p r ó l o g o (DEGUSTAÇÃO)

8.1K 629 46
                                    



— Deixe que eu adivinhe! — Henri me analisou através do reflexo do espelho. Dei um sorriso de lado e continuei a alinhar minha camiseta de modo que ela ficasse impecável no corpo. — Vai encontrar a Kate?

Meu primo abriu um sorriso divertido e eu o retribui com um na mesma intensidade.

— Nós nos desentendemos a uns dias, e...

— Como de costume, certo?

Sorrio de leve. Assinto, em seguida.

— Kate me ama, Henri. Eu sei que me ama. Apenas... bom... eu não sei. Nós temos discutido muito ultimamente. Por isso, pensei na coisa certa a se fazer.

— Que seria, exatamente...?

Afasto-me do espelho e do bolso da calça, retiro a caixinha com o anel de noivado.

A boca do meu primo se abre em um perfeito "O", ressaltando seu choque.

— Vai... pedir...?

— Sim. Acho que a Kate está insegura quanto o meu amor. Ela me pediu uma prova de amor a um tempo. Quer prova de amor melhor que essa?

Meu primo ri um tanto quanto abobalhado.

— Não acredito que vai casar! Caramba... uau! Estou... bem... surpreso, assustado, mas... feliz por você!

— Obrigado, cara. Inclusive... espero que isso te sirva como exemplo. A Barbara está esperando por isso também.

Meu primo se engasga com sei lá o quê e isso me faz rir alto.

Eu estava radiante.

Hoje seria, de longe, o melhor dia da minha vida.

Nunca havia pensando nisso. Nesse lance de casamento. De amar tanto alguém a ponto de a querer comigo para todo o sempre. Mas Kate me fazia desejar isso. Me fazia desejá-la ao meu lado todo o tempo e, talvez o antigo Dominic tivesse aversão ao amor e o que ele parecia ser: um sentimento que prendia as pessoas. Mas o Dominic de hoje não se importava em se prender a Kate. Porque ele a amava e talvez o amor não fosse uma condenação, mas uma libertação.

Enquanto dirigia rumo a felicidade, cantarolava ao som de alguma canção que me era desconhecido o nome, mas a letra não era estranha.

O dia estava lindo. O sol brilhava com intensidade, as pessoas pareciam felizes ao redor. A vida era boa. Como alguém podia reclamar dela?

Adentrei o carro no estacionamento do prédio. Senhor Pedro, o vigilante mais antigo do local, me acenou quando desci do carro super empolgado.

— Bom dia, filho. Como vai?

— Melhor impossível, senhor Pedro. E você?

— Estou bem, filho. — sorriu-me calorosamente. — Você está muito contente, não pude deixar de notar. Algo especial?

É minha vez de abrir um sorriso caloroso. Me aproximo de Seu Pedro e, com cuidado, retiro do bolso da calça a caixinha de veludo.

Ele abre a boca, aparentemente surpreso, depois me acolhe com um abraço desajeitado.

— Então, quer dizer que...

Despertando o Amor (DISPONÍVEL EM ÍNTEGRA NA BUENOVELA)Onde histórias criam vida. Descubra agora