, os sapatos e a calça.

_Você é um gostoso, se me permite dizer._Passo os dedos na sua barriga._Bem que você poderia deixar de ser chato e ser meu marido nas obrigações conjugais também. Eu ia adorar.

Limpo seu rosto todo ensanguentado. Eu quebrei o nariz do coitado. Sou má demais, tenho que parar. Ele tem o semblante tão sereno, nem parece que está desmaiado.

_Licencinha aqui, mas vou ter que limpar suas coxas._Passo a toalha nos cortes fundos da coxa._Eu te arrebentei todo mesmo. Tadinho...

Depois de limpar seu corpo quase todo, quase mesmo, peguei uma camisa e uma calça em seu guarda-roupa. Quando eu me virei, ele estava encostado na cabeceira da cama e de braços cruzados. Em seu rosto tinha um sorriso debochado e muito excitante. Tô ferrada agora!

_Ãnn..._Coço a cabeça._Eu só ia te vestir.

Quando eu pensei em sair correndo porta à fora, ele me pega e me joga na cama. As roupas dele que estavam nas minhas mãos voaram longe.

_Ouvi alguém dizendo que gostaria que eu cumprisse minhas obrigações conjugais..._Ele beija meu pescoço._Está certa disso? Porque eu estou.

_Sem joguinhos, Daniel._Subo por cima dele._Só faz. Agora.

Ele sorri e morde meu pescoço. É uma sensação indescritível... Mexe com tudo dentro e fora de mim. Sua mão passeia pelo meu corpo trazendo novas sensações à mim. Ele para de sugar meu sangue, enxuga os cantos da boca de um jeito sexy e levanta.

_Não podemos esquecer disso.

Ele tranca a porta, pega a chave e joga no chão. Ai meu santo vampirinho, é hoje!

...

Abro meus olhos lentamente e me espreguiço. Olho pro lado e vejo Daniel esparramado com apenas um lençol fino cobrindo suas partes íntimas. Um sorriso inevitavelmente brota nos meus lábios. Foi tão mágico...

_Daniel!_Salto espantada._Perdemos o almoço e se não corrermos vamos perder o jantar.

_Peste das trevas!_Ele berra atordoado._Não se acorda ninguém assim, Kayla!

Acabo caindo numa gargalhada alta e ele me acompanha. Acho que berrei alto demais, tadinho...

_É sério, vou pro meu quarto me ajeitar, Daniel.

_Ok._Ele me dá um selinho e me solta._Peste trevosa!

Pisco o olho pra ele, pego as minhas roupas e saio do quarto enrolada no lençol. Sorte que meu quarto é ao lado. Tomo um banho, me arrumo e antes de descer olho no relógio. São exatamente 19:12pm. Desço a escada e sigo pra sala de jantar. Meus pais já estavam comendo.

_Desculpe a demora. Boa noite._Digo me sentando.

_Já vi que os dois estavam muito ocupados._Minha mãe graceja._Come, filha.

Ela me oferece uma tigela com alguma coisa. Ela pisca o olho pra mim e logo o Daniel aparece. O mesmo escuta outro gracejo da minha mãe. Hoje ela está muito danada.

_A família de vampiros estarão chegando no sábado, ou seja, amanhã._Meu pai anuncia._Estejam prontos às 9hrs da manhã para recepcioná-los. Principalmente você, Daniel.

Meu marido assente e me olha. Ai, me derreti com esse olhar... Santo vampiro, me ajude!

(*)

Tem casamento mais doido que esse? Impossible!🤣❤
Parecem dois crianções 🤣🤣